Um dos primeiros e talvez o maior dos desafios com que nós, Cientistas Cristãos, nos defrontamos no trato com os jovens é, certamente, o de ajudá-los a chegar à terra da Christian Science. O simples fato de que seus pais são Cientistas Cristãos está longe de constituir uma garantia de que essa gente moça seguirá a mesma vereda. Há, porém, muita coisa que os pais, os amigos, os professores e as professoras da Escola Dominical podem fazer para ajudar essa gente.
Uma das coisas que êles podem fazer é auxiliar os jovens a provar, êles mesmos, que a Christian Science cura. No comêço, tais curas não são difíceis. É relativamente fácil e belo guiar a criança pelas veredas da Christian Science. Segundo escreve Mrs. Eddy no seu livro Science and Health—Ciência e Saúde—(p. 236): "As crianças são mais dóceis do que os adultos e aprendem mais depressa a amar as verdades simples que as farão felizes e boas". O desafio surge mais tarde quando o jovem, que vai amadurecendo, colide frontalmente com as asserções da falsa educação, do ambiente social, da medicina e do materialismo, que estão em posição de mando. Freqüentemente, o jovem que conheceu e experimentou a Christian Science quando ainda criança, verifica que sua compreensão e sua confiança estão submersas no fluxo e refluxo do mundo, e então as curas não se realizam com tanta facilidade.
Muitas vêzes, à medida que um jovem vai se adiantando na escola superior ou deixa o lar para ir para a universidade, assistimos a um trágico afastamento entre pai e filho. Surgem atritos e mal-entendidos, e o pai vê, aparentemente sem nada poder fazer, como o jovem vai se desviando da Christian Science.
Que fazemos então? Como podemos ajudar o jovem a acertar com o caminho através do mundo tal como êle o encontra e a trilhar resolutamente a estrada da Christian Science com suas bênçãos de cura? Parece-me que temos de lidar com o mundo nos mesmos têrmos que o jovem vai encontrando no mundo. É preciso que o pai faça o máximo possível para compreender as idéias, a linguagem e o desafio intelectual que a criança está enfrentando, e lide com êsses elementos em têrmos vigorosos e significativos.
Não podemos manter a Christian Science num compartimento estanque ... Incessantemente, o jovem criado como Cientista Cristão será desafiado pelos professores, pelos companheiros de classe e pelos amigos. Os desafios dêles não são de todo inamistosos. É que, muitas vêzes, êles andam à procura da luz. As respostas do Cientista Cristão precisam ser inteligíveis.
Eis por que na Escola Dominical e em outras discussões sôbre a Christian Science é muito útil pedir aos jovens que expliquem as frases familiares da Christian Science em linguagem que possa ser compreendida completamente por estranhos, e ajudar os jovens a fazer isto. Essa tarefa também ajuda o jovem estudante a achar, pelo raciocínio, o verdadeiro significado das frases que êle vem usando talvez desde a infância e que talvez nunca tenha realmente compreendido.
... Dia após dia, na escola e na universidade, no emprêgo ou no serviço militar, o jovem Cientista Cristão precisa ser equipado em têrmos ideológicos que entrem em luta, direta e inteiramente, com o pensamento humano, à medida que o jovem o vai enfrentando.
Naturalmente, é bem verdadeiro que o jovem Cientista Cristão pode impressionar e convencer o mundo mais por aquilo que êle é do que por aquilo que êle diz. Viver e exemplificar o pensamento da Christian Science é fundamental. Mas, para viver essa vida, é preciso que o jovem, êle mesmo, compreenda a verdade. Há de vir o tempo em que êle nada aceitará como verdadeiro sem prévia investigação. Todo o impacto de sua educação acadêmica e também de sua experiência da vida, levá-lo-á a fazer perguntas e a investigar. Às vêzes, por simples inaptidão ou por um artifício da mente mortal, suas perguntas podem parecer negativas, hostís, ou juvenís. Não devemos ficar ressentidos com isso; não devemos pedir ao jovem que deixe de fazer perguntas; não devemos insistir em que aceite as coisas simplesmente pela fé. Devemos enfrentar suas perguntas com a gloriosa racionalidade da Christian Science provada, triunfalmente, pela palavra bem como pelas obras, ou pelas obras bem como pela palavra; dizei isto da maneira que quiserdes, o que importa é que ambas estejam juntas. Com tôda a ênfase que Mrs. Eddy punha nas obras, ela se apressou a dar sua revelação em palavras—a postular e argüir seu caso com transcendente lógica e clareza.
É de grande importância para o próprio jovem Cientista Cristão como também para seus companheiros, que êle esteja equipado para enfrentar o mundo inicialmente nos têrmos do próprio mundo. Êle não se pode furtar ao impacto do pensamento humano, seja na sala de aula ou enquanto tem sua atenção voltada para as telas de televisão ou para qualquer outro lugar. Precisamos salvar o Cientista Cristão que se acha entre dois caminhos e que vai desgarrando.
[Conclui no próximo número do Arauto]