Embora seja um livro muito antigo, para mim a Bíblia continua a ser uma fonte de água fresca! Repetidamente, deparo-me com passagens que, de repente me parecem muito novas e me dão muita inspiração, mesmo que eu as tenha lido inúmeras vezes.
Aqui está um exemplo: Em 1 Reis, lemos que Deus diz ao profeta Elias para ir à cidade de Sarepta, onde uma viúva cuidaria dele durante a seca iminente. Elias fez o que Deus lhe ordenara. Durante o tempo em que ele viveu ali, o filho de sua anfitriã ficou muito doente e veio a falecer. Sua mãe, naturalmente, cheia de pesar ficou fora de si e repreendeu o homem de Deus, achando que ele havia matado seu filho como um castigo aos pecados dela. Elias simplesmente respondeu: “Dá-me o teu filho”. Ele carregou o menino em seus braços “e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo se hospedava, e o deitou em sua cama; ... E, estendendo-se por três vezes sobre o menino, clamou ao Senhor...” (ver 1 Reis 17:17-24). O menino foi restaurado à vida.
Recentemente fiquei muito comovida quando li essa passagem. A simples ordem de Elias: “Dá-me o teu filho”, levou-me à reflexão, pois na ocasião eu estava enfrentando um problema difícil e desagradável de relacionamento, por algo que a outra pessoa havia feito comigo. Senti que as palavras: “Dá-me o teu filho” foram ditas diretamente a mim, significando “coloque a situação nas mãos de Deus!”
Senti que as palavras: “Dá-me o teu filho” foram ditas diretamente a mim, significando “coloque a situação nas mãos de Deus!”
Elias era um profeta e no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy define profeta como: “Aquele que vê espiritualmente; desaparecimento do senso material ante os fatos conscientes da Verdade espiritual” (p. 593). Senti que a segunda parte dessa definição realmente se aplicava a essa história. Elias curou o menino ao reconhecer “os fatos conscientes da Verdade espiritual”, ou seja, que na criação de Deus não pode haver morte, somente a Vida infinita.
Percebi que eu não tinha razão para guardar esse sentimento de que me haviam magoado, lamentando-me e entristecendo-me. Essa história sobre Elias e o filho da viúva mostrou-me que eu podia trazer esse problema de relacionamento, que havia me magoado muito e mantivera meu pensamento ocupado durante tanto tempo, a uma instância superior, a Deus.
Ponderei sobre a maneira como Elias havia levado o filho da viúva, não apenas “para cima, ao quarto”, mas a um nível mais elevado de consciência. Estou convencida de que o vidente espiritual sempre viveu na certeza da presença de Deus. E é nesse ponto que ele elevou o menino à presença sanadora do Amor divino. Poderíamos dizer que ele envolveu a criança com a segurança que seu conhecimento lhe dava. A espiritualidade profunda de Elias e sua confiança absoluta em Deus trouxeram a criança de volta à vida.
O nome Elias no Glossário de Ciência e Saúde contém esta definição: “Profecia; evidência espiritual que se opõe ao senso material; a Ciência Cristã, pela qual se pode discernir o fato espiritual em lugar de tudo o que os sentidos materiais veem; a base da imortalidade” (p. 585).
Ocorreu-me que todas essas etapas, a de abandonar o sentimento de mágoa, elevar o pensamento a um nível espiritual, estar envolvida pelo Amor divino, repreender o medo e sentir a convicção profunda de que tudo está bem, estavam interligadas. Elas nos permitem saber que a perfeição da criação, incluindo cada homem, mulher e criança, é um fato presente.
Enquanto refletia sobre todas essas ideias, compreendi que minha própria cura ainda não estava completa. Eu estava argumentando comigo mesma sobre o que ainda precisava ser dito ou feito pela outra pessoa. Esse debate interior continuou por um bom tempo, até que, de repente, veio-me ao pensamento: “Mas você está parecendo o Naamã”! Que surpresa! Naamã, o comandante dos exércitos do rei da Síria, havia ido até Eliseu, o discípulo de Elias, para ser curado de lepra. Mas, ele tinha sua própria ideia a respeito de como essa cura teria de acontecer e quando o profeta nem sequer saíra para cumprimentá-lo, Naamã ficou indignado e disse: “Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso” (2 Reis 5:11).
A luz que a Ciência Cristã lança sobre a Bíblia mostra que sua mensagem é como uma fonte de água fresca, que se renova eternamente.
Era exatamente assim que me sentia: Achava que a outra pessoa faria um grande esforço para resolver a situação. Mas, agora, lembrei a mim mesma que deveria parar com esse debate interior, ou seja, eu não precisava delinear como o problema seria solucionado. Eu havia reconhecido que Deus estava no controle e tudo o que eu precisava fazer agora era ser obediente e humilde e deixar o problema de lado. Esse foi o fim da discussão mental e do problema propriamente dito. Consegui deixar o turbilhão mental de lado e o problema de relacionamento simplesmente parou de me incomodar.
A luz que a Ciência Cristã lança sobre a Bíblia mostra que sua mensagem é como uma fonte de água fresca, que se renova continuamente. A Bíblia e Ciência e Saúde são meus preciosos companheiros e professores. Ler, pesquisar e estudar esses livros é uma jornada que eleva e cura, exatamente como Eddy prometeu: “As Escrituras são muito sagradas. Nosso objetivo deve ser torná-las compreendidas espiritualmente, pois só com essa compreensão se pode alcançar a verdade” (Ciência e Saúde, p. 547).