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Original para a Internet

Nosso lugar seguro

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 28 de julho de 2025


Certo dia, quando eu estava no ensino médio, fui protegido de me encontrar no meio de um tumulto na escola. Minha mãe era Cientista Cristã e tinha o costume de orar por minhas irmãs e por mim todos os dias. Naquela manhã, ela havia tido a forte intuição de orar em especial por mim. Ela nunca me disse especificamente como orou, mas tenho a certeza de que orou até sentir a tranquilidade e a paz de que eu estava sempre sob os cuidados de Deus.

Se eu estivesse seguindo minha rotina diária na escola, poderia ter facilmente acabado no meio do motim, mas devido a minhas atividades naquele dia, nem vi o que estava acontecendo. Quando, mais tarde, soube da intuição que minha mãe tivera naquela manhã, fiquei grato pela proteção que recebi.

Ao sentir a necessidade, minha mãe começou a orar com as verdades espirituais ensinadas na Ciência Cristã e contidas na Bíblia. Essas verdades há tempos propiciam proteção às pessoas, de diversas maneiras, como evidenciado em inúmeros testemunhos publicados neste e em outros periódicos da Ciência Cristã, contando sobre alguma proteção recebida.

Na Bíblia encontramos afirmações de que nossa segurança e bem-estar estão em Deus. Também encontramos orientação a respeito de como vivenciar o poder protetor de Deus. Por exemplo, um salmo muito apreciado começa assim: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” (91:1, 2). O salmo inteiro é maravilhosamente reconfortante, tão prático em suas promessas de proteção e orientação por parte de Deus, mesmo quando o mal parece estar ao nosso redor. Mas o versículo inicial contém a chave de onde a segurança é encontrada: “no esconderijo do Altíssimo”.

O “esconderijo” não é um lugar físico. A Bíblia revela que Deus é o Espírito infinito, o Amor sempre presente. Por estar em todo lugar, Deus está presente para plenamente cuidar de nós e nos manter em segurança, onde quer que estejamos.

Essa realidade espiritual, na qual todos nós habitamos, parece secreta porque é desconhecida ao pensamento que está amplamente fundamentado na matéria e no materialismo. Os sentidos materiais não estão conscientes da presença amorosa do Espírito, nem do fato de que todos os homens e mulheres, em sua verdadeira identidade, são espirituais e vivem em segurança no Amor.

No entanto, ao longo dos séculos, a presença e o poder de Deus vêm agindo silenciosamente na consciência humana, tornando a realidade espiritual conhecida à humanidade. A Bíblia é a prova disso. Ela registra tanto o propósito quanto a capacidade de Deus de revelar ao gênero humano Sua natureza e poder, proporcionando um entendimento cada vez mais completo da Deidade, na proporção em que o pensamento humano esteja pronto para compreender mais profundamente o Espírito e seu bem infinito.

Esse propósito amoroso e sagrado continua ainda hoje. O Amor divino está sempre presente e por isso continua a universalmente transmitir à consciência humana a compreensão espiritual a respeito de Deus e da verdadeira natureza do homem como a expressão de Deus.

A revelação divina é imparcial. Deus não dá essa compreensão a alguns, deixando outros de fora. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “Na Ciência divina, em que as orações são mentais, todos podem valer-se de Deus como ‘socorro bem presente nas tribulações’. O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a fonte aberta que clama: ‘Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas’ ” (pp. 12–13).

Para que a presença de Deus seja percebida e sentida, o pensamento materialista precisa ceder ao pensamento espiritual do Cristo. É por isso que cada um de nós precisa da “adaptação” e das “dádivas” do Amor divino, a regeneração espiritual do pensamento e do caráter, e o discernimento espiritual que vem do Amor e que nos transforma.

Cristo Jesus sabia que essa transformação era necessária, para que as pessoas pudessem vivenciar a segurança inabalável da união do homem com Deus. Certa vez, Jesus tomou conhecimento de alguns galileus que haviam sido mortos por Pilatos, o governador romano da Judeia, enquanto ofereciam sacrifícios religiosos no templo. Ao comentar sobre esse ato de violência sem sentido, bem como sobre outro evento trágico que era do conhecimento de todos, Jesus disse que as pessoas que haviam morrido não eram mais pecadoras do que outras — e que todos nós devemos nos arrepender, se quisermos estar em segurança (ver Lucas 13:1–5).

A palavra grega para arrepender-se usada nesse relato significa “pensar de maneira diferente”, “reconsiderar” (ver The New Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible [Nova Concordância Bíblica Completa de Strong]). Segundo o livro de Mateus, arrependei-vos foi a primeira palavra que Jesus proferiu, quando começou a pregar: “…Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (4:17).

Durante todo o seu ministério, este foi o significado da mensagem de Jesus: pensar de outra maneira e considerar profundamente nosso verdadeiro relacionamento com Deus, a fim de percebermos por nós mesmos que o reino dos céus está próximo. Os ensinamentos de Jesus exigem de cada um de nós a regeneração espiritual do pensamento, a contínua descoberta de que, agora mesmo, vivemos em Deus, no Espírito, o Amor divino, que é o Criador de tudo, e que, portanto, o Espírito, não a matéria, é a fonte de nossa saúde, integridade, suprimento e segurança.

A segurança é inerente à nossa verdadeira natureza. Por sermos criaturas de Deus, expressamos a natureza de Deus. A imagem do Espírito, por exemplo, é espiritual, harmoniosa e completa. A reflexão da Alma é pura, alegre e livre. Por sermos a expressão do Amor divino, manifestamos eternamente o bem do Amor e habitamos em segurança na total presença do Amor.

Nossa verdadeira identidade espiritual poderia ser comparada a um raio de luz que emana do sol e é sustentado pelo sol. Nada pode destruir o raio do sol. Nada pode ameaçá-lo, feri-lo, aprisioná-lo ou prejudicá-lo. Nada pode roubar-lhe a existência. As nuvens podem escondê-lo, mas ele ainda continua a emanar do sol.

Assim também nossa individualidade criada por Deus é um raio da Vida divina que irradia a plenitude da existência perfeita, ilesa, livre de ameaças e sem medo. Cada um de nós é uma ideia de Deus, o que significa que manifestamos, expressamos, a existência e a natureza de Deus. Por isso, somos completos e harmoniosos e, inerente e fundamentalmente, existimos para sempre na plenitude do bem divino. Isso é o que já somos. Mesmo agora, já somos um com o Amor divino.

Jesus certamente tinha consciência da realidade de Deus e do homem. Ele estava sempre em segurança e não tinha dúvidas quanto a isso, mesmo diante do constante antagonismo e das ameaças. Ele pôde vencer o mal, fosse ele a violência humana ou um evento climático extremo, com suprema confiança na onipresença e onipotência de Deus, o bem divino.

Houve vezes em que Jesus esteva alerta a ponto de evitar o perigo, de manter-se fora do alcance daqueles que estavam tentando acabar com ele (ver, por exemplo, João 11:53, 54). O mesmo Amor divino que guiou e protegeu Jesus também é nosso Deus e protetor. Jesus provou que o cuidado orientador de Deus está sempre presente. Ele fez isso não somente em favor de si mesmo, mas também como exemplo para nós. O Salmo 91 promete que Deus “…aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (versículo 11). E mais adiante a Bíblia diz: “Não temas o pavor repentino … Porque o Senhor será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos” (Provérbios 3:25, 26).

A oração nos ajuda a ceder espaço mental à verdade da sempre-presença e poder de Deus. Em espírito de oração, abandonamos o orgulho e a vontade própria, e com humildade costumamos nos apoiar mais em Deus. Deixar que nossos pensamentos sejam plenamente imbuídos de amor a Deus, a verdadeira Mente do homem, leva naturalmente a pensamentos sábios e construtivos, a decisões e ações que beneficiam a nós mesmos e aos outros. Essa é a ação do Cristo — a Verdade que Jesus personificou e demonstrou — e do Espírito Santo, a Ciência divina do existir, a qual sustentava seus ensinamentos e curas. O Cristo e o Espírito Santo regeneram nossos pensamentos, para que reflitam mais inteligência e o bem.

Deus governava todos os pensamentos de Jesus, por isso seus pensamentos eram sempre puros. Jesus certa vez disse: “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim…” (João 14:30). Nenhum pensamento mundano tinha qualquer atração para Jesus, e essa pura consciência espiritual era sua proteção, uma absoluta arma “da luz” (ver Romanos 13:12) que excluía e impedia todas as tentativas do mal. Nem mesmo a crucificação destruiu Jesus ou interrompeu sua missão. Jesus permitiu a si mesmo ser levado e crucificado, porque sabia que terminaria em sua vitoriosa ressurreição e subsequente ascensão, provando, assim, que sua vida, bem como a vida de todos os filhos de Deus, não estava à mercê da matéria, mas era a expressão do Espírito eterno, Deus.

Seu exemplo de estar sempre em segurança deveria nos encorajar. Jesus sabia que todos nós podemos seguir seus ensinamentos e exemplo, sem precisar dar um salto gigantesco, mas pacientemente seguindo o Cristo a cada dia, um passo de cada vez, obtendo vitórias sobre o senso material e persistentemente alcançando um senso mais elevado e mais espiritual da vida como Deus a criou. Qualquer que seja o grau de arrependimento necessário, chegamos a motivos mais elevados e pensamentos mais puros. Esse tipo de arrependimento nos permite compreender e perceber mais plenamente que o bem é natural e real, e que o mal é desnatural e irreal.

O medo de sermos prejudicados desaparece, quando percebemos nossa herança como progênitos do Amor divino; quando percebemos que nós e todos os filhos de Deus — como uma família harmoniosa e amorosa — vivemos no Amor e somos conhecidos pelo Amor divino, a Mente divina, que é a Mente única e, portanto, a única que conhece Seus filhos. Essa compreensão traz uma expectativa mais consistente de que, por meio do cuidado e da orientação de Deus, encontramos somente a evidência da bondade do Amor, onde quer que estejamos.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Deus não é o criador de uma mente maligna. De fato, o mal não é a Mente. Temos de aprender que o mal é a terrível impostura e irrealidade da existência. O mal não é supremo; o bem não está desamparado; nem são primárias as chamadas leis da matéria, e não é secundária a lei do Espírito. Sem essa lição, perdemos de vista o Pai perfeito, ou seja, o Princípio divino do homem” (p. 207).

Até mesmo uma criança pode sentir-se intuitivamente em segurança no Amor divino, e essa confiança pura das crianças no bem é o que Jesus disse que você e eu devemos cultivar em nós mesmos (ver Mateus 18:2–4). Nosso perfeito Pai-Mãe Deus nos mantém para sempre envoltos no bem onipresente. Como filhos e filhas de Deus, Suas ideias espirituais, não somos mortais nem vulneráveis, mas sim a expressão do que Deus é. Por isso, nunca estamos separados do amor do Amor divino nem da perfeita orientação da Mente divina.

Habitando diariamente na compreensão dessa confortadora verdade protetora, conseguimos orar com eficácia por nós mesmos e pelos outros, incluindo as crianças nas escolas, as pessoas em seu local de trabalho ou nas lojas, aqueles que estão sob a ameaça de eventos climáticos destrutivos, e assim por diante. O gênero humano precisa desse cuidado do Cristo, a Verdade sanadora que Jesus expressava e demonstrava. Fazemos nossa parte pela humanidade ao orarmos para compreender a verdadeira natureza de todos nós como filhos de Deus, que para sempre habitamos sob o cuidado do Amor sempre presente. 

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