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“Homem mui desejado”

Da edição de outubro de 1958 dO Arauto da Ciência Cristã


“Não temas, homem mui desejado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te.” Estas inspiradoras palavras de confôrto ocorreram ao profeta em sua visão da verdadeira natureza do homem (Daniel 10:19). Sòmente Daniel teve a visão, pois êle nos diz versículo 7): “Os homens que estavam comigo não a viram; não obstante, caíu sôbre êles um grande temor; e fugiram, escondendo-se.”

Daniel estava à borda do grande rio Hidequel quando viu a sua visão. À página 588 do Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), Mary Baker Eddy dá a interpretação metafísica da palavra “Hidequel” como sendo: “A Ciência divina compreendida e reconhecida.”

Depreende-se, portanto, que a elevada consciência de Daniel compreendeu aquilo que é incompreensível para a mente carnal. Êle teve um vislumbre do senso divinamente científico de si mesmo; êle se conhecia, como o era na realidade, um “homem mui desejado”.

Que a consciência alcançada por Daniel, aquela consciência de quem sabe ser o desejado de Deus, é uma poderosa agência curativa e redentora foi demonstrada triunfalmente por Cristo Jesus, e, em nossos dias, pela nossa Líder, Mrs. Eddy. No Historical Sketches (Esboços Históricos) por Clifford P. Smith (p. 78) lemos que, certa ocasião, em uma rua de Lynn [Massachusetts], Mrs. Eddy “viu um homem, sentado na calçada, tão deformado, ou aleijado, que os joelhos lhe tocavam o queixo. Dirigindo-se a êle, inclinando-se para aproximar o seu rosto ao dêle, disse-lhe: ‘Deus te ama,’ e foi embora sem esperar. O homem, quase que incontinente, levantou-se e saíu andando.”

Não foi preciso à Mrs. Eddy indagar o que havia causado a dificuldade na crença daquêle homem, ou há quanto tempo parecia estar naquêle estado. A sua compreensão clara e espiritual de que Deus o amava foi o suficiente para penetrar a escuridão da crença mortal, e o homem, no raiar da percepção de que êle era divinamente amado, viu-se libertado.

Na Ciência divina, o homem de Deus, o homem que cada um de nós realmente é em sua verdadeira natureza espiritual, possui a consciência de que é amado em razão da sua filiação com o todo-amoroso Pai-Mãe Deus. Somos amados pelo que somos, pois o filho do todo-amoroso Deus jamais poderia ser algo que não fôsse amável.

O todo-amoroso é também o sempre-amoroso Deus. Que somos amados é, portanto, um dos fatos positivos de tôda a eternidade. Como a suave chuva de verão que cai sôbre cada fôlha, cada flor, igualmente, assim também, na Ciência divina, o amor de Deus se difunde imparcialmente sôbre todos os Seus filhos. Não devemos, porém, permitir, na experiência humana, que exigências da mente carnal governem a nossa consciência, esperando, ao mesmo tempo, que, tal como um pai humano excessivamente indulgente, o nosso Pai celeste nos perdoe as nossas faltas.

Pelo contrário, embora o nosso Pai, Deus, continue sempre a amar as Suas idéias perfeitas, é o que fazemos e pensamos, é aquilo em que acreditamos, em nossa experiência terrena, que nos revela ou encobre o Seu amor; abre-nos as portas do céu na terra ou, então, nos priva da consciência da realidade.

Pecaminosidade e ignorância poderão temporàriamente obscurecer êste fato que constitui o grande amor de Deus pelo homem, privando-nos de suas bênçãos, mas êstes erros não podem nunca alterar o fato divino. O amor de Deus permanece nosso para ser refletido, por direito divino, e podemos reclamá-lo. As iluminações da Ciência divina revelam à consciência humana a sempre-presença do Amor que tudo abrange.

Não é necessário esperar por um futuro estado de graça para saber-se amado. Não é uma questão de tempo ou de lugar, mas de consciência; é um abandono do pecado, uma purificação e espiritualização de pensamento ao ponto de discernir e aceitar aquilo que divinamente é.

Nos seus escritos Mrs. Eddy estabelece com clareza a distinção entre o homem real, espiritual, feito à semelhança de Deus, e a contrafação material, ou seja, o errado senso do homem como um mortal. A propósito diz ela à página 19 do seu livro Não e Sim: “Enquanto que o homem material e os sentidos físicos não recebem a idéia espiritual, e não experimentam sensação alguma do Amor divino, o homem espiritual e seu sentidos espirituais bebem da natureza e da essência da individualidade infinita.”

Quem quiser sentir e saber que é um “homem mui desejado”, se quiser ter consciência do amor de Deus como uma vital, confortadora e curativa certeza da aprovação divina, é essencial que se identifique como um homem espiritual, como aquilo que reflete o divino. Se êle erradamente se identificar como um mortal, quão enorme parecerá ao senso mortal o abismo entre êle e a verdadeira concepção de que êle é de fato amado!

Sempre que mantemos a crença no reino da materialidade, dá-se a sensação de separação do Criador. Mas quando o pensamento é dedicado à demonstração da divindade, na coincidência de Deus e o homem, Mente e idéia, surgem provas tangíveis de que somos divinamente amados. Enfermidade e desharmonia dão lugar à consciência do reino divino do Amor dentro do homem.

Cristo Jesus empreendeu a sua grande missão fortalecido no reconhecimento de que êle era amado do Pai. “Êste é o meu Filho amado, em quem me comprazo,” assim se espressou a voz divina (Mateus 3:17). Jesus evidentemente tinha vital necessidade de basear o seu estupendo ministério na permanente convicção e na certeza de que êle era imutàvelmente amado, e nós também precisamos dêste mesmo inabalável fundamento para todos os nossos empreendimentos. Em todos os acontecimentos da carreira de Jesus esta convicção esteve com êle. Sustentou-o nas suas lutas contra perseguição e ódio, assegurando-lhe a absoluta aprovação divina, confirmando a sua fé na habilidade do Cristo para vencer tôdas as circunstâncias mortais e consolar o seu coração com o doce bâlsamo da Alma.

Se Jesus tivesse sido o único a ser assim amado do Pai, e só para êle fôsse dada a convicção de que era amado, não teria sido então o Guia para nós. A sua consciência da filiação divina teria permanecido um milagre isolado — maravilhoso, mas sem importância prática para aquêles que o seguiram. Mas assim não foi.

Temos a afirmação do próprio Jesus a respeito, pois no Evangelho de São João há uma passagem de transcendental beleza e gloriosa promessa em que o apóstolo anota que Jesus assim comungava com o Pai (17:22, 23): “Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um como nós somos um: eu nêles, e tu em mim, para que êles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a êles como me tens amado a mim.”

Se o senso do amor de Deus nos parece fraco e inadequado, se o peso dos problemas parece tão maior que os recursos do Amor divino ao nosso alcance para vencer êsses problemas, não será talvez por termos voluntària ou ignorantemente, consciente ou inconscientemente, permitido que o juizo que fazemos de nós mesmos tenha se tornado rotineiro, caindo na pobreza e na fraqueza de um hábito causado pela aceitação da crença de que somos mortais? Aquêle que em franca humildade e cândida confiança cede por completo a sua consciência à divindade, entra no gôzo total de seus diretos de nascimento, seu estado legal de “homem mui desejado”. Então o pensamento curado e em paz sublima-se na feliz identificação de si mesmo e de seu próximo com o divino.

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