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Original para a Internet

Uma experiência transformadora

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 31 de julho de 2025

Original em espanhol


Você já passou por uma experiência “no deserto” — talvez um período durante o qual se sentiu sozinho, indeciso ou temeroso, sem uma direção clara a seguir?

Há muitos anos, encontrei-me em um deserto mental, dominada pelo medo e pela dúvida. Eu havia recebido uma proposta para trabalhar como supervisora das escolas de uma área carente de Buenos Aires, longe de onde eu morava. Minha função seria orientar e supervisionar os diretores dessas unidades de ensino. O escritório central ficava a duas horas de carro da minha casa, mas eu não me sentia confortável em ir dirigindo para lá, devido aos roubos frequentes naquela região. Familiares e amigos me aconselharam a não aceitar o cargo, apesar de que seria o topo da minha carreira na área do ensino.

Embora estivesse preocupada por eu ser mulher e jovem, enfrentando um cargo desses, eu sabia que, para Deus, não sou uma pessoa limitada por idade ou gênero. Por ser o Amor infinito, Ele criou o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança. Confiando, por meio da oração, que Deus me guiaria e protegeria, aceitei a nomeação.

No primeiro dia de trabalho, fiquei chocada ao receber o telefonema de um diretor escolar daquela região, o qual contou, em tom de desespero, que um dos seguranças fora assassinado e que móveis e computadores haviam sido roubados do prédio da escola. Por um momento, pensei ter cometido um erro ao aceitar aquele cargo.

Então, lembrei-me de uma história bíblica a respeito do profeta Elias (ver 1 Reis, capítulo 19). Elias desafia a rainha Jezabel, ela busca vingança e ameaça matá-lo. Ele foge para o deserto e, em desespero, adormece debaixo de um zimbro. Um anjo o desperta e lhe fornece comida. Depois de estar descansado e nutrido, ele viaja por 40 dias e 40 noites até Horebe, o monte de Deus.

A experiência de Elias me demonstrou que Deus, o Amor infinito, está em todo lugar, tem todo o poder e cuida totalmente da Sua criação. Isso me trouxe inspiração e orientação, ao enfrentar esse momento desafiador na escola. Conforme aconteceu com Elias, um anjo — um pensamento vindo de Deus — me despertou do estado mental hipnótico de desespero. Fortalecida pela certeza do poder e do cuidado divino, fui ao encontro desse diretor com plena confiança em Deus. Eu sabia que Ele me guiaria a cada passo e apresentaria uma solução.

Durante nossa reunião, ficou clara a ideia de que o diretor e eu deveríamos procurar imediatamente as autoridades políticas, responsáveis pela área da educação, e apresentar-lhes a situação da escola. Nesse encontro, Deus me deu esta ideia: seria importante termos um transporte para os alunos no trajeto pela vizinhança perigosa, até a escola, e um carro para levar os professores. Essa ação demandava um planejamento cuidadoso, devido às muitas questões logísticas envolvidas.

Voltei a pensar em Elias, que temia por sua vida e se escondeu em uma caverna, ao chegar ao Monte Horebe. No entanto, Deus mandou que ele saísse e ficasse em pé na montanha. Elias saiu, e viu um vento forte varrer e despedaçar as pedras. Depois, um terremoto sacudiu a terra, e iniciou-se um fogo. Finalmente, porém, ele ouviu um “cicio tranquilo e suave”, representando a presença, a paz e o poder de Deus.

Elias constatou que Deus não estava no terremoto, no vento nem no fogo, mas naquela voz suave. Eu, também, sentira a tentação de me esconder na caverna do medo e do desânimo, pensando que essas mudanças na escola demandariam muito tempo. Mas comecei a sentir a presença de Deus naquele mesmo “cicio tranquilo e suave”, e fui guiada a procurar a definição de deserto em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Solidão; dúvida; escuridão. Espontaneidade de pensamento e de ideia; o vestíbulo onde um senso material das coisas desaparece, e onde o senso espiritual desdobra os grandiosos fatos da existência” (Mary Baker Eddy, p. 597).

Apesar do cenário humano, ou seja, do “senso material das coisas”, o senso espiritual — a compreensão que adquirimos a respeito de nós mesmos e dos outros, quando pensamos a partir da perspectiva de Deus — revelou que a única realidade era Deus, o bem, preenchendo todo espaço, governando a todos, sem deixar brechas para violência ou discórdia. Concentrei-me em implantar aquela solução prática que havia surgido, e dentro de uma semana tudo estava funcionando.

Com a questão do transporte resolvida, a equipe sentiu-se mais segura, e pôde se concentrar em ensinar. Nos oito meses em que orientei aquela escola, surgiram ideias sobre como incluir jovens da vizinhança em atividades extracurriculares. Em pouco tempo, tiveram início oficinas de canto, dança e esportes. Uma relação mais harmoniosa se desenvolveu entre a comunidade e a equipe da escola. Aos poucos, surgiram novas propostas — como promover programas que ensinassem a fazer velas e sabonetes, ou jardinagem — o que deu a todos oportunidades de beneficiarem a vizinhança.

Ao longo desse período, o índice de violência contra os alunos e a equipe escolar diminuiu de maneira significativa, e não aconteceram mais incidentes terríveis como aquele. O número de matrículas aumentou, e jovens que nunca haviam ido à escola começaram a frequentá-la. Aquela unidade também foi altamente reconhecida por seu desempenho acadêmico, e vários alunos ganharam prêmios em diferentes disciplinas. Mais professores quiseram participar dos projetos pedagógicos desenvolvidos lá. A compreensão espiritual, de que a presença e do poder de Deus governam e protegem a todos, transformou o cenário humano, e vimos aquela escola florescer.

Permaneci no cargo de supervisora das escolas por mais sete anos. Devido ao êxito do meu trabalho, fui convidada a colaborar na criação de uma escola em outra localidade, especializada em artes e meios de comunicação. Há dez anos, decidi me dedicar, em tempo integral, à prática pública da Ciência Cristã, a qual consiste em orar pelos outros para que possam vivenciar transformação e cura. Continuo fazendo esse trabalho até hoje. Nas palavras do profeta Isaías: “O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso” (Isaías 35:1). 

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