Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Será que o pesar é o preço que pagamos por amar?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 30 de outubro de 2025


Neste ano que passou, houve duas perdas significativas em minha família. Perdi meu avô, que era um herói para nós, seus quatro netos, e meu marido perdeu a avó, que ele adorava.

Comecei a estudar a Ciência Cristã há três anos. Com esse estudo, aprendi que nossos entes queridos nunca morrem de fato, mas simplesmente passam para uma nova experiência de vida. É reconfortante saber que ninguém jamais está fora do cuidado todo abrangente de Deus. Contudo, quando enfrentamos esses momentos de pesar, ainda sofremos.

Uma frase que ouvi meus parentes, que não são Cientistas Cristãos, usar frequentemente nos momentos mais difíceis é: “O pesar é o preço que pagamos por amarmos”. Era um conforto para alguns, mas não para mim. Como o amor poderia ter um preço desses?

No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, sua obra principal a respeito da cura pela Ciência Cristã, Mary Baker Eddy define a Deus como: “O grandioso Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, todo-amoroso e eterno; o Princípio; a Mente; a Alma; o Espírito; a Vida; a Verdade; o Amor; toda a substância; inteligência” (p. 587). O Amor — com A maiúsculo — significa Deus, ou seja, o Amor é sinônimo de Deus. Por compreender isso, o comentário de meus amigos e familiares faz ainda menos sentido para mim. Como poderia o Amor onipresente e todo-poderoso, que é Deus, exigir em pagamento a perda de um ente querido? Como pode o Amor, que está em toda parte, o tempo todo, ser usado como moeda de troca?

Para encontrar uma mensagem que pudesse aplacar o pesar que eu e minha família estávamos sentindo, recorri à Bíblia e a Ciência e Saúde, que constituem o pastor da Igreja de Cristo, Cientista. Nesse estudo, eu me deparei com dois versículos bíblicos que me proporcionaram apoio e conforto em minha oração. O primeiro está no Sermão do Monte, que Jesus proferiu a seus seguidores: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:4).

Nessa seção, que é conhecida como a das Bem-aventuranças, Jesus revela o cuidado todo abrangente que Deus, o Amor, tem por nós. Ele fala dos atributos, ou qualidades, de Deus, os quais não dependem da emoção humana. Não precisamos nos sentir felizes em vez de tristes para sermos abençoados ou bem-aventurados, nem somos obrigados a tentar ficar felizes por meio da força de vontade pessoal — que não tem nenhuma participação na compreensão espiritualmente científica do existir — porque contamos com o constante conforto espiritual de Deus.

Por exemplo, podemos sentir tristeza pela aparente perda de um ente querido ou de uma oportunidade, ou podemos lamentar um erro cometido. Mas isso não é uma espécie de preço que precisamos pagar, porque a obra de Deus já está feita. O amor de Deus está em toda parte; somos abençoados por esse amor embora estejamos tristes, e somos abençoados por esse amor quando o pesar e suas nuvens começam a se dissipar.

A Sra. Eddy nos diz: “As experiências difíceis comprovam que Deus cuida de nós” (Ciência e Saúde, p. 66). É compreensível que nos sintamos tristes por um período de tempo, mas quando elevamos nosso pensamento acima do que parece ser uma perda, e nos conscientizamos espiritualmente de que nada de bom se perde, finalmente nos sentimos reconfortados. Nada jamais se perdeu de Deus, que é o Amor e a Vida. Ao compreender isso, recebemos não apenas conforto, mas também uma perspectiva espiritual de vida mais elevada e mais alegre.

O segundo versículo que me ajudou muito encontra-se em Salmos, e diz: “…Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (30:5). Com essas palavras, o Salmista nos anima a reconhecer a alegria que sentimos quando nos volvemos da alegação de que houve uma perda material e nos voltamos para a verdade espiritual — e sua bênção.

Um dos últimos capítulos de Ciência e Saúde consiste em um glossário de termos bíblicos frequentemente usados e sua interpretação metafísica, que nos ajuda a compreender o significado espiritual dessas palavras. Em relação a esse versículo de Salmos, há duas definições importantes: “Manhã. Luz; símbolo da Verdade; revelação e progresso” e “Noite. Escuridão; dúvida; medo” (Ciência e Saúde, pp. 591, 592). Ao considerar essas duas definições, ponderei sobre o versículo bíblico de um modo que me inspirou profundamente: “Pode vir o choro [durante um período de dúvida], mas a alegria vem [com a revelação da Verdade, Deus]”.

Às vezes, a escuridão do senso material de vida parece tão vasta, tão real, que é difícil enxergar com clareza, especialmente quando alguém que muito amamos parece tão distante. Somente voltando-nos para Deus e reconhecendo que a luz da Verdade está em toda parte, a todo instante, é que podemos perceber que não há noite, nem medo, nem dúvida, e que nossos entes queridos nunca partiram, morreram ou se separaram do Deus que continuam a refletir eternamente.

Jesus nos exorta a elevarmos nossa compreensão a respeito das bênçãos de Deus, as quais fluem continuamente, e o Salmista nos diz que, embora a noite traga dúvidas, a alegria da Verdade vem com a luz da manhã. Mas, como podemos permanecer nessa luz? Quanto mais alto nos elevamos na compreensão espiritual, mais luz vemos. Deus não diz: “Se você fizer isso ou se me der aquilo, Eu o abençoarei”. Ele também não diz: “Você deve ser assim ou pensar dessa maneira para que Eu o ame”. Em vez disso, cabe a nós, seja por meio de grandes saltos ou pequenos passos, ir para a luz e ver as bênçãos que o Amor divino está nos outorgando sempre.

Uma das minhas citações favoritas de Ciência e Saúde é: “ ‘Deus é Amor.’ Mais do que isso não podemos pedir, mais alto não podemos olhar, mais longe não podemos ir” (p. 6). O pesar não é o preço que pagamos pelo amor, em realidade o pesar é o senso errôneo que se origina nos sombrios conceitos de que a vida e o amor sejam materiais e finitos. Isso fica claro à medida que nosso pensamento progride e alcançamos a consciência espiritual do existir.

Essa plataforma elevada de pensamento espiritual, que o Salmista reconheceu e Jesus demonstrou, é o fundamento no qual todos nós já estamos. O amor que sentimos pelos entes queridos que parecem ter nos deixado é o amor de Deus refletido. Por ser concedido livremente, recebido livremente, sem qualquer dúvida ou medo, o Amor não tem preço e está sempre presente. Nenhum momento de pesar jamais mudará esse fato — nem conseguirá impedir a alegria luminosa da Verdade.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

More web articles

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.