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Uma única raça e a paz no mundo

Da edição de novembro de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando alguém pergunta sua nacionalidade, o que você responde?

Eu geralmente dou risada e digo que no meu documento está escrito que eu sou alemã mas, na verdade, não me sinto alemã. Um astronauta russo disse, certa vez, que quando se está no espaço não se pensa em termos de nacionalidades. “Só dá para raciocinar em termos de planetas. A gente pensa: ‘Meu planeta é a terra’.” Eu gosto dessa idéia.

Na Alemanha você vive numa sociedade predominantemente branca. Você se sente diferente?

É claro que me sinto um pouco diferente, porque quase ninguém se parece comigo. O legal é que as pessoas nos aceitaram como parte da comunidade. Não somos excluídos. Já fui até representante dos alunos do meu colégio. Nunca precisei ficar isolada.

No início, as pessoas tinham uma certa curiosidade a meu respeito. Elas me faziam perguntas do tipo: ”Você fica bronzeada no verão?” ou ”Sua pele queima quando você toma muito sol?” Elas queriam saber o que era diferente em mim. Não por maldade ou com má intenção. Minha melhor amiga é loira de olhos azuis e já passamos por bons e maus momentos juntas.

Como é namorar alguém de outra raça?

A cor da pele não interfere em nada. Não é um problema. Meus amigos encaram a situação do mesmo jeito.

Como você lida com problemas ou crises de identidade?

Em qualquer situação, a primeira coisa que faço é orar. Para mim, orar significa ficar calma por dentro e não demonstrar perturbação. Sempre procuro inspiração na Bíblia. Desde cedo aprendi que, para confiar na Christian Science de verdade, teria de me basear em meu próprio estudo. Isso me ajuda muito. Minhas crises de identidade foram porque eu me achava muito gorda ou muito magra. Nunca por causa da cor da minha pele ou da minha origem. Minha cor sempre fez parte de mim. Nunca tive vontade de mudá-la, mas não acho que ela seja uma característica fundamental na minha identidade.

Também não acredito que a cor da pele identifique as pessoas. Não me deixo influenciar pela aparência. O que importa é o caráter: a atitude de forma geral e os interesses. Para mim, a cor da pele é como a cor dos olhos. O fato de alguém ter olhos azuis não influencia sua maneira de ser. Mas é claro que as diferenças culturais são muito interessantes.

Como você acha que nós podemos contribuir para a paz no mundo?

Alguém disse uma vez que a guerra começa no quintal de casa, entre vizinhos. Depois se espalha pelas ruas, pelas cidades e acaba virando um conflito entre nações. A verdadeira paz mundial começa em nós mesmos. Precisamos ser mais tolerantes e tentar entender por que somos diferentes uns dos outros. Essa ”diferença” não é uma coisa ruim. Ela expressa a diversidade de Deus. Precisamos compreender que Deus se manifesta na diversidade e também em cada detalhe. As pessoas não precisam ser parecidas para sentir a presença de Deus. À medida que compreendermos isso e expressarmos essa compreensão em nosso dia-a-dia, a paz mundial vai aparecer. Talvez demore um pouco, mas não devemos desistir só porque não vemos resultados imediatos.

Você mencionou a palavra “tolerante”. O que é tolerância para você?

Na verdade, jamais gostei dessa palavra porque, em geral, ela é usada no sentido de aturar alguma coisa. Se simplesmente tolerarmos alguém, sem ter uma preocupação genuína com a pessoa ou com sua vida, isso pode facilmente levar ao medo e ao preconceito. Nesse caso, a tolerância acaba sendo apenas uma espécie de escudo, que nos protege da opinião pública, evitando que os outros pensem que somos racistas ou preconceituosos. Porém, uma pessoa pode ter uma mentalidade racista ou preconceituosa, sem demonstrá-la. Para mim, isso não é tolerância.

E como expressar a verdadeira tolerância?

É preciso amar a nós mesmos. Quando odiamos alguém e humilhamos essa pessoa é porque, intimamente, odiamos a nós mesmos. Precisamos descobrir por que merecemos nos amar e ser amados pelos outros. Quando nos dermos conta do nosso valor indestrutível, e compreendermos que esse valor vem de Deus, nunca mais desprezaremos ou faremos discriminação contra quem quer que seja. Todas as pessoas têm seu valor. Não precisamos tratar ninguém com arrogante indiferença para ficar numa posição superior. Podemos, sim, ajudar o outro a se elevar.

Cheguei a essa conclusão quando entendi que todos temos um único pai e mãe. Não me refiro aos pais que temos neste planeta. Nosso Pai-Māe é Deus, e Ele está sempre conosco. Não há nada mais maravilhoso do que saber que Deus sempre nos amará, e que Deus é Amor. Ele não é uma pessoa, é apenas Amor. Quando compreendemos isso não precisamos tratar ninguém com arrogância ou indiferença para sentir que temos valor.

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