Depois de me formar na faculdade, trabalhei em uma loja de varejo de uma grande companhia. Não parecia haver muitas perspectivas de promoção naquela empresa, então comecei a procurar outro emprego, algo que eu já havia tentado algumas vezes antes, sem muito êxito.
Quando pedi a um praticista da Ciência Cristã que me ajudasse por meio da oração, sua resposta mudou meu pensamento, da descrença para a esperança. Ele me lembrou que Deus é o nosso verdadeiro empregador e a fonte de nosso suprimento, portanto, eu deveria sempre começar minha busca por emprego colocando a Deus em primeiro lugar.
Isso me ajudou a ver que essa procura não se dava no reino físico dos prédios de tijolos e cimento, nem dependia de escolhas feitas pelos empregadores; ela acontecia, de fato, no universo verdadeiro e espiritual, no qual a perfeita expressão de Deus, o homem, tem sempre uma atividade remunerada. A Ciência Cristã revela que nosso verdadeiro trabalho é expressar as qualidades de Deus, ao que, inevitavelmente, seguem-se bênçãos. Cristo Jesus nos instrui: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Ao ler regularmente o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, e estudar diversas passagens bíblicas — inclusive o Salmo 91 e o Sermão do Monte — compreendi que Deus é o Amor todo-poderoso e sempre presente, que supre abundantemente toda a Sua criação espiritual, na qual estou incluído. Diversos hábitos antigos e alguns incômodos físicos simplesmente se dissiparam, durante esse período. Eu estava tão grato pelo progresso que vinha fazendo, que comecei a frequentar com regularidade uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, e acabei por me filiar tanto a essa igreja quanto À Igreja Mãe (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston).
Buscar uma melhor compreensão a respeito de Deus e colocá-Lo acima de tudo foi o início de uma jornada espiritual que me levou não apenas a um trabalho mais satisfatório, mas também a práticas comerciais mais justas e harmoniosas por parte de meu empregador.
Certo dia, enquanto eu participava de uma reunião estratégica com meu chefe, fui convidado a me reunir com o gerente sênior, no seu escritório. Apesar de eu jamais imaginar que teria um futuro naquela companhia, esse gerente sênior me ofereceu uma promoção que incluía um aumento, um carro da companhia e uma sala exclusiva para mim. Além disso, ele designou um mentor para me dar treinamento. Esse novo cargo coincidiu com minha recente cura do medo de falar em público, a qual foi especialmente oportuna, pois minhas novas atribuições incluíam falar com frequência para grupos de funcionários da empresa.
Senti a mão de Deus nesse novo cargo, e voltei para casa agradecendo-Lhe por ter me mostrado quem é meu verdadeiro empregador.
Dois anos depois, minha companhia foi acusada de fraude. As acusações vieram tanto da agência reguladora do governo quanto de uma emissora local de tv, que havia colocado indivíduos infiltrados em diversas de nossas lojas. A publicidade foi tanta que alguns, na matriz, acreditaram que nossa firma seria multada pesadamente ou até mesmo fechada. Foi criado um novo cargo para lidar com essa questão, e eu fui a pessoa em quem eles confiaram para ocupá-lo.
Em vez de ficar intimidado por essa nova atribuição de grande relevância, vi, mais uma vez, que a mão de Deus estava em ação. Com a melhor compreensão que eu adquirira a respeito de Deus, pude enfrentar essas acusações sem medo. Outro funcionário, que tinha experiência com a mídia, foi designado para lidar com a emissora de tv, enquanto eu trabalhava com a agência reguladora. As acusações eram de que, em diversas das nossas lojas, os clientes estavam sendo forçados a adquirirem serviços desnecessários.
Afirmei em oração que Deus nunca criou homens ou mulheres desonestos. Por ser a Verdade divina, Deus expressa integridade em toda a Sua criação, e pensei em algumas das qualidades espirituais que o Apóstolo Paulo menciona em uma de suas epístolas: “…o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22–23). Orei para ver que essas qualidades vindas de Deus são inatas e manifestas em todos nós.
A palavra amor, em especial, chamou minha atenção. Por que é que eu deveria temer os auditores do governo, quando cada um é expressão de Deus, o Amor, visto que “contra essas coisas não há lei” e o amor é uma dessas coisas? Essa preparação espiritual silenciou o medo e deu-me confiança para entrar em contato com esses agentes e marcar uma reunião.
Eles me apresentaram uma profusão de alegações alarmantes. Eu sabia que aquele não era o momento de me colocar na defensiva, nem de dar explicações demoradas. De fato, me esforcei para ser respeitoso, fazer perguntas e, acima de tudo, ouvir a orientação de Deus. Veio-me à lembrança esta afirmação bíblica: “…a peleja não é vossa, mas de Deus. …tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos dará…” (ver 2 Crônicas 20:15, 17).
Os auditores haviam fiscalizado diversas das nossas lojas, e reportaram que não havia indícios de fraude. Ressaltaram, porém, que nossa equipe de vendas não estava fazendo um bom trabalho na prestação de informações completas aos clientes. O fato de os auditores terem constatado que nossa operação de varejo era essencialmente honesta foi uma boa notícia, tanto para a gerência local quanto para a diretoria geral. A exigência que fizeram, contudo, foi a de que nossa companhia passasse a emitir notas de venda corretamente documentadas, caso contrário, haveria o risco de ter de conceder aos clientes o reembolso total. Isso nos surpreendeu. A princípio, a gerência local colocou obstáculos a essa condição, acreditando que um procedimento tão detalhado inibiria a nossa equipe de vendas. Mas achei que essa solicitação dos auditores estava em linha com o governo supremo e veraz de Deus e era, portanto, uma boa prática de negócios, coerente com a Regra Áurea.
Com isso em mente, reuni-me com o gerente sênior e expliquei as exigências dos auditores. E ele concordou. Pediu-me que conduzisse uma série de sessões de treinamento, por todo o estado, sobre os procedimentos corretos na emissão e documentação das notas de venda. Nossa equipe de vendedores fora treinada para ser enérgica em vencer as objeções e a resistência dos clientes; o novo enfoque, de abertura e transparência total, mudou o método de venda para uma abordagem cortês e verdadeiramente atenciosa. O resultado foi a redução no número de reclamações e o aumento nas vendas.
Continuei a me reunir com os funcionários da agência reguladora a cada trimestre, o que resultou em uma relação harmoniosa — tanto que fui promovido a uma nova posição na empresa, não muito tempo depois. Tornei-me parte de uma equipe de treinamento, que fez da total transparência a base das práticas de venda da empresa, em nível nacional.
Paulo escreve: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens” (Romanos 14:17–18).
Ao analisar minha carreira profissional, percebo que fazer da integridade e da honestidade a base do trabalho da companhia cumpriu o propósito de Deus. Sou extremamente grato à Ciência Cristã. Esse estudo não apenas mudou minha vida para melhor, mas também me tornou capaz de contribuir substancialmente para o bem comum.
