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Matéria de capa

É possível definir a beleza?

Da edição de outubro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante uma caminhada matinal, deparei-me com um cenário maravilhoso: a comunidade ainda adormecida, naquelas primeiras horas da linda manhã primaveril, com suas casas aninhadas entre árvores e vales ao redor da Baía de São Francisco. A luz do sol bailava sobre a água e por toda a ponte Golden Gate, que se destacava em nítido relevo a distância. Senti muita gratidão por toda aquela beleza da criação de Deus, como se o Salmista estivesse falando ao meu ouvido: “Desde Sião, excelência de formosura, resplandece Deus” (Salmo 50:2).

O que é a beleza? O que é isso que, diante de um resplendente nascer do sol, nos deixa sem fôlego, cheios de confiança ao contemplar a face de uma criança dormindo, enlevados com a graça de uma dança? Os objetos e os eventos que as pessoas descrevem como belos são tão distintos uns dos outros, que é impossível definir a beleza por meio de padrões meramente materiais.

A essência da beleza é espiritual. Claro, muitas pessoas admitem que “a beleza está nos olhos do observador” e que ela não depende, necessariamente, do físico, mas da qualidade que irradia de dentro para fora. Contudo, a maioria das pessoas ainda percebe a existência como inerentemente física. Como resultado disso, a sociedade está convencida, em sua grande maioria, de que dietas apropriadas, exercícios físicos, remédios ou cirurgias são necessários para o alcance e a manutenção da beleza.

Por outro lado, a Christian Science se apóia no fato de que tudo o que Deus cria é inteiramente espiritual, perfeito e imortal. Isso inclui você e eu. Alinhar o pensamento com a verdade de Deus tem um efeito poderoso e transformador sobre a vida e o mundo. A realidade espiritual, subjacente a tudo o que é belo, emana apenas de Deus e é refletida em infinitas formas.

A verdadeira beleza, sendo espiritual, começa no pensamento e se torna visível exteriormente. “A receita para a beleza”, escreveu Mary Baker Eddy, “é ter menos ilusão e mais Alma [Deus], afastar-se da crença de que haja dor ou prazer no corpo e refugiar-se na calma imutável e na gloriosa liberdade da harmonia espiritual” (Ciência e Saúde, pp. 247–248). Qualquer um pode seguir essa receita. Não se trata de tentar fazer algo feio transformar-se em algo belo, ou espiritualizar o corpo físico. Ao contrário, acho que a beleza duradoura aparece quando tomamos a Deus e Sua perfeição como nosso ponto de referência, mantendo no pensamento o fato de que o homem (que significa todos os homens e mulheres) já é espiritual. Sendo Deus a Alma do homem, concede qualidades maravilhosas a cada um de nós. Quanto mais exercitarmos nosso direito de pensar altruisticamente sobre essas qualidades sagradas, tanto mais nossa vida e corpo expressarão, naturalmente, saúde e beleza.

Ficou claro para mim que Deus, também conhecido como o Amor divino, havia realmente me concebido como Sua idéia e o que poderia ser mais belo do que o esboço do Amor?

Comecei a captar vislumbres a respeito desse conceito, quando estava na sexta série do ensino médio e freqüentemente surgiam espinhas e manchas em meu rosto. Pelo que lia e ouvia, isso era comum e até mesmo inevitável. Também estava lutando com o sentimento de que não me adaptava à escola, sentindo-me desajeitada e constrangida. Contudo, na aula da Escola Dominical da Christian Science, estava aprendendo que eu era a filha amada de Deus, Sua verdadeira imagem e semelhança (ver Gênesis 1:26, 27). Na sétima série, ao raciocinar sobre isso, reconheci que Deus não podia ter uma aparência cheia de manchas, portanto, não deveria aceitar que eu, sendo o reflexo dEle, também a tivesse.

Como resultado desse raciocínio espiritual, ficou claro para mim que Deus, também conhecido como o Amor divino, havia realmente me concebido como Sua idéia e o que poderia ser mais belo do que o esboço do Amor? Sabia que deveria haver uma maneira pela qual eu pudesse naturalmente expressar amor e beleza em toda parte, inclusive na escola. Então, decidi fazer um esforço consciente para sentir a presença de Deus, dizendo uma palavra gentil e encorajadora a pelo menos uma pessoa por dia, alguém que estivesse fora do meu círculo de amigos mais chegados, com quem ser gentil talvez não fosse tão fácil. Esforcei-me também para perceber a gentileza e a bondade genuínas nas outras pessoas, uma vez que as qualidades da Alma pertencem a todos.

A certa altura, esse simples exercício deixou de ser um esforço e se tornou minha maneira natural de pensar e de me comportar. Outras pessoas devem ter percebido isso, porque comentaram sobre minha mudança de caráter.

Durante os meses subseqüentes, minha pele clareou de maneira notável. Sei que foi o resultado de meu conceito de beleza como uma qualidade da Alma, Deus, e da vivência de um amor mais altruísta no dia-a-dia, que produziram a mudança.

Desde aquela ocasião e ao longo dos anos, tenho percebido como é importante desenvolver o hábito de reconhecer e apreciar a beleza espiritual refletida ao meu redor, todos os dias. Contudo, compreendi também que isso exige mais do que simplesmente procurar amar e ser gentil. Isso exige manter presente na consciência aquela compreensão de Deus como nosso ponto de referência, de forma humilde e consciente. Sempre que cedermos a essa harmonia espiritual e a gratidão e a inspiração nos guiarem, os pensamentos de Deus irradiarão, de dentro para fora, sob a forma de saúde, santidade, graça e, é claro, beleza.

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