Eu era judia ortodoxa em extremo, sendo que meu avô, dois tios e um outro parente eram rabis. Por ignorância, simplesmente, eu era muito contra Cristo, embora julgasse ser profunda respeitadora das crenças religiosas alheias.
Há alguns anos, sofrendo de uma prostração nervosa, fui tratada por um médico cujo método empregado era, antes do mais, psicológico. Certa ocasião veio à baila o assunto religião. Eu estava explicando o quanto achava difícil observar todos os rituais judaicos, inclusive as severas leis dietéticas, quando o resto da minha família não tinha a mesma inclinação, a que o médico respondeu que, assim procedendo, eu estava sendo muito egoísta. Acrescentou que só existia uma religião verdadeira, ou seja, a de levar uma vida útil e fazer os outros felizes. É-me grato dizer que compreendi tão bem o quanto era justo e sensato o que êle me havia declarado que imediatamente abandonei todo o ritual, para nunca mais a êle retroceder. Continuei contudo judia em outros respeitos.
Mais tarde, por uma razão qualquer que eu mesma não sei explicar, telefonei a uma parenta minha que se tornara Cientista Cristã e perguntei-lhe se podia acompanhá-la a um serviço religioso da igreja. Ela me levou a uma das reuniões de testemunhos das quartasfeiras à noite, o que, porém, me deixou aparentemente indiferente, embora eu depois lhe pedisse emprestado o livro-texto, Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) por Mary Baker Eddy, e assistisse, em uma igreja filial do lugar em que eu morava, o serviço religioso dos domingos e o das quartas-feiras.
Descobri, lendo o livro-texto, que cada vez que deparava com os nomes de “Jesus” e “Cristo” não os podia simplesmente aturar. Meditando a respeito decidi que iria substituílos pela palavra “Deus”. Mas não fui bem sucedida. Compreendi então que teria que aceitar a Christian Science e provar os seus ensinamentos ou abandoná-la. Continuei, portanto, a estudar o livro-texto, mas não consegui eliminar a prevenção contra Cristo, até que um dia, ao estudar a Lição-Sermão daquela semana, no Christian Science Quarterly, encontrei a seguinte citação bíblica de Lucas (4: 17—19): “E foi-lhe dado o livro do profeta Isaias; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sôbre mim, porquanto me ungiu para evangelizar aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor.”
“Muito bem,” pensei com alegria, “estou finalmente curada — eis um judeu transmitindo a mensagem de se ir pelo mundo a pregar o evangelho, de modo que devo estar certa em aceitar o ensinamento.” Não se tratava, porém, de uma cura; tive que ir além e compreender que não era o judeu, mas sim o Cristo, quem dava a eterna mensagem à humanidade. Esta foi a cura completa, e, desde então, não posso adequadamente expressar o que o Cristo tem significado para mim. Escusado é dizer que, daquele dia em diante, comecei a progredir, e graças à afirmação do fato de que o homem é espiritual, e não material, tenho obtido muitas curas rápidas — morais, mentais, mentais, e físicas; em alguns casos, foram elas instantâneas.
Faz alguns anos já que sou membro da Igreja-Mãe e de uma igreja filial, e recebi também instrução em classe autorizada. Sou profundamente grata a nossa querida Líder, Mrs. Eddy, que revelou esta extraordinária verdade a tôda a humanidade.— Londres, Inglaterra.
