Chovia constantemente. Estava em casa e decidi ir até a cozinha para preparar um café. Desloquei-me no escuro. Na volta, trazia um vidro com torradas na mão. Não percebi que a força da chuva havia arrancado uma das telhas do escritório de meu marido, por onde precisava passar. Escorreguei no chão encharcado de água e fui lançada a uma certa distância. De repente, senti minha roupa toda molhada. Achei que era por causa da água da chuva, mas, quando me levantei e acendi a luz, vi que era sangue. O vidro com torradas tinha quebrado e as pontas cortaram meu pulso.
Enrolei no pulso o pano de prato que trazia nas mãos e fui para o meu quarto, orar. Sentia medo, mas repeti a Exposição Científica do Ser, que diz: "Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o erro mortal. O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual" (Ciência e Saúde, p. 468).
O sangue que via escorrer do meu pulso me assustava, pois sempre ouvira dizer que um corte ali seria fatal. Senti que precisava da ajuda de um Praticista da Christian Science para me acalmar por meio da oração. Entretanto, não conseguia contactar ninguém, pois era quarta-feira e a maioria frequenta as reuniões de testemunhos das igrejas da Christian Science.
Continuei a orar sozinha e a repetir lentamente a Exposição Científica do Ser. Naquele momento, precisava colocar em prática tudo o que havia aprendido com a leitura de Ciência e Saúde.
Pensei também no significado metafísico de cada palavra da Oração do Senhor. Adormeci orando. Acordei de madrugada e percebi que o sangramento havia parado. Levantei-me da cama, tomei um banho, limpei o local do ferimento e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, vi que o corte era muito profundo. Cobri o local com gaze para que não ficasse exposto. Assim, evitaria que os empregados da fazenda onde vivo, vissem o ferimento e se preocupassem.
Alguns dias depois do incidente, quando meu marido retornou de uma viagem, lembrei-me de checar o corte e verifiquei que uma pequena cicatriz era tudo o que havia restado.
Fiquei muito feliz porque vi que Deus, a Verdade, está presente em todos os momentos, mesmo naqueles em que pensamos estar sozinhos. Confirmei a presença de Deus nessa e em outras situações em que me volvi a Ele e confiei na Sua ajuda.
