A Ciência Cristã ensina que o homem é a imagem e a semelhança de Deus, Seu filho, e que por conseguinte seu primeiro e básico parentesco é com Deus, seu Pai-Mãe. Essa Ciência revela a filiação do homem com Deus. Portanto, do ponto de vista da realidade espiritual, a verdadeira afinidade que serve de fundamento a tôda atividade correta é a afinidade entre Deus e o homem, entre o criador e a criatura. Essa afinidade assegura que o homem de Deus, Sua imagem e semelhança, trabalha harmoniosamente com seu criador.
O homem não age por si mesmo. Êle reflete a Mente todo-atuante, o bem infinito. Portanto, ao resolvermos nossos problemas, sejam negócios ou quaisquer outros, sentimos mais fôrça e coragem quando compreendemos a filiação do homem com Deus — quando sabemos que em todos os nossos esforços para efetuar algo bom, o Princípio divino está agindo conosco. Como o homem é o filho amado de Deus, êle é para sempre o beneficiário dessa eterna relação ou união com seu Pai celeste. Dêsse terno parentesco com seu criador, o homem só pode herdar o bem. Deus é bom e Deus é infinito. Por conseguinte só há o bem, e Deus é, e deve ser, a fonte divina de tôda nossa ajuda e apoio.
No cenário humano, onde quer que figuremos — seja na política, na vida profissional, no lar ou na escola — nosso relacionamento com nosso próximo é algo que concerne a todos nós. As relações entre homens de negócios e entre patrão e empregado são algumas vêzes reguladas por acôrdos contratuais. Entretanto, a principal relação do homem, sua filiação com Deus, é um laço eterno e indissolúvel, uma associação indestrutível — a relação de causa e efeito, de Deus para com Sua criação. Nada pode dissolver êsse eterno laço de Amor que une o homem com seu Deus, pois o homem é a eterna testemunha dessa união. “... Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus” (Isaías 43:12).
Devido a essa afinidade do homem para com seu criador, predestinada desde tôda a eternidade, nós na realidade nunca nos deparamos com problemas insolúveis, fardos opressivos e tensões intoleráveis. Tudo o que Deus cria é perfeito e eterno, mantido pela lei divina na ordem imutável da perfeição.
O sentido material pode sugerir: “Você deve admitir que tem um companheiro humano intolerável. A cooperação com êle é difícil, e não há nada que você possa fazer a respeito.” Cristo Jesus disse acêrca dêsse conceito mentiroso: “Nêle não há verdade (...) porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44).
Na página 17 de Unity of Good (Unidade do Bem) Mrs. Eddy escreve: “A mentira só tem uma chance de enganar — é ser tomada como verdade.” Temos de desviar-nos de tôdas as sugestões mentirosas da mente mortal, negá-las por meio da percepção de que o homem é filho de Deus, eternamente governado e sustentado pelo Amor divino, e desfrutando de relações harmoniosas com seu semelhante.
A unidade do homem com Deus é mantida por Deus através da lei divina. Através de Sua lei do bem, Êle supre o homem em dimensões ilimitadas de sabedoria, orientação infalível, ilimitada confiança na Verdade, com saúde, perfeição e liberdade. Nisso jaz a substância da inseparável unidade do homem com o bem.
É o Cristo, a idéia espiritual de Deus, que nos revela contìnuamente o parentesco do homem com Deus. Com respeito a nossos colegas de trabalho e superiores, no mundo dos negócios, devemos manter no pensamento a eterna filiação do homem com Deus, porque essa verdade, quando compreendida, nos une a todos uns aos outros. Cristo Jesus disse sôbre aquêles que o Pai celeste tinha confiado a seus cuidados: “Meu Pai que mos deu a mim, é maior do que todos, e ninguém é capaz de arrebatá-los da mão de meu Pai” (João 10:29). Todos podem receber da Mente divina as idéias que os capacitam a executar a tarefa designada a cada um, em obediência ao Princípio divino. Por conseguinte, a atividade correta está sempre de acôrdo com a vontade de Deus. Na página 316 de Ciência e Saúde Mrs. Eddy diz: “Como o homem real está ligado pela Ciência ao seu Criador, os mortais só precisam volver-se do pecado e perder de vista o eu mortal para achar o Cristo, o homem real e sua relação com Deus, e para reconhecer a filiação divina.”
À medida que vemos nossos superiores, nossos colegas de trabalho e nossos parentes sob a luz da sua filiação com Deus, torna-se claro para nós que as sugestões da mente mortal, tais como o egoísmo, a indiferença, a inveja, o ciúme, e a malícia são impotentes para exercer uma influência danosa numa harmoniosa relação entre empregador e empregado ou na que se refere ao círculo familiar. Nós negamos que essas sugestões agressivas e enganadoras tenham algum direito à existência e à realidade, porque sabemos que elas não fazem parte da criação de Deus. Elas não pertencem à unidade ou à filiação do homem com Deus, o bem. Aí não há lugar para elas.
Freqüentemente, em suas experiências como homem de negócios, o autor dêste artigo sentiu que é útil compreender que o homem, a imagem de Deus, age em virtude de sua unidade com Deus, o bem. O indivíduo que entender êsse fato será guiado todo o tempo a fazer o que é certo. O conhecimento de que existe só uma Mente, age como lei de ajustamento nas relações humanas. A Mente, Deus, está sempre presente, tudo vendo. A Mente não nos dirige só a nós, mas também a cada um de nossos colegas. Quando? Aqui e agora. A cada momento.
Na criação divina não há mistura do bem e do mal. A filiação do homem com Deus, sua indissolúvel afinidade com o Pai celestial, não contém um mínimo elemento de mal. É a mente carnal ou mortal que se empenha em animar a sua falsa pretensão de vida e existência através de uma suposta associação de elementos opostos. Só a mente mortal argumenta a favor da união entre o bem e o mal e então nos faz crer que o homem é uma mistura dêsses elementos opostos.
Se queremos tirar plena vantagem do verdadeiro parentesco de Deus para com o homem, devemos desistir da crença em união entre o bem e o mal, como também da crença de que os elementos do bem e do mal estejam misturados no homem, e lembrar-nos de nossa unidade com Deus como Sua idéia. Então percebemos que nunca estivemos separados de nosso Pai celestial, que nenhuma pretensão de união com o êrro jamais tocou ou danificou nossa existência em Deus. Tais pretensões nada mais são que sonhos maus que parecem ter realidade sòmente enquanto sonhamos com elas.
Na medida em que Deus se torna Tudo para o nosso ser, nós encontramos nossa unidade com o bem, divinamente outorgada, e os elementos que, segundo a mente mortal, formam parte de um companheirismo com o mal, se apartarão de nós. Completando, nós percebemos que nosso verdadeiro ser, criado por Deus, sempre foi e ainda é perfeito. Êle está oculto, como disse Paulo em Colossenses 3:3, “juntamente com Cristo, em Deus”.