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Estudantes de Christian Science da Grande São Paulo aprofundaram seu conhecimento do Evangelho de João, fizeram reuniões inspirativas e partilharam o que haviam descoberto. Também nos próximos meses apresentaremos excertos do que foi exposto nessas reuniões. Continuamos agora com os versículos 1 a 12 do capítulo 3.

O Evangelho Segundo João

parte VIII

Da edição de outubro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


1. "Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus." Na época de Jesus, os Fariseus se sentiam os depositários e guardiães da "Tradição", do Ensinamento oral da Torá, que significa Lei em hebraico e é representada na Bíblia pelo Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento).

Nicodemos devia ser um dos doutores da Lei, ou um membro do Sinédrio, órgão máximo da Sinagoga, que, em hebraico, significa Assembléia.

2. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer os sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. As Escrituras são susceptíveis de, no mínimo, três níveis de interpretação: 1. Histórico ou literal; 2. Alegórico ou simbólico; 3. Espiritual ou metafísico. Portanto, esse versículo pode significar que:

1. Receoso de ser visto pelos seus companheiros, Nicodemos literalmente aproveitou a penumbra da noite para fazer uma visita a Jesus;

2. Alegoricamente, talvez signifique que Nicodemos, mesmo pressentindo que Jesus pudesse elucidar suas inquietações, não tivesse ainda consciência do que lhe ocorria;

3. Metafisicamente, podería ser interpretado como a busca do caminho espiritual, que ocorria no íntimo de Nicodemos.

Maravilhado diante da capacidade que Jesus possuía de realizar tão grandes obras, Nicodemos chama Jesus de Rabi, um título honorífico, aplicado pelos judeus aos mestres.

Jesus aproveitou a ocasião para lhe ensinar um dos mais belos, profundos e significativos conceitos relatados na Bíblia: o novo nascimento.

3-4. "A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, por ventura, entrar no ventre materno e nascer segunda vez?" Perplexo, Nicodemos faz uma pergunta ambígua que origina um tipo de diálogo frequente neste evangelho. O termo usado em grego para "nascer de novo" significa "unigênito de cima" e "de novo" em aramaico pode significar somente "de cima", ou seja, "de Deus".

Sobre ver o reino de Deus, Mary Baker Eddy escreve: "Ninguém, a não ser os limpos de coração, verão a Deus, — serão capazes plenamente de discernir e claramente demonstrar o Princípio divino da Christian Science" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos], p. 185).

5. "Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus."

Jesus, em sua resposta, procura mostrar ao fariseu a necessidade de um renascimento espiritual, não carnal. Ele menciona dois nascimentos ou batismos. A palavra Batismo, em grego, significa mergulho ou imersão: 1. Batismo nas águas da Verdade ou de arrependimento (purificação); 2. Batismo de fogo ou do Espírito Santo (transformação, renascimento espiritual).

Uma menção semelhante se encontra no Evangelho de Lucas, quando João Batista confirma: "...Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (3:16).

6. "O que nasce da carne é carne; e o que nasce do Espírito é espírito."

"A criança nascida de mulher tem a formação de seus pais; o homem nascido do Espírito é espiritual, não material..." (Miscellaneous Writings, p. 184). Nessa passagem, Mary Baker Eddy mostra a diferença entre o nascimento carnal e o espiritual, que garante nossa verdadeira herança, como filhos de Deus.

7-8. "Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito." Metanóia é uma palavra grega composta pelos termos "meta", que significa "além", e "nous", cujo significado é "mente". "Nascer de novo" poderia ser interpretado como realizar a metanóia que nos possibilita enxergar além dos testemunhos da mente humana.

Essa transformação espiritual é perfeitamente ilustrada na Bíblia: "Já não te chamarás Jacó e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste". Jacó fora desonesto com seu irmão, que, após muitos anos, o perseguia com um exército. A luta com Deus, mencionada na passagem acima, significa o crescimento espiritual de Jacó, que culmina na transformação de sua natureza humana. Como resultado, seu nome foi alterado para o de Israel (ver Gênesis 32:24-30).

9-12. Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus: Tu és mestre em Israel e não compreendes estas cousas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho. Se, tratando de cousas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?" Esse diálogo deixa transparecer a diferença entre o Judaísmo e o Cristianismo de graça e verdade pregado por Jesus. Nicodemos, mestre em sua comunidade, e muitos outros fariseus não conseguiam entender verdades espirituais que Jesus lhes revelava e demonstrava por meio das curas que realizava. O Mestre mostra ao fariseu que o novo nascimento é algo que pode ocorrer agora mesmo pela renovação da nossa consciência. Acreditar nas curas e demonstrações feitas por Jesus torna o pensamento receptivo para as possibilidades infinitas, as quais o Mestre chama de celestiais.

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida, 2ª. Edição; The Holy Bible, versão King James; Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, impresso em 1990, The Christian Science Publishing Society, Boston, MA, USA; Escritos Misceláneos 1883-1896, Mary Baker Eddy, 1968, The Christian Science Publishing Society, Boston, MA, USA; The Interpreter's Bible, Volume VIII, Abingdon Press, Nashville, TN, USA; The One Volume Bible Commentary, J. R. Dummelow, MacMillan Publishing Company, New York, NY, USA; Strong's Exhaustive Concordance of the Bible, 42ª. Edição, James Strong, 1983, Abingdon Press, Nashville, TN, USA.

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