No livro-texto da Christian Science, “Science and Health with Key to the Scriptures” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) por Mary Baker Eddy, encontramos esta declaração (pág. 480): “Os sentidos materiais têm o seu reino fora da Ciência, no irreal”. Apresentando a sua sagrada descoberta à humanidade, Mrs. Eddy achou difícil explicar a metafísica Cristã por meio de termos materiais. É isso indicado em várias passagens nos seus escritos. Por exemplo, à página 349 do livro-texto ela declara: “A dificuldade principal para transmitir con exatidão os ensinamentos da Ciência divina ao pensamento humano consiste em que o inglês, como tôdas as outras linguas, é inadequado para a expressão de conceitos e proposições espirituais, porque nos vemos obrigados a usar termos materiais tratando de ideias espirituais” (Vide também seus livros “No and Yes”, 11:8–11 e “Miscellaneous Writings”, 365:26–27).
As duas Concordâncias para as obras de Mrs. Eddy dão várias referências a passagens onde ela fala de diferentes fases de êrro como sendo o oposto de Deus; mas ela também indica em variada terminologia que Deus, Mente infinita, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor, não têm opostos. Em alguns casos ela achou necessário explicar o seu ensinamento da Christian Science com termos materiais, ou relativos, enquanto que em outros ela empregou declarações espirituais, ou absolutas, da Verdade.
Em discussões da Christian Science, ouvimos algumas vezes dizerem, por exemplo, que uma certa forma de êrro está “fora da totalidade de Deus” ou que é “o oposto da Verdade”. Ambas as expressões são declarações relativas e não são com o fim de implicar que o êrro está localizado aqui e a Verdade lá, ou que a Verdade ocupa espaço aqui e o êrro ocupa espaço em algum lugar fora da Verdade. Se em nossos esforços para abandonar o êrro e demonstrar a totalidade de Deus, o bem, declaramos ser o êrro o “oposto da totalidade da Verdade” ou “fora da totalidade de Deus”, precisamos estar bem seguros de que assim falando, não estamos dando, em nosso pensamento, local, espaço, realidade, ou poder ao êrro.
Para confirmar o precedente temos a declaração da nossa querida Líder à página 3 de sua obra “Unity of Good” (Unidade do bem) que assim se lê:
“Deus é Tudo-em-tudo. Por conseguinte Ele está n'Ele mesmo ùnicamente, na Sua própria natureza e caráter e é entidade perfeita, ou consciência. Ele é tôda a Vida e Mente que existe ou poderá existir. Dentro d'Ele está tôda a incorporação de Vida e Mente. “Se Ele é Tudo, não pode ter consciência nenhuma de qualquer coisa dissemelhante a Ele: porque, se é Ele onipresente nada pode haver fora d'Ele.” (Vide também “Science and Health”, 469:20–24.)
Uma das mais remotas lembranças que a autora tinha de sua infância era a de atroz sofrimento devido à tonsilite. Esta moléstia aparecia pràticamente em tôdas as mudanças de tempo e persistia anos após anos, até que foi considerada crônica. A crença era de que a moléstia não podia ser aliviada, atalhada, ou debelada, a não ser extraindo-se as amídalas. Em um forte ataque dessa moléstia, foi pedido tratamento a uma praticante da Christian Science. Houve imediato alívio e dentro de muito poucos dias cura permanente. Não só desapareceu por completo o aspeto agudo da moléstia como também as amídalas, que haviam crescido enormemente, voltaram aos poucos ao seu tamanho normal. Esta cura por meio da Mente ocorreu há mais de 40 anos e jamais houve o menor sinal de reaparecimento do mal, prova de que uma compreensão da totalidade de Deus elimina a falsa crença chamada moléstia.
Necessitamos nos compenetrar de que todo o êrro é irreal, não possuindo inteligência ou poder, tanto de vir como de ir, e de que não há um lugar sombrio onde possa ele se esconder da salutar Luz da Verdade. Jeremias disso sabia e declarou (23:23, 24): “Sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, que eu não o veja? diz o Senhor; porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor.”
Quando o mal apresentou as suas falsas pretensões ao pensamento do profeta Habacuque, ele clamou em desespêro (1:2, 3): “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? ... Por que razão me fazes ver a iniquidade, e vês a vexação?” Mais tarde, quando foi o seu pensamento iluminado por uma mais clara compreensão da natureza espiritual de Deus e do homem, fez ele aquela profunda declaração da lei divina que é a base mesmo da cura espiritual (Hab. 1:13), “Tu [Deus] és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a vexação não podes contemplar.” Quando o pensamento de Habacuque se tornou ainda mais elevado ele simbolizou a totalidade de Deus com um “santo templo” (2:20). Em seguida declarou com coragem e certeza: “O Senhor está no seu santo templo: cale-se diante d'Ele tôda a terra.” Quando a Verdade esquadrinha a fundo os escuros recessos do pensamento mortal, tirando tôdas as formas do mal para fora do esconderijo — de maneira a poder destruí-las pela Verdade — não devemos temer ou desesperar, pois que são desconhecidas de Deus. O conhecimento de Deus é tudo o que realmente existe. O que ele não conhece é destituido de mente, poder e realidade.
Por meio do cuidadoso e fervoroso estudo dos livros-textos indicados por Mrs. Eddy para o uso na instrução da Christian Science, isto é, a Bíblia e as suas obras, o estudante conseguirá uma compreensão espiritual que revelará a absoluta irrealidade de todo o testemunho do sentido material. Esta revelação da Verdade na consciência humana elevará o pensamento a uma compreensão demonstrável de que Deus, o Espírito, criou tudo n'Ele e d'Ele; que Ele é onipresente — enchendo todo o espaço; que a Sua criação é espiritual, harmoniosa, boa e eterna, não contendo um único elemento do mal; que nada pode ser subtraido da criação de Deus, nem a ela adicionado; que a verdadeira entidade do homem não é mortal, imperfeita, e material, mas sim imortal, perfeita e espiritual.
Quando espiritualmente sabemos e firmemente declaramos que não há um “fora” nem um “oposto” na Vida infinita, Verdade, e Amor, não mais acreditaremos em um místico lugar onde o pecado, a moléstia, e a morte podem se originar, formular, localizar ou operar. A totalidade de Deus, o bem, é também simbolizada na revelação de S. João como “a santa cidade, a nova Jerusalém.” Graças a visão espiritual o Revelador viu essa cidade celeste como não tendo confins ou limites, nem admitindo coisa alguma “que contamine e cometa ... mentira”.
