Para os sentidos humanos, a saúde existe no assim-chamado reino físico e diz respeito às funções e elementos do corpo físico. Êsse conceito de saúde não inclui elemento moral ou ético, exceto na medida em que as emoções da mente humana se vejam um tanto envolvidas nêle.
O sentido humano de justiça, por outro lado, existe no reino mental da lei e dos direitos humanos que essa lei determina. Êsse conceito de justiça parece não ter relação alguma com a saúde física. As relações existentes entre êsses conceitos não apareceram aos sentidos humanos, até seu significado espiritual ter sido revelado pela Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se Crístian Çai'ens..
A Ciência Cristã ensina que no sentido espiritual dêsses termos é justo para um homem ser sadio e injusto não o ser, e sustenta êste argumento com provas irrefutáveis.
O homem é o motivo da saúde e o objeto da justiça, mas Cristo Jesus elevou o sentido humano de todos os três, de uma base material para uma base exclusivamente espiritual. Apresentando os ensinamentos do Mestre ao mundo do século vinte, a Ciência Cristã, descoberta e fundada por Mary Baker Eddy, explica o homem à humanidade.
Quanto à crença universal de que o homem é uma combinação de matéria e mente, a Ciência Cristã mostra que a matéria não é substância, mas é realmente uma ilusão dos cinco sentidos, nada mais que a forma concretizada da falsa crença mortal na realidade física. Isso induz à conclusão absurda de que o homem, para ser mental e material, teria de ser em parte real a em parte irreal. Mas êle é completamente real, isto é, inteiramente espiritual. É uma consciência individual com uma individualidade definida, mas, está claro, que sem um corpo material, porque a consciência, como todas as coisas espirituais, não pode ser encerrada em um envólucro chamado corpo físico. Uma entidade espiritual não pode ser criada por uma fôrça material, nem pode criar-se a si mesma; sòmente pode ser o efeito ou o produto de um criador espiritual e deve ser inseparável do mesmo. Êsse criador é chamado na Ciência Cristã, de infinito Princípio divino, Deus, a fonte e o preservador de tudo o que realmente existe.
A consciência individual, ou homem individual, expressa vida; mas êle não é a Vida; porque a Vida é Deus. O homem expressa inteligência; mas êle não é a própria inteligência, porque a inteligência é uma qualidade da Vida. “A Vida é Mente, é o criador refletido nas Suas criações”, escreve Mrs. Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 331). O homem é a emanação, a semelhança espiritual perfeita da Vida todo-harmoniosa, e a saúde é a sua condição normal, invariável.
O homem compreende a lei de Deus; mas êle não faz essa lei, nem pode desfazê-la. Êle a obedece. Vive em conformidade com ela. Essa lei cumpre a vontade de Deus de que a Sua primordial perfeição, inteireza e funcionamento harmonioso seja expresso ininterruptamente por Sua criação.
A lei de Deus estabelece o padrão da justiça divina provendo imparcialmente o bem infinito a cada membro de Sua criação e determina o direito outorgado por Deus ao homem de expressar saúde e bem-estar. A justiça divina provê nada menos do que saúde perfeita para o homem; por isso é correto para o homem estar são. O homem é sadio porque a lei divina, que se mantém a si mesma, preserva tudo o que é real, ou divinamente justo, e porque o reflexo da Verdade está sempre em conformidade com a Verdade.
A justiça de Deus está em Sua pureza e na preservação dessa pureza para todos. “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar” declara Habacuque (1: 13). Essa preservação é inerente no reflexo espiritual. É o trabalho do Amor divino, que não pode em realidade ser rejeitado, suspenso ou ocultado da percepção do homem. “O teu braço é armado de poder, forte é a tua mão, e elevada a tua destra. Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem”, cantou o Salmista (Salmos 89:13, 14). O homem sabe que por ser a justiça de Deus imparcial, todos os Seus filhos tem parte em Sua natureza e bondade.
Compreender a justa lei do bem de Deus é natural para o filho de Deus. Vivermos em obediência a essa lei é viver em liberdade. O pecado e suas penalidades — sofrimento ou doença — são os resultados da ignorância, da negação, ou do desconhecer propositadamente essa lei. Segue-se, então, que aquêles que estão sofrendo das consequências do pecado devem reconhecer a eterna validade da lei de Deus com respeito ao que é correto e se porem em harmonia com a mesma antes que seu sentido de pecado possa ser destruído. Então as penalidades desaparecem.
O estudante de Ciência Cristã aprende a olhar para a certeza da justiça de Deus, e não para a matéria, para achar a sua saúde. Encontra-a, não por familiarizar-se com as opiniões variáveis dos mortais, denominadas leis de higiene, mas por meio da compreensão espiritual da justiça divina que assegura a harmonia a cada idéia de Deus por meio da inseparável relação de Deus com o homem, da Mente divina com sua idéia.
O reconhecimento reverente do amor imparcial de Deus inspira o Cientista Cristão a levantar-se contra as pretensões de má saúde, com o poder de sua convicção na irrepreensível justiça de Deus que provê perfeita inteireza para todos. Êle considerará as sugestões de doença como negações que atentam contra a suprema justiça da lei de Deus. Assim suas declarações conterão a fôrça moral de sua lealdade a Deus. Sentirá a verdade das palavras de Mrs. Eddy: “Por eqüidade, temos de admitir que Deus não castigará o homem por fazer aquilo que Êle o criou capaz de fazer, e que Êle desde o início sabia que o homem havia de fazer” (Ciência e Saúde, p. 357).
Ela nos anima, de acôrdo com esta declaração: “Deixai que o vosso mais elevado sentido de justiça destrua o falso processo das opiniões mortais, a que chamais lei, e então não ficareis confinado num quarto de doente nem sereis obrigado a permanecer num leito de dor para pagar o último centavo, a última penalidade exigida pelo erro.” E mais adiante ela afirma: “Enfrentai as fases incipientes da moléstia com oposição mental tão poderosa como a que um legislador empregaria para impedir a aprovação de uma lei desumana. Erguei-vos na fôrça consciente do Espírito da Verdade, para derrubar o argumento da mente mortal, ou seja, da matéria, que se alinha contra a supremacia do Espírito. Apagai as imagens do pensamento mortal bem como suas crenças na doença e no pecado. Então, quando fordes entregues ao tribunal da Verdade, ou seja, do Cristo, o juiz dirá: “Estais curado!” (ibid., pp. 390, 391).
Assim diz o Senhor: Mantende o juízo,
e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir,
e a minha justiça prestes a manifestar-se. Bem-aventurado o homem
que faz isto, e o filho do homem que nisto se firma.
Isaías 56:1, 2
