Dirigindo pela cidade, um dia, notei a palavra gestão em várias placas comerciais — gestão da dor, gestão do peso, gestão do estresse etc. Isso me fez pensar: será que a vida se resume em gerenciar problemas?
Gerenciar dificuldades implica controlá-las ou lidar com elas, para que não piorem. Embora isso possa parecer prático, confiar na vontade humana e no esforço pessoal leva a um ciclo sem fim de lutas e gera frustração e exaustão. Quando enfrentamos um problema, quanto mais nos empenhamos para resolvê-lo pelo esforço pessoal, tanto mais reforçamos a crença de que a cura dependa de nós e não de Deus. A cura não é uma questão de força de vontade; consiste em ceder à lei divina, à onipotente lei divina de saúde e harmonia.
Em muitas Igrejas de Cristo, Cientista, ao redor do mundo, há um tipo de placa bastante diferente, que exibe esta declaração de Mary Baker Eddy: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 494). Essas palavras revelam que a cura não consiste em gerenciar problemas, mas em vivenciar o cuidado sempre presente de Deus.
Cristo Jesus não gerenciava problemas — ele curava, completa e imediatamente, demonstrando domínio espiritual em vez de controle humano. Sua declaração: “Eu nada posso fazer de mim mesmo… não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30) reflete a confiança plena que ele tinha na autoridade de Deus. O que fazia não era simplesmente aliviar o sofrimento, aplicando um remendo temporário; ele transformava vidas. Quer restaurando a visão, libertando pessoas do medo e da doença, ou ressuscitando mortos, ele sabia que suas obras eram atos do poder divino, superando todas as limitações materiais.
O Apóstolo Paulo levou essa mensagem adiante, reconhecendo que a cura verdadeira começa em nosso pensamento — ao trocarmos a confiança em nós mesmos pela confiança em Deus. Em sua epístola aos cristãos de Roma, ele recomenda: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). A cura consiste em permitir que o Amor divino molde nossa experiência.
Uma vez que Deus é o bem e está em toda parte, o bem dEle tem de estar em toda parte. À medida em que submetemos nosso pensamento ao fato de que a Mente divina é tudo — vendo, ouvindo e conhecendo à maneira de Deus — abrimos mão das limitações humanas e abraçamos a realidade espiritual. Desafios como medo, dor, ansiedade ou perda de equilíbrio se dissolvem, não porque lutamos contra eles e os derrotamos, mas porque nunca fizeram parte da criação divina. Se não estão presentes na Mente divina, não podem fazer parte de nosso existir como ideias espirituais da Mente.
Há alguns anos, quando eu era uma jovem mãe, vi-me presa no ciclo exaustivo de tentar gerenciar tudo — cuidar de duas filhas em idade pré-escolar, ajudar meu marido em sua carreira bastante exigente, terminar minha graduação e integrar diversos comitês da igreja. Nesse período, por mais de um ano, eu sofri de enxaquecas e tonturas súbitas. Quando estava em pé, às vezes precisava me apoiar nas costas de um banco ou me segurar no carrinho do supermercado para me sustentar.
Não se tratava apenas de uma agenda cheia — era a tentativa de manter tudo funcionando por meu próprio esforço. Algo precisava mudar. Então, me comprometi a estudar por uma hora todos os dias na Sala de Leitura da Ciência Cristã próxima da universidade — um espaço tranquilo, onde eu podia dar prioridade a Deus e aprofundar minha compreensão a respeito dEle. Enquanto eu mergulhava no estudo da Lição Bíblica da semana, no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, o versículo “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus…” (Salmos 46:10) ganhou um novo significado. Comecei a ver que o “…medo, que é um elemento de toda doença, tem de ser expulso para corrigir a balança a favor de Deus” (Ciência e Saúde, p. 392).
Certo dia, ao sair da Sala de Leitura, testemunhei algo simples, mas profundo. Uma senhora idosa atravessava lentamente uma rua movimentada, quando o semáforo fechou antes que ela pudesse chegar à outra calçada. Os motoristas hesitaram, depois começaram a avançar lentamente, e eu senti uma onda de preocupação — será que ela conseguiria terminar o percurso em segurança? Bem naquele momento, um jovem, que parecia ser um estudante, tomou a iniciativa de responder àquele chamado silencioso. Com tranquilidade e confiança, ele segurou a senhora pelo braço e a guiou pelo caminho.
Naquele instante, ocorreu-me que, se Deus é o bem — e Ele é — então cada expressão do bem tem de vir de Deus. Por isso, eu havia acabado de testemunhar Deus em ação, o Amor divino satisfazendo a necessidade daquela mulher, do modo mais natural e sem esforço. Curar não significa tentar com mais força; significa ser testemunha do Amor em ação — não a minha própria vontade, mas a vontade de Deus para o bem, desdobrando-se diante de mim.
Essa percepção mudou tudo. Eu não senti mais a necessidade de gerenciar a vida ou dar-lhe impulso por meio do esforço humano. O Amor não requer nenhuma ajuda de tentativas humanas; o Amor simplesmente é — para sempre presente, completo e ativo. Logo depois, as enxaquecas e tonturas desapareceram completamente e nunca mais ocorreram.
As palavras de Jesus em Mateus 6:24 nos lembram que não podemos servir a dois senhores. Confiar em nosso senso pessoal a respeito das coisas e em nossos próprios esforços leva ao medo e à limitação, mas confiar na Mente divina alinha nossos esforços à sabedoria e ao Amor divinos. Quando deixamos que a Mente governe, a cura acontece, não pelo nosso esforço pessoal, mas por testemunharmos o cuidado onipotente de Deus. Conforme nos lembra um hino:
Em Ti, não sinto dor ou mágoa,
Nem aflição ou vil temor.
Agora e sempre és meu sustento.
Tu és Verdade, Vida, Amor.
(Francis A. Fox, Hinário da Ciência Cristã, 154)
A verdadeira gestão da vida não é humana — é divina. E quando mentalmente abraçamos essa verdade, percebemos que sempre estamos sob a gestão do Amor divino, guiados e apoiados a todo momento.