A Verdade do ser é que Deus, a Mente que concebe tudo, mantém Seu universo espiritual intacto e completo, sem possibilidade de êrro. Uma pessoa que ignore isto, fica às vêzes desanimada pela crença de ter cometido um engano irrevogável no passado e de que não conseguirá escapar às más conseqüências dêsse êrro. Seus receios baseiam-se na premissa incorreta de que a criação é material e sujeita a enganos.
No livro Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), Mary Baker Eddy escreve (pág. 555): "Perdemos nossa norma de perfeição e rejeitamos o verdadeiro conceito da Deidade, quando admitimos que o perfeito é o autor de algo que possa tornar-se imperfeito, que Deus outorga o poder de pecar ou que a Verdade confere a faculdade de errar." Deus, a Mente única ou Princícípio único do universo, governa com irrepreensível inteligência. A idéia divina da Mente, o homem, expressa o eterno desdobrar da criação perfeita de Deus.
À medida que o transcendente universo espiritual da Mente se torna tangível à consciência abençoada pelo esclarecimento da Christian Science, reconhece-se que aquilo que parece ser uma criação material é apenas uma interpretação equivocada do verdadeiro cosmos. Sempre que a agressiva sugestão mental nos tente a acreditarmos que está ocorrendo algum êrro em nossas vidas diárias, deveriamos substituir a sugestão de defeito ou de restrição pela verdade da perfeição e da infinitude espirituais. O êrro desaparecerá, então, de nossa vida humana.
Lemos no Velho Testamento, que Jacó, ardilosamente, conseguira lhe conferisse o pai a benção em vez de a dar a Esaú, o irmão mais velho. O pêso do delito e o temor das conseqüências que resultariam para êle mesmo e seu lar, oprimiram Jacó pesadamente. Deu-se, então, um acontecimento que lhe iluminou a consciência com um vislumbre do infinito amor e cuidado de Deus, e êle disse (Génesis 32:30): "Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva." Êle também viu seu irmão numa nova luz, graças a uma visão espiritual. O resultado do esclarecimento de Jacó foi a solução harmoniosa de seu problema. Seu êrro foi redimido e ternamente perdoado.
Na vida humana, sofremos de um engano até que êle seja descoberto por percepção espiritual e abandonado completamente. Se nos é revelado que estamos cometendo um engano, temos de corrigí-lo. Continuar no êrro, adotando a atitude de que nossa conduta humana é pouco importante, uma vez que não há equivoco na realidade divina, jamais resultará em harmonia. Se soubéssemos a soma certa de dois números em matemática e mesmo assim colocássemos, deliberadamente, um número errado como soma em nosso problema, nunca poderiamos esperar resolvê-lo. Nosso comportamento humano tem que ajustar-se obedientemente ao ideal divino.
Um dos Artigos de Fé da Christian Science diz ( Science and Health, pág. 497): "Reconhecemos que o perdão de Deus para o pecado consiste na destruição do pecado e na compreensão espiritual que expulsa o mal como irreal. Mas a crença no pecado é punida, enquanto a crença perdurar." Persistir num rumo errado quando sabemos não estar êle em conformidade com o Amor divino, indica que ainda estamos dando crédito ao mal. A justiça infalível da lei de Deus não permitirá que tenhamos paz ou satisfação em tão falaz procedimento. Nosso êrro, ou pecado, em si, nos pune colocando-nos em desacôrdo com a regra harmoniosa da Ciência divina. Êle não é perdoado, enquanto não fôr corrigido.
O ter cometido um êrro que nos tenha deslocado, é um freqüente argumento. É possível que se apresente a sugestão de que, por exemplo, alguém se tenha estabelecido na cidade errada ou na parte imprópria da cidade, ou esteja numa firma comercial errada. Elevando o pensamento acima dêstes argumentos, que se relacionam únicamente com um sentido humano da vida, vemos que de fato o homem nunca pode estar fora de lugar, visto que a Mente está presente em todo lugar e o homem existe para sempre na Mente como sua expressão infinita. Josué adquiriu uma compreensão acêrca da verdade da onipresença de Deus, da natureza incircunscrita do bem, destas palavras (Josué 5:15): “O lugar em que estás é santo.” Quando nos damos conta de que o plano perfeito de Deus sempre se está desdobrando para o homem, de que na realidade divina tudo é como deve ser e de que as idéias de Deus não estão deslocadas na Verdade, a suposição de que tenha sido cometido um êrro desaparecerá. A verdadeira idéia no que concerne a lugar aparecerá em nossa experiência humana quer como mudança de lugar, quer como verdadeira manifestação de harmonia e progresso em nossa atual situação.
Como podemos lidar com a sugestão de que somos a inocente vítima dos êrros de outrem? Uma vez que existe uma só Mente todo-harmoniosa, que o homem reflete, a crença de que há muitas mentes com opiniões várias e errôneas é um sentido falso. Quer se apresente o argumento de que estejamos sofrendo em virtude de nossos próprios êrros ou dos êrros de outrem, êsse argumento não tem fundamento na verdade. Êle está baseado numa premissa incorreta e diz respeito a uma hipotética criação material, que não existe. Em realidade, jamais ocorreu êrro algum, quer nosso próprio, quer de outrem. O homem sempre existiu na Mente, regido pelo infalível lei de Deus.
Na epístola de Tiago, somos advertidos a não cometermos êrro algum quanto à perfeição de Deus e Sua criação (1:16,17): “Não erreis, meus amados irmãos. Tôda a boa dádiva e todo o dom perfeito é do alto, e desce do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Como devemos estar vigilantes para jamais admitirmos por um instante que tenha sido cometido um engano irrevogável! Se concordarmos com tal crença, estaremos expondo a nossa experiência humana a uma sucessão interminável de enganos, porquanto estamos acedendo à sugestão de que o mal é real. Se a nossa premissa não está correta, nunca podemos chegar a uma conclusão exata. Nossa premissa tem de ser, infalìvelmente, a Mente infinita e perfeita, que tudo forma, tudo inclui, e nunca erra. Notaremos, então, que a sugestão de ter sido cometido um êrro irrevogável é falsa, e veremos o bem que Deus irrepreensívelmente faz desenvolver-se em nossa vida.
