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Original para a Internet

O Natal e a coragem

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 19 de dezembro de 2024


A fim de fazer frente aos muitos problemas da humanidade, é preciso algo muito mais poderoso e muito mais profundo do que qualquer coisa que a mente humana possa conceber. Desde os problemas de violência e doenças até a questão da mudança climática, tudo mostra que a humanidade não está resolvendo muito bem o problema essencial da existência humana, aparentemente sujeita a limites materiais e conflitos sem fim. Mas é aqui que o Natal atende a essa necessidade, pois dirige nossa atenção para Deus, o Espírito ― não apenas como um belo pensamento, mas como um poder sempre presente que traz à luz a verdadeira ideia da Vida, para que possamos enfrentar o que há de errado no mundo e curá-lo.

Mais do que presentes e uma árvore decorada, o Natal é a celebração de como, por meio do amoroso poder de Deus, Cristo Jesus veio ao mundo. Além disso, é uma celebração do que esse poder fez na vida de Jesus e o que faz em nossa vida. Chamamos de Cristo a esse poder, que sempre revela uma ideia mais espiritual a respeito do existir, cuja essência é constituída de qualidades divinas, tais como inteligência, graça e propósito. 

O Cristo, a ideia espiritual da Vida, está sempre em ação na consciência humana e nos leva a seguir adiante, rumo a uma vida mais segura, com uma base espiritual marcada pela harmonia divina e pelo amor corajoso. Corajoso porque, mesmo diante da visão limitada baseada na matéria, nós somos inspirados a manter a convicção e a devoção ao Espírito, Deus, inclusive a manter a esperança de ver a natureza de Deus, o bem, realizar as mudanças tão urgentes e necessárias ao mundo.

A história do Natal está repleta de exemplos da coragem espiritual de que precisamos. Maria teve aquela força serena que a manteve decidida a servir a Deus, com um senso de vida mais espiritual do que o mundo oferecia. Ela estava disposta a acreditar e a se preparar para algo revolucionário ― conceber e dar à luz, ainda virgem, ao bebê de Belém ― o que ia totalmente contra o raciocínio humano e as “leis” materiais. José encontrou a disposição para apoiar essa ideia correta e, mais tarde, para atender ao aviso do anjo para fugir de Herodes, e proteger o bebê.

Tudo isso possibilitou o advento de Jesus de Nazaré, que abençoou e mudou o mundo. Hoje precisamos, com base naquelas mudanças, ter também a coragem de ir contra a mentalidade do mundo e servir a Deus, reconhecendo que o Espírito divino é a origem e a Vida de tudo. Isso resulta em vidas preenchidas com as boas qualidades de Deus e com a cura que essas qualidades realizam em nosso corpo e em toda a nossa experiência.

Essa disposição de ir contra a maneira geral de pensar me salvou em mais de uma ou duas ocasiões. Há alguns anos, ela provou ser fundamental para curar dores no peito, as quais eu vinha sentindo havia algum tempo. Tal como costumava fazer, recorri à oração para resolver esse problema.

Ao orar, sempre me lembro de que Deus, o Amor infinito, é a essência de nossa vida. Essa maneira de pensar e orar pode ser reconfortante e sanadora. Mas ela precisa continuar a se expandir ― ser plenamente compreendida, a fim de continuar a nos curar e a nos fortalecer.

Ao examinar essa base espiritual de maneira mais minuciosa e profunda, compreendi claramente que, sendo Deus a Vida e o Amor, nossa vida deve ser a expressão do Amor e totalmente isenta de ego. Por isso, não pensamos simplesmente em viver de modo confortável e agradável para nós mesmos, mas em ter como propósito de vida ajudar a manifestar a natureza espiritual da Vida e, assim, contribuir para o progresso de todos. Ao fazermos isso, estamos assumindo e pondo em prática a própria essência do Natal.

Orando assim, percebi que meu coração, considerado metaforicamente como meu “motor”, está inteiramente destinado a bater pelo progresso espiritual da humanidade. Esse “motor” não deve buscar e realizar apenas o que é bom para mim. Esse seria o modelo mortal, que põe a perder a força daquele Amor que sustenta o universo. Nosso “motor” provém de Deus. Seu objetivo, portanto, é nos manter agindo de acordo com Deus. Eu entendi que, se quisesse que meu coração fosse forte, precisava sentir mais a força espiritual que é inata em nós e que nos permite trabalhar para Deus, o bem, hoje mais do que ontem. Realmente, eu estava adquirindo um senso mais elevado do Amor, que é o Espírito divino de nossa vida.

Tudo isso mudou meu estado de consciência, melhorando minha saúde e minha força. Deixei de sentir aquelas dores no peito. E depois disso, tenho dado prioridade a compreender mais a Deus e expressar Seu amor. Com isso quero dizer, não buscar o mais fácil e agradável, mas enfrentar situações difíceis com a intenção de vê-las redimidas e curadas, a fim de engrandecer a Deus. Essa é a verdadeira coragem natalina de que o mundo necessita e que, tanto individual como coletivamente, nos salvará das dificuldades.

Se quisermos mais força e saúde para nós mesmos e para a humanidade, precisamos recorrer mais à nossa coragem inata, o que não significa simplesmente desejar o bem para nós mesmos, mas, sim, desejar uma mudança radical para o mundo. Essa coragem é o que mantém nosso foco na luz que trazemos conosco e, assim, damos testemunho da ideia espiritual presente em nossa consciência. É a confiança de que tudo será resolvido com o empenho de realmente amar, de realmente dar testemunho do Cristo, a ideia espiritual de Deus. É a coragem de atestar que é essa ideia o que nos define individual e coletivamente, e não o mundo ou quaisquer condições físicas que enfrentemos. Desse modo, ajudamos a mudar o mundo, a curar o mundo. 

A consciência do Amor, a qual nos leva a expressar esse Amor, é a verdadeira consciência do Cristo. Por isso, precisamos nos empenhar em demonstrar mais a Deus em nossa vida, superando os pensamentos opressivos que sugerem que somente a matéria determina tudo ― que só nos resta disputar uma posição agradável para nós mesmos.

As qualidades vindas de Deus, inclusive a coragem evidente na história do Natal, são as que nos movem a seguir em frente. E à medida que essa verdadeira coragem cristã é mais amplamente compreendida e praticada, chegamos à consciência espiritual que tem solução para tudo, que ajudará a humanidade a ter mais saúde, a enfrentar as guerras e a libertar-se da angústia da mudança climática.

Isso é algo profundamente bíblico. É o poder do bem supremo sobre todo o mal. É a linda verdade espiritual, revelada no nascimento de Cristo Jesus, ganhando força em nosso pensamento e vencendo a horrível mentira de que o homem seja dependente da matéria. Jesus disse: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34). Porventura, não seria essa espada aquela compreensão espiritual que nos liberta do pensamento materialista? Aquela compreensão que exige a coragem de tomar posição a favor da Verdade que é inerente à mensagem do Natal? 

Mary Baker Eddy escreve: “Depois que as estrelas juntas cantaram e que tudo era harmonia primeva, a mentira material fez guerra contra a ideia espiritual; mas isso apenas impeliu a ideia a se elevar ao zênite da demonstração, destruindo o pecado, a doença e a morte, e a ser arrebatada para junto de Deus ― isto é, a ser percebida no seu Princípio divino” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 565).

Vemos a ideia espiritual representada de maneira mais completa, manifestando-se em demonstração, por meio da vida de Cristo Jesus. É essa ideia mais elevada da Vida que celebramos no Natal. E a cada dia podemos vê-la mais plenamente representada em nossa própria vida e na vida de outras pessoas.

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