Minha esposa e eu estávamos brincando com um gatinho, quando de repente ele mordeu meu dedo. Reagi com um “Ai!” Enquanto examinava o dedo, minha esposa balançou a cabeça e disse: “Para alguém que costuma afirmar que estamos seguros sob os cuidados de Deus, você está dando muita importância a uma dorzinha”.
Minha esposa não estava sendo rude. Estava me encorajando a pôr em prática a compreensão espiritual que os Cientistas Cristãos aplicam para ajudar e curar a si mesmos e aos outros. Reconhecer que Deus, o Espírito, nos criou espiritualmente permite que nos libertemos da dor, eliminando suas causas mais frequentes: o medo, a ignorância e o pecado. No entanto, em vez de aceitar as palavras dela como encorajadoras, pensei: “Se é isso que ela acha, não vou dizer nada da próxima vez em que sentir dor”.
Esse pensamento proveniente do orgulho recebeu a repreensão logo na manhã seguinte quando, embora tivesse já passado a dor da mordida do gatinho, acordei com uma dor intensa e inexplicável no ombro, e não consegui ocultá-la de minha esposa. Depois de ela me ajudar a vestir a camisa e a jaqueta, telefonei a um praticista da Ciência Cristã para pedir ajuda por meio da oração.
Assim como ocorre com outros pecados, o orgulho tem consequências desagradáveis, aliás, ruins. Aprendemos na Ciência Cristã que em realidade somos criados por Deus, a Mente, e somos ideias espirituais, e que o corpo pode ser afetado de modo negativo pelo pensamento. Por isso, visto que a vida é um estado de consciência, é importante reconhecer que uma circunstância adversa, ao invés de se resumir a identificar falhas, ou atribuir culpa a alguma coisa ou a alguém é, na verdade, uma oportunidade para redescobrirmos e provarmos que somos inteiramente espirituais.
Sermos espirituais significa que temos valor, dignidade, integridade e propósito outorgados por Deus. Significa que somos calmos e construtivos, nunca precipitados ou destrutivos em relação a nós mesmos ou a outros. Significa que temos saúde e integridade inatas. E, por meio da Ciência Cristã, aprendemos como impedir a influência que o pecado alega exercer em nossa vida. Quando nos apartamos do pecado, eliminando os pensamentos pecaminosos, somos capazes de agir como a expressão de Deus, livres do pecado, como sempre fomos.
Pecados graves, considerados os mais ofensivos, sem dúvida precisam de correção. No entanto, mesmo pequenas fraquezas éticas e morais devem ser corrigidas, nunca ignoradas, pois elas também geram consequências adversas. E o pecado, seja de que espécie for, não corresponde à nossa natureza espiritual pura, criada e mantida por Deus.
Quando precisamos orar a respeito de um problema físico, é contraproducente procurar mentalmente por um hipotético pecado oculto, ou alguma outra causa. Isso não faz parte da prática da Ciência Cristã. Contudo se, ao orarmos, descobrirmos que a correção de um pecado é necessária, com frequência esse pecado se destacará e será notado, como uma placa luminosa que precisa ser tirada da tomada.
A oração do praticista que estava me apoiando foi importante para eu compreender que o problema não era físico, mas mental. Quando o orgulho egocêntrico foi eliminado, foi tirado da tomada, com a compreensão de que ele nunca fizera parte de minha identidade, porque não fazia parte do meu Criador, Deus, a dor desapareceu.
O que é que nos leva a agir como se fôssemos pecadores quando, na verdade, somos criados livres do pecado e desejamos fazer o que é certo? O Apóstolo Paulo deu a melhor resposta a essa questão: “…no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. … Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:22–25).
Para compreender como a solução pode ser encontrada em Jesus, é importante discernir a natureza divina e a potência do Cristo. A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, explica: “O Cristo é a Verdade ideal que vem curar a doença e o pecado mediante a Ciência Cristã e atribui todo o poder a Deus. Jesus é o nome do homem que, mais do que todos os outros homens, apresentou o Cristo, a verdadeira ideia de Deus, que cura os doentes e os pecadores e destrói o poder da morte” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 473).
O arrependimento e a transformação ocorrem à medida que, por meio da oração nos tornamos receptivos, e dessa forma, o divino Cristo sanador elimina o mal — que Paulo chamou de “outra lei” — que se oculta em nossa consciência e age como se fosse nosso pensamento. O Cristo nos desperta para uma nova vida, a vida que sempre tivemos como filhos de Deus, e o amor ao ego, bem como as atitudes pecaminosas, dão lugar à alegria espiritual duradoura, à dignidade e à autoridade espiritual que constituem nossa verdadeira natureza, isenta de pecado. Então compreendemos que o único poder verdadeiro é Deus e Seu Cristo, a Verdade.
Embora a Ciência Cristã seja eficaz na cura de problemas físicos resultantes do medo e da ignorância, a Sra. Eddy afirma: “A Ciência Cristã dá grande destaque ao objetivo de curar o pecado…” (Rudimentos da Ciência Divina, p. 2).
Superar o pecado talvez requeira luta, no entanto, podemos persistir na oração que afirma a perfeita natureza que temos da parte de Deus e vigorosamente rejeitar todo o pecado, não importa há quanto tempo tenhamos aceitado qualquer uma de suas formas como parte de nossa identidade. Isso nos permite exercer nossa inata força espiritual e deixar de acreditar na mentira de que o pecado possa jamais ter tido alguma influência sobre o filho de Deus.
Keith Wommack
Membro da Diretoria da Ciência Cristã