"Esta é a nossa nova casa, Josué", disse a mamãe.
Josué olhava, olhava, mas não conseguia ver nenhuma casa. A única coisa que ele via era o rio e um barco comprido e estreito, todo colorido, enfeitado com vasinhos de flores.
A mãe de Josué estava muito contente, e o abraçou enquanto andavam em direção ao barco. "Não é legal?", perguntou ela sorrindo. "Venha ver aqui dentro, você vai adorar!"
Eles entraram pela frente do barco e a mamãe abriu a portinha que estava trancada. Josué nunca tinha entrado num barco antes. Não era nem um pouco parecido com o apartamento da cidade. O barco balançava na água. A mãe de Josué acendeu um fogãozinho preto.
"Logo, logo, vamos ficar quentinhos", disse a mamãe. "Espere até ver o resto do barco."
Os sofás viravam camas à noite e tinham um lugar embaixo para guardar a roupa de cama. A mãe de Josué disse que os quartos se chamavam cabines.
Tudo tinha um nome, diferente, até o rio, que se chamava canal. Josué tinha uma cabine pequena só para ele. Uma colcha toda colorida cobria o sofá, e havia vários armários e prateleiras para colocar todas as suas coisas. As janelas eram redondas, e quando Josué sentava na cama, podia ver o rio.
A mamãe preparou o jantar numa panela pequena e eles comeram sentados perto do fogão. Estava quente ali, e logo ele ficou com sono. A mamãe o colocou na cama e acendeu uma lamparina que fazia aparecer desenhos de estrelas no teto.
"Vamos ficar quientinhos alguns minutos, Josué", disse a mãe. "Vamos fazer uma oração a Deus, agradecendo-Lhe por tomar conta de nós e por nos dar um lugar tão lindo como este para morar". E eles fizeram a oração.
Josué queria muito se sentir feliz com a sua nova casa! Mas, lá no fundo, estava triste porque seu pai não iria morar com eles. Ele queria que tudo fosse como era antes de seu pai ir embora. "Sinto falta do papai", suspirou.
A mamãe o abraçou carinhosamente, e disse: "O papai gosta muito de você, Josué. Logo, logo ele vai querer que você vá visitá-lo."
O suave balanço do barco fez com que Josué pegasse no sono. Ele dormiu bastante, mas de repente um barulho estranho do lado de fora o acordou.
A lamparina não estava mais acesa e uma luz bem fraquinha entrava pela janela. No começo ele não conseguia imaginar o que o havia acordado. Será que era um sonho?
Então, ele ouviu novamente. Era um barulho estranho. Ora uma batida, ora uma arranhada. O que seria aquilo? Josué sabia que do lado de fora só havia o canal, só água. Não poderia haver ninguém lá fora.
De novo! Toc, toc, toc e mais arranhadas nocasco do barco! Josué começou a ficar assustado.
Ele disse bem baixinho: "Mamãe, por favor, venha aqui. Tem uma coisa lá fora querendo entrar no barco". Ela foi pra perto dele, porque também havia ouvido aquele barulho estranho. Mas não estava nem um pouquinho assustada, estava rindo!
"Está tudo bem, Josué. Calce seu chinelo e venha ver".
Logo eles estavam em pé, na parte da frente do barco, olhando para a água. Naquela suave luz do amanhecer, viram três patinhos batendo na lateral do barco. Josué não entendia o que eles estavam fazendo.
A mamãe explicou: "Existem plantas presas na parte de fora do barco. Os patinhos estão procurando comida. Acho que vamos ouvi-los todas as manhãs.Eles são os nossos novos vizinhos".
Os patinhos se balançavam e agitavam as asas para Josué. Um deles começou a fazer quá-quá bem alto. Até parecia que estava rindo. Josué e sua mãe começaram a rir também.
Nem pensaram mais em dormir. Mamãe colocou a chaleira no fogo e começou a prepara o café. Então, ela enrolou Josué num cobertor e sentou-se na cama pertinho dele.
A mamãe disse: "Josué, quando as coisas parecem assustadoras, lembre-se que Deus está sempre perto, cuidando de você. Ele é o seu Pai e a sua Mãe, e Ele nunca, nunca, abandona você. Mesmo quando eu ou o papai não pudermos estar com você. Deus sempre vai estar. Deus está aqui, cuidando de você agora, Josué. Deus só quer o seu bem. Deus manda mensagens para você. Elas são como anjos, que dizem, com todo o carinho, o que fazer, Essas mensagens fazem com que você fique forte e feliz."
Josué perguntou: "E o papai? Deus também está cuidando dele?"
Mamãe deu-lhe um grande abraço e falou bem baixinho: "É claro, Josué. Deus ama todos nós: você, o papai e eu."
Josué sentiu uma grande alegria, sentado ali naquele barco tão diferente do apartamento na cidade. Ele ouvia os patinhos fazerem quá-quá e nadarem na água. E achava legal ter os patinhos como vizinhos.
Logo os primeiros raios de sol entraram pela janela redonda do barco e a água da chaleira começou a ferver. A cama de Josué estava quentinha e ele se sentiu bem, ao pensar que Deus o ama muito. E Deus também ama a mamãe e o papai.
