Um estudante da Christian Science caminhava, certa vez, junto a um arroio, quase desde sua orígem na montanha atá onde desaguava no rio, no fundo do vale. O curso do pequeno arroio nunca era igual. Brutos calhaus e pesadas rochas eram de contínuo encontradas. Mas, indômito, continuava a correr galhardamente, por cima ou em tôrno das obstruções que se apresentavam pelo caminho. Sua passagem não era impedida por essas obstruções. A água, ao fluir por cima das rochas, formava lagoas tão claras e límpidas que o céu e as núvens constantemente nelas se refletiam. Seu ruído alegre, significativo, aumentava a beleza da encosta da montanha.
Para aquêle que investiga a sério a Verdade, o caminho nem sempre parece fácil. Talvez que os calhaus do mêdo, da doença, do pecado ou da limitação, desde muito pareçam fazer parte de sua existência; ou, é possível que a luta o tenha levado à consternação e ao desânimo. Então, graças ao claro ensinamento da Christian Science, êle começa a vislumbrar a desejada meta de harmonia e de liberdade. A Christian Science purifica e vivifica a consciência. As crenças errôneas de mêdo, falta ou doença são vencidas à medida que êle se dá conta de que elas são irreais e impotentes para lhe impedir o progresso. Uma percepção clara da onipotência e onipresença de Deus, habilita-o a prosseguir corajosamente na jornada rumo ao céu, com novas fôrças, imperturbado e sem mêdo.
Nada do que se pareça com um calhau do pecado ou de doença pode perturbar as águas puras, pacíficas e vivificantes da compreensão espiritual. O homem, o filho amado de Deus, está e permanece para sempre uno com seu Pai-Mãe divino, de quem nunca está separado e de quem é a imagem e o reflexo perfeitos. Nenhum testemunho discordante do sentido pode alterar ou revogar a compreensão dêste fato. No livro Science and Health—Ciência e Saúde, Mrs. Eddy escreve: "Imperturbado no meio do testemunho discordante dos sentidos materiais, a Ciência, sempre entronizada, vai desvendando aos mortais o Princípio divino, imutável, harmonioso—vai desvendando a Vida e o universo, sempre presentes e eternos" (p. 306).
Porventura Jesus, o Guia, se deixava perturbar ou desanimar pelas crenças de pecado, de doença ou de morte, que encontrava? Não. "O testemunho discordante dos sentidos materiais" não o alarmava. Êle não considerava essas crenças como reais ou capazes de impedir-lhe quer a compreensão do verdadeiro ser ou a atividade perfeita de cada uma das idéias da Mente. Sua compreensão da unidade do homem com o Amor divino permaneceu imperturbada e intacta, e essa compreensão restaurava a harmonia.
Os discípulos devem ter aprendido muita coisa do incidente que se seguiu à alimentação das cinco mil pessoas. Êles estavam sòzinhos num barco, no mar, e era escuro. Quando Cristo Jesus, cuja presença desejavam, se aproximou, andando sôbre a água, êles temeram. Por que? Porque, ao que parece, seus pensamentos ainda estavam detidos na suposta supremacia da matéria. Para os discípulos, parecia impossível que Jesus pudesse andar sôbre a água. O próprio fato de que êle estava vencendo essa suposta dificuldade, pareceu alarmá-los. Porém Jesus tranquilizou-os, dizendo: "Sou eu, não temais" (João 6:20). O mêdo dêles se desvaneceu, a confiança se restabeleceu, e "logo o barco chegou à terra para onde iam".
Estamos nós dispostos, em todos os tempos, a abandonar nossa crença na supremacia da matéria e vencer, mediante a alegre atividade do govêrno da Mente, as aparentes dificuldades que se deparam em nosso caminho? Estamos nós ao par de que todo o bem não só é possível como também é natural ao homem? A harmonia que tanto desejamos é a verdadeira e única realidade. Não precisamos ter mêdo de que ela esteja fora de nosso alcance, porquanto ela é o efeito inevitável da compreensão clara da totalidade de Deus, o bem, e da unidade do homem com Êle. Com que segurança confortadora lemos as palavras ternas de nossa Líder em Science and Health (p. 410): "A prática científica cristã começa com a nota tônica da harmonia de Cristo: 'Não temai!' "