Alguns anos atrás, recebi um e-mail dizendo que eu precisava atualizar um aplicativo de segurança. A mensagem parecia ser verdadeira, e incluía um número de telefone para o qual eu deveria ligar para concluir a operação. Quando liguei para aquele número usando meu telefone fixo, acabei me envolvendo em uma conversa com uma pessoa cujas intenções não me pareceram muito claras. Mesmo assim, por alguma razão, não segui minha intuição inicial de encerrar a ligação.
Ao perceber que estava enredada em uma situação que provavelmente era fraudulenta e poderia custar caro, eu disse ao homem que não queria saber da operação que ele estava propondo. Mas, ainda assim, eu não achava que deveria desligar. Ele argumentou tentando me convencer, e dei-me conta de que eu precisava levar esse assunto para Deus, ou seja, eu precisava orar.
Ficou claro para mim de que se tratava de um caso em que era necessário seguir este ensinamento de Jesus: “…amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem…” (Mateus 5:44).
Interrompi aquela conversa, e disse ao homem que eu iria orar. Para minha surpresa, ele respondeu, sem hesitar, que esperaria até eu terminar a oração. Imediatamente, comecei a orar em silêncio, que é o que eu deveria ter feito desde o momento em que percebi a natureza duvidosa daquela ligação.
Em minha oração afirmei que, na realidade, aquele homem era um filho de Deus, espiritual e puro. Ele não era um mortal imperfeito, capaz de realizar atividades ilícitas ou de pensar em realizá-las. Além disso, não era meu inimigo e, por ser um filho de Deus como eu, era amado pelo mesmo divino Pai-Mãe que me amava. Ninguém fica de fora do amor que Deus tem por Sua criação. Não me lembro de quanto tempo fiquei orando, mas essa oração me deixou confiante e menos preocupada. Sabia que podia confiar em Deus para que Ele guiasse minhas ações, bem como as do homem com quem eu estava falando.
Então perguntei ao homem se ele continuava na linha. Ele continuava, e imediatamente começou a me dizer o que eu deveria fazer para finalizar a operação.
Escutei, sabendo o tempo todo que deveria ficar em silêncio e ouvir a Deus. Em seguida, o homem me disse para ir até um determinado estabelecimento para fazer uma compra. Por mais estranho que possa parecer, eu me sentia confiante, sabendo que Deus estava no total controle da situação. Seguindo a recomendação do homem, deixei meu computador ligado e meu telefone fora do gancho.
Estacionei meu carro, entrei no estabelecimento e aguardei para ser atendida. Uma gerente de departamento veio me atender e expliquei-lhe a situação. Ela disse que aquele estabelecimento tinha tido outros casos de compras similares que se haviam revelado fraudulentas, e que se eu acreditava que estava sendo envolvida em algo ilícito que me incomodava, ela se colocava à minha disposição para ajudar.
Essa era a resposta de que eu precisava! Deus havia me guiado para a pessoa certa e para o lugar onde essa situação poderia ser completamente resolvida. Nós nos sentamos, liguei para meu banco, e todos os detalhes foram resolvidos. Imagine a gratidão que eu senti!
Ao voltar para casa, ainda com muita gratidão, desliguei o computador e o telefone. Continuei a agradecer ao meu Pai-Mãe Deus por Sua orientação e pelo Seu amor por mim, mas também por Sua correção amorosa do homem que havia me telefonado e que, nesse caso, não conseguira concluir uma ação ilegal.
O funcionário do banco e a gerente da loja me alertaram que, caso eu recebesse mais ligações do mesmo homem nos dias seguintes, eu não deveria atendê-las. Isso de fato aconteceu, e ignorei todas as chamadas. Não houve consequências. Também escrevi uma carta à empresa, expressando minha gratidão pelo profissionalismo e ajuda prestados pela gerente da loja.
Essa experiência me comprovou que não existe situação alguma, mesmo em um mundo repleto de tecnologia, que não possa ser resolvida e curada com a aplicação dos ensinamentos da Ciência Cristã.
Carolyn Wicker
Englewood, Colorado, EUA