É interessante e útil notar sob que aspecto Mary Baker Eddy considerou a palavra "Amor". Assim se expressou no seu livro Miscellaneous Writings (Escritos Miscelâneos, ps. 249 e 250): "Que palavra! Fico em êxtase diante dela. Sôbre que mundos sôbre mundos se estende e tem soberania! o que de nada se deriva, o incomparável, o Tudo infinito do bem, o Deus único, é Amor." E sôbre o amor espiritual diz: "O amor não deve ser algo colocado numa prateleira, dali retirado só em raras ocasiões, com uma pinça de prata, para ser depositado numa pétala de rosa. Sou decisiva nas exigências sôbre o amor, reclamo testemunhos ativos para prová-lo e sacrifícios nobres e obras sublimes como resultados dêle."
Eis o evidente segredo do poder que sustentou e impeliu Mrs. Eddy a estabelecer, com sucesso, e diante de grande oposição, a Causa da Christian Science. E um amor ativo por parte de seus seguidores ajudará a perpetuar esta que é a mais santa de tôdas as causas. Mrs. Eddy seguiu implìcitamente os ensinamentos do Mestre. Disse Cristo Jesus (João 14:23): "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para êle, e faremos nêle morada." O amor cristão em acção é Deus conosco. De que outra maneira poderia alguém estar no Amor e com Amor? No décimo terceiro capítulo de I. Corintios, Paulo torna bem claro que as virtudes cristãs nada são sem a caridade que é amor.
A Christian Science conduz com brandura o pensamento a Deus, para a contemplação do real e o aprazível; exorta e purifica nosso pensamento, libertando-nos de características erradas e males escravizadores, que produzem moléstias e discórdias. Esta Ciência obriga a capitulação de conceitos errados e desagradáveis, não só sôbre nós mesmos, mas também a respeito do próximo. Êste último às vezes não nos parece muito fácil, mas é um imperativo, a fim de que seja provada a nossa união com o Amor.
Uma estudiosa da Christian Science vinha lutando, há bastante tempo, e sem resultado, para vencer um ressentimento que lhe causara a injustiça de uma pessoa que ela se esforçara em proteger e ajudar. Mas, afinal, perguntou a si mesma: "Quão perto estarei de Deus?" Veio-lhe, imediatamente, a resposta mental: "Quão perto do Amor estarás?" Sim, era esta a questão vital. Alertada para o que realmente necessitava, perguntou, então, a si própria: "Com tôda esta verdade metafísica que estou declarando, serei, realmente, amorosa? Persistindo num estado de consciência errado, é possível encontrar harmonia para mim? É possível estar em dois lugares ao mesmo tempo?"
Fervorosamente, negou tôda sugestão que apresentasse o homem como ingrato e desagradável, até que, à luz da Verdade, viu que o homem que Deus ama é o único que realmente existe. Não há duas qualidades de homem, um refletindo Amor e outro expressando êrro. Não havia, portanto, um mal para ser amado e alguém que ela não pudesse amar, pois que o Amor enche todo o espaço com as idéias do Amor. Onde estava, então, o falso e desagradável conceito do homem? Só na enganadora crença de que o homem pode ser um mortal, separado de Deus, o Amor divino.
Ela compreendeu que não podia ser privada de amor e de harmonia por um falso conceito do homem, assim como um raio de sol não pode ser roubado de sua luz por uma sombra. Seu pensamento inundou-se de luz e inspiração, e pôde exclamar com satisfação: Vivo na consciência da onipresença do Amor!" Incontinente, a angústia mental e o decorrente sofrimento físico desapareceram. Ela estava livre! A cura que ela não pudera alcançar por mera martelação metafísica foi realizada naquêle momento em que incluiu os seus semelhantes na visão que teve da união intacta do Amor.
As desagradáveis e crescentes crenças da mente mortal, pequenas ofensas, recordações de males passados, tola aceitação de crenças falsas, discussões sôbre idade, dietas e outros defeitos, que não combatemos, privam-nos da frescura e da vitalidade sempre presentes e que nos pertencem, pois somos reflexos do Amor imutável. O tempo não pode perverter o Amor. O homem expressa a existência do Amor. Precisamos nos recusar a aceitar crenças universais de idade e fealdade. Precisamos procurar o verdadeiro estado do ser, não através da matéria, mas através do Espírito. Compreendendo o Amor e vivendo a beleza do Amor ao ponto de excluir o seu oposto, conservamonos moços e bem dispostos.
Jesus demonstrou a sua inteira compreensão da união do homem com o Amor infinito curando o doente, purificando o pecador, alimentando o faminto, resuscitando o morto. Mas declarou (João 8:28): "Nada faço por mim mesmo." O esfôrço humano, ùnicamente, não tem o poder de demonstrar a cura cristã. De nada vale o comutador se a casa não estiver ligada à energia elétrica. Quando estamos unidos ao Amor divino, podemos e conseguimos sentir e expressar o poder do Amor, que provê tôdas as necessidades. O Amor é poderoso em sua brandura. O pensamento imbuido da compreensão espiritual do Amor é um testemunho que nunca falha do bem sempre eficiente do Amor.
Quando Mrs. Eddy percebeu a realidade da natureza espiritual do homem e sua unidade, ou união, com o Amor divino, ela devotou sua vida desinteressadamente à tarefa de dar à humanidade esta gloriosa revelação. E forneceu muitos meios pelos quais todo aquêle que procura a Verdade pode se manter em contacto com o bem ativo e beneficiar-se—abençoar e ser abençoado. Cada um pode provar através dos ensinamentos da Christian Science que seu cônscio e único ser verdadeiro é uno com Deus, o Amor infinito.
