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Original para a Internet

Paternidade — a comprovação de que a criação de Deus é completa

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 7 de agosto de 2025

Original em alemão


Desde o nascimento de nossa filha, há oito anos, perspectivas de vida completamente novas se abriram para mim e para minha esposa, como provavelmente acontece com muitos pais. Talvez, dificilmente haja algum outro evento que transforme as expectativas de alguém de maneira tão profunda e permanente, quanto o nascimento de um filho.

Além de pai, também sou praticista da Ciência Cristã. Por isso, na criação de minha filha, naturalmente costumo adotar uma abordagem fundamentada na oração. Alguns dos aspectos sobre os quais ponderei, no início dessa nova jornada, foram: O que realmente significa ser pai? Como podemos considerar a paternidade espiritualmente, e aplicar a compreensão espiritual adquirida pelo estudo da Ciência Cristã?

Comecei a buscar nos livros-textos da Ciência Cristã, a Bíblia e a obra principal de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pontos de partida e orientações inspiradas que pudessem servir como uma base estável para a criação de um filho. No capítulo intitulado “O matrimônio”, Ciência e Saúde explica: “Toda a educação das crianças deve visar à formação de hábitos de obediência à lei moral e espiritual, com a qual a criança possa enfrentar e vencer a crença nas chamadas leis físicas, crença essa que engendra a doença” (p. 62). Lemos em Efésios: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (6:4), e em Deuteronômio: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (6:5). Essas ideias me encorajaram a adotar uma abordagem profundamente espiritual na criação de minha filha.

A resposta de Cristo Jesus à pergunta: “…Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?”,  feita por seus discípulos, tornou-se meu ponto de partida. Ele respondeu, dizendo que deveriam se tornar como crianças, se quisessem entrar no “reino dos céus” (ver Mateus 18:1–5). Para mim, essa resposta estabelece um ótimo padrão para a educação das crianças e nossa interação com elas. Jesus não as via imaturas, incompetentes ou como recipientes vazios a serem preenchidos. Pelo contrário, Jesus as apresenta como possuidoras das qualidades ideais a serem imitadas. Isso me proporcionou uma base para que eu visse minha filha a partir de uma perspectiva totalmente diferente, ou seja, como uma filha de Deus, uma expressão individual perfeita e completa do Amor divino.

Então, passei a me esforçar para tratá-la de acordo com essa perspectiva. Pensei na Regra Áurea, contida no Sermão do Monte proferido por Jesus: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles…” (Mateus 7:12). Entendi claramente que, como todos nós gostamos de ser tratados como membros plenos da sociedade, aqueles com quem interagimos também gostam disso, e não querem ser tratados com menosprezo ou condescendência.

Comecei a falar com minha filha como falaria com um bom amigo, com bondade e respeito. No início, ela[SMS1]  empregava outras formas de comunicação, como chorar e atirar coisas, mas cabia a mim a responsabilidade de reconhecer e interpretar suas atitudes da maneira correta. Parei de agir como se estivesse dizendo: “Eu sou o chefe aqui e vou explicar para você o que é o mundo”, e comecei a compartilhar a experiência de descoberta e progresso, procurando ouvir junto com ela, mesmo quando a estava orientando. Nosso Pai-Mãe, Deus, era responsável por nós dois. Meu papel consistia em ficar atento à direção indicada pelo Amor divino e confiar em que a plenitude de minha filha se revelaria naturalmente. Logo percebi que, quanto mais clara se tornava para mim a verdade de que a identidade dela era completa e perfeita, mais claramente essa verdade se tornava visível para nós dois.

Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy define homem como a “…ideia composta que se origina no Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a plena manifestação da Mente” (p. 591). Uma das demonstrações mais evidentes dessa maravilhosa descrição da ideia de Deus —cada um de nós é essa ideia — ocorreu quando minha filha tinha quatro anos e nos mudamos de Milão, na Itália, para Berlim, na Alemanha. Até então, ela falava muito mais italiano do que alemão, embora tivesse sido criada falando os dois idiomas. Quando falavam com ela em alemão, ela entendia, mas sempre respondia em italiano.

Pouco tempo depois da mudança, porém, nós a ouvimos falar em alemão com as crianças da vizinhança. Dois meses depois, quando começou a frequentar a pré-escola, as professoras, que acreditavam que ela precisaria de uma atenção especial devido à natural barreira linguística, ficaram impressionadas ao vê-la brincar com seus novos amigos falando alemão sem sotaque. Seis meses depois, durante um exame de saúde obrigatório, o médico da escola nos disse que nunca tinha visto uma criança com um vocabulário como o dela, apesar de ela ter vindo de outro país.

Esses fatos me mostraram que minha filha, como qualquer outra criança, é a “plena manifestação da Mente”. A Mente divina não é limitada pelo idioma; portanto, sua expressão, o homem, também não é. Nada pode impedir a manifestação da inteligência e da ação provenientes da Mente. Eu e minha esposa estávamos, e continuamos, aprendendo a reconhecer que nossa filha é a expressão completa das qualidades divinas. O fato de sermos pais não significa que sejamos os criadores de nossos filhos, de seus talentos, capacidades e interesses. Somos testemunhas de que eles são completos, e podemos atentar para o conhecimento inato que cada criança tem sobre si mesma — conhecimento esse que vem de Deus — e que ela nos mostra.

 

Uma declaração que ouvimos uma vez por mês, nos cultos dominicais da Ciência Cristã, também tem me ajudado muito. Trata-se da “Regra para motivos e atos”, do Manual dA Igreja Mãe, de Mary Baker Eddy, e que diz: “Nem a animosidade nem o mero apego pessoal devem determinar os motivos e os atos dos membros dA Igreja Mãe. Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete a suave harmonia do Amor, repreendendo o pecado, praticando a verdadeira fraternidade, misericórdia e perdão. Os membros desta Igreja devem vigiar e orar diariamente para ficarem livres de todo o mal e para não serem induzidos a profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou serem influenciados erroneamente” (p. 40).

A última frase me tem sido especialmente útil. Considero a paternidade como uma oportunidade de nutrir um relacionamento amoroso de progresso conjunto com nossos filhos, sem condená-los (mas condenando e rejeitando o erro impessoal), aconselhá-los ou influenciá-los incorretamente. Em outras palavras, é essencial, na família, deixar espaço para que o relacionamento de cada um com Deus e o desenvolvimento espiritual individual se desdobrem, guiados e inspirados pelo Amor divino, não impostos pela vontade pessoal ou opiniões humanas. O relacionamento de companheirismo com nossos filhos se torna uma oportunidade para cada membro da família expressar habitualmente suas qualidades espirituais inatas, como paciência, humildade, compaixão e desprendimento, que se desenvolvem a partir de uma compreensão mais profunda a respeito de Deus.

A paternidade é uma jornada contínua e tem sido uma experiência de aprendizado para mim, pois percebo os muitos caminhos disponíveis para minha filha, para que ela vivencie o progresso correto, bom e perfeito que seu amoroso Pai-Mãe Deus está desdobrando na experiência dela. É uma alegria e um privilégio progredir junto com ela.

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