Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, escreveu: “Se considerarmos que o bem é mais natural do que o mal, e que a compreensão espiritual — o verdadeiro conhecimento a respeito de Deus — proporciona o único poder para curar o doente e o pecador, demonstraremos em nossa vida o poder da Verdade e do Amor” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 3).
A compreensão espiritual a respeito de Deus e do homem, como é ensinada pela Ciência Cristã, permite que coloquemos diariamente em prática o poder da Verdade e do Amor divinos, para vencer o pecado, a doença e a mortalidade, sem nos deixarmos abater pelas sugestões e distrações dos sentidos físicos.
Na Bíblia, no primeiro capítulo do Gênesis, no qual a criação espiritual de Deus é apresentada, lemos várias vezes que “viu Deus que isso era bom” (ver versículos 10, 12, 18, 21, 25). Certa vez, ao notar essa frase repetida, procurei a palavra bem no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria da Sra. Eddy, e vi que a primeira definição do bem é “Deus” (p. 587). Voltei então àqueles versículos e li-os novamente como “viu Deus que isso era [Deus]”. Percebi que aquelas declarações não estavam descrevendo a Deus no ato de ver algo separado de Si mesmo e reconhecendo que era bom; o que Deus estava vendo como Sua criação era a própria manifestação de Si mesmo.
Isso me deu uma visão mais ampla do fato de que a união de Deus com Sua criação, que inclui o homem, é total, completa e indivisível. Visto que o homem — ou seja, cada um de nós, os filhos de Deus — é a imagem e semelhança de Deus, nós temos domínio natural sobre tudo aquilo que aparentemente está em oposição a Deus, o bem, apesar do que os sentidos físicos, a percepção material, façam parecer como realidade.
Essas ideias tornaram-se práticas para mim quando fiquei muito doente, durante uma viagem de férias, sentindo dores de estômago e com dificuldade para comer e me locomover. A praticista da Ciência Cristã a quem pedi que orasse por mim me encorajou a desviar o pensamento daquilo que eu estava fisicamente sentindo, e a focar na compreensão espiritual de minha união com Deus, o Espírito, em quem eu “viv[o], e [me] mov[o], e exist[o]” (Atos 17:28). Ela disse que fazendo isso, eu poderia “tirar férias” da crença de que a matéria poderia exercer qualquer poder sobre mim. À medida que a praticista e eu oramos juntas por vários dias, a dor e as restrições foram diminuindo até eu ficar bem. Com essa experiência, vi mais claramente que a paz, a saúde, a completude e a alegria não dependiam do que estava acontecendo no corpo, mas do que estava acontecendo na consciência que eu tinha acerca de Deus.
Todos os dias, os noticiários estão repletos de imagens angustiantes e, se acreditarmos que elas retratam a realidade da vida, poderemos ser levados a pensar que a desarmonia e todo tipo de mal sejam reais, sejam a regra, e que não temos nenhum controle sobre eles. Inflação, desemprego, doenças, polarização no governo, nações em conflito, clima rigoroso, desastres, e assim por diante, talvez pareçam ser coisas com as quais temos de conviver ou, se não, tentar consertar por meios humanos. Mas tudo isso é uma visão incorreta da criação de Deus, sugerindo que somos mortais imperfeitos que precisam ser melhorados.
As situações retratadas por essas imagens perturbadoras não fazem parte da criação inteiramente boa de Deus nem do homem que Ele criou. Elas são falsificações da criação de Deus e, embora pareçam muito reais, a Ciência Cristã inverte essa aparência de realidade ao elevar a consciência humana até a luz da Verdade espiritual. Nessa luz, podemos ver e vivenciar o bem que é inerente a nós como imagem e semelhança de Deus, e inerente à vida como a expressão da Vida divina.
Não precisamos fazer nada para que o bem se torne real. A única Mente criadora, Deus, já fez tudo e essa Mente sabe eternamente que esse bem é a única realidade. Todo o bem já está presente para ser reconhecido e manifestado por nós por meio do senso espiritual, a que Ciência e Saúde define como “… a capacidade consciente e constante de compreender a Deus” (p. 209). E utilizar esse senso espiritual, esse reconhecimento do bem sempre presente, é a oração que toma forma em nossa vida como redenção, reforma e cura.
Há quase dois mil anos, o claro senso espiritual de Cristo Jesus permitiu que ele aceitasse em sua consciência apenas os fatos da realidade espiritual de Deus, e assim reformou pecadores, curou doentes, ressuscitou mortos, andou sobre as águas, alimentou multidões, e muito mais. Lemos em Ciência e Saúde: “Jesus reconhecia na Ciência o homem perfeito, que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (pp. 476–477).
Essa Ciência continua atuando como lei na consciência humana para libertar o gênero humano do senso material e de seus efeitos em nossa vida. Diz Ciência e Saúde: “A Mente imortal, que tudo governa, tem de ser reconhecida como suprema, tanto no reino físico, assim chamado, como no espiritual” (p. 427). A descoberta que a Sra. Eddy fez das leis espirituais demonstradas por Jesus, e por outros na Bíblia, contraria o relato da criação que está no segundo capítulo do Gênesis, de acordo com o qual o homem teria se originado do pó e a este teria de retornar, sendo destinado a pecar e sofrer todos os seus dias. As leis espirituais, a Ciência Cristã, guiam a humanidade para fora da escuridão do senso material, e levam-na em direção à luz da realidade divina, onde encontramos o poder que cura qualquer crença em outra autoridade e presença que não seja Deus, o bem.
Por meio de nosso inato senso espiritual, todos temos a capacidade ilimitada de superar essa crença errônea. Compreender a Deus e nossa união com Ele tem o efeito prático de destruir o medo causado pela ignorância ou pelo pecado, medo esse que está por trás de toda desarmonia, inclusive a doença e qualquer tipo de limitação.
Podemos parar de pensar em nós mesmos como seres materiais sempre necessitados, e passar a reconhecer a realidade de que somos a manifestação perfeita e espiritual da Mente divina e que somos completos, amados e estamos satisfeitos neste exato momento. Em oração, podemos ouvir o Cristo, a mensagem amorosa de Deus, que preenche o pensamento com aquilo que é verdadeiro e não deixa espaço para o conhecimento errôneo de que o homem seja mortal ou governado pela matéria.
Para sempre sob o perfeito governo de Deus, nós habitamos em Seu reino, onde há só harmonia e, portanto, somos livres para usufruir de nosso senso espiritual e vivenciar o bem divino em nossa vida, de maneiras totalmente adequadas para nós e em harmonia com os outros.
