Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

PARA JOVENS

Eu percebi que queria perdoar

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 27 de janeiro de 2025


Durante muito tempo, pensei que não seria possível perdoar. Aliás, se eu achasse que alguém havia me prejudicado ou sido injusto comigo, sentia-me no direito de guardar rancor até conseguir não pensar mais no assunto. Isso não significava perdão, eu ficava remoendo a raiva até não sentir mais raiva. Contudo, há uns dois anos, alguma coisa mudou.

No último ano do ensino médio, eu estava animada para ir ao baile do fim do ano letivo. Uma de minhas amigas perguntou se poderíamos ir juntas, já que nenhuma das duas tinha namorado, e eu concordei.

Mas, conforme a data do baile se aproximava, minha amiga parecia menos animada. Quando falamos sobre isso, ela disse que não queria mais ir ao baile, porque precisava se concentrar em outras coisas. Fiquei decepcionada, mas compreendi. 

Decidi ir ao baile com outras amigas, e estava ansiosa pela chegada do dia. Mas, quando fui comprar o convite, a moça que me atendeu comentou que minha amiga iria ao baile com outra pessoa. Fiquei arrasada, mas, o que mais me chateou, foi pensar que ela havia mentido para mim. Fiquei com muita raiva.

A festa foi muito boa, mas, nos meses seguintes, houve momentos em que eu sentia um grande ressentimento com relação à minha amiga. Conversei com ela sobre isso, e ela pediu desculpas. Mas não admitiu que havia mentido para mim, e eu não conseguia deixar de pensar em todos os detalhes que indicavam que ela mentira, sim. Cada vez que parecia que eu estava superando a situação, a raiva voltava. A ideia de ter sido traída pesava muito.

Certa noite, desandei a chorar. Dei-me conta de que a raiva não iria simplesmente desaparecer por si mesma, e que eu tinha de fazer alguma coisa. Como havia frequentado a Escola Dominical da Ciência Cristã desde pequena, eu sabia que, se me voltasse para Deus, poderia pelo menos sentir algum consolo. Mas, por muito tempo, eu havia acreditado que só poderia buscar a Deus para determinados problemas — como se houvesse casos insignificantes demais para Deus, pois Ele tinha assuntos mais importantes a tratar.

Naquela noite, li trechos de algumas obras de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, as quais me confortaram. Duas ideias simples, mas poderosas, que se destacaram para mim, foram estas: “A Verdade é o remédio de Deus para o erro de toda espécie, e a Verdade só destrói o que não é verdadeiro” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 142–143), e: “Na Ciência divina, Deus é reconhecido como o único poder, a única presença e a única glória” (Não e Sim, p. 20).

Essas verdades me ajudaram a compreender que a Verdade, Deus, é o remédio para todo tipo de problema, não apenas para os grandes problemas ou doenças. Ponderei bastante sobre essas ideias e me empenhei em tentar perdoar.

Enquanto me debatia com a ideia de perdoar essa amiga, eu me lembrei de que, por sermos a criação de Deus, todos temos origem na perfeição. Lemos na Bíblia, no primeiro capítulo do Gênesis, que somos criados perfeitos — à imagem e semelhança de Deus. Somos infinitamente amorosos e puros, tal qual Ele nos fez. Essas qualidades são indestrutíveis. Eu sabia que essas afirmações eram verdadeiras a respeito de minha amiga e de mim mesma e, ao aceitar o fato de que ela era realmente constituída dessa forma, eu me senti mais em paz a respeito da situação.

Hoje, eu encaro o perdão de maneira diferente. Entendo que perdoar é compreender que as ações errôneas não fazem parte de Deus nem de Sua criação; portanto, não são a realidade a respeito de ninguém. Isso não justifica as más ações de ninguém, mas pode nos ajudar a ver as pessoas pelo que elas são espiritualmente, e a nos libertar do ressentimento e da mágoa.

Minha libertação completa do ressentimento com relação à minha amiga ocorreu certa noite, na igreja, quando cantamos o hino intitulado “Oração Vespertina da Mãe”, cuja letra é um poema escrito por Mary Baker Eddy. Eu havia ouvido esse hino do Hinário da Ciência Cristã a minha vida toda, mas, naquele momento, estes versos chamaram minha atenção: 

Feliz me faz’ por meu atroz chorar,
Por desalento, ingratidão, desdém.
Espera, ama, ante ódio e mal,
Pois perda é ganho. Deus é o sumo bem.

(Hino 207–212, trad. © CSBD)

A ideia contida no verso: “Espera, ama, ante ódio e mal” calou profundamente em mim. Às vezes é tão fácil ficarmos presos a emoções como raiva e tristeza! Pode parecer gratificante guardar rancor contra alguém que nos magoou. Na situação com minha amiga, eu estava carregando aquele ressentimento comigo e, embora inicialmente isso não me incomodasse tanto, era muito ruim sentir-me assim o tempo todo. Ser incapaz de perdoar estava sendo um peso para mim. 

Mas, reconhecer que, em realidade, Deus criou todos os Seus filhos para amarem, incapazes de prejudicar ou magoar os outros, é uma ideia libertadora! Quando finalmente reconheci que minha amiga era uma filha perfeita de Deus e, portanto, não podia me magoar, consegui perdoá-la, e me senti livre. Dei-me conta de que esperar e amar ante “ódio e mal” era o modo como eu queria seguir adiante.

Sou imensamente grata a Deus por minha nova compreensão a respeito do perdão.  

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

More web articles

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.