Há cinco anos, sentia dores lancinantes sempre que eu dobrava ou esticava as pernas. Era muito difícil me locomover sem mancar.
Consultei dois médicos, um ortomolecular e um ortopedista. O ortomolecular me disse que a falta de certas vitaminas e nutrientes estava impedindo o desenvolvimento de cartilagem nos joelhos. O ortopedista me disse que uma cirurgia seria necessária para curar o problema.
Naquela época, eu estava começando a estudar a Ciência Cristã e vi aquela como uma boa oportunidade de confiar somente na oração para encontrar a cura. Pedi a uma Praticista da Ciência Cristã que me ajudasse por meio da oração, e ela concordou.
Os testemunhos que eu lia nO Arauto da Ciência Cristã e os que ouvia nas reuniões de quartas-feiras em uma igreja da Ciência Cristã me ajudaram muito. Em uma dessas reuniões, um dos testemunhos relatados contava a história de uma senhora que estava com câncer e que, em busca da cura, concentrou-se em entender melhor seu relacionamento com Deus. À medida que fez isso, ela ficou completamente curada.
Assim, procurei também conhecer melhor a Deus e alcançar uma compreensão mais profunda de meu relacionamento com Ele. Então, comecei a estudar com afinco a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, e a ler diariamente a Lição Bíblica da Ciência Cristã.
Estudei a fundo a definição de homem em Ciência e Saúde: “O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos nem de outros elementos materiais. As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. A matéria não é essa semelhança. A semelhança do Espírito não pode ser tão dessemelhante do Espírito. O homem é espiritual e perfeito; e por ser espiritual e perfeito, tem de ser compreendido dessa maneira na Ciência Cristã” (p. 475). Entendi que a verdadeira substância do meu ser reflete o Espírito e é espiritual, não está em cartilagens nem é material. Também compreendi que meu apoio não está na matéria, mas em Deus, o Espírito divino supremo e ilimitado. Esse apoio é espiritual, sólido e infalível.
Nós nunca deixamos de expressar a perfeição divina.
A “declaração científica sobre o existir”, que começa assim: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo” (Ciência e Saúde, p. 468), confirmou para mim que a matéria não tem substância e, portanto, não é real. Como tudo é a manifestação da Mente infinita, Deus, então Deus produz toda ação. Nenhuma ação provém da matéria. Assim, o homem, como uma expressão de Deus, não é material e reflete a ação harmoniosa e ininterrupta de Deus.
As dores eram fortes e demoravam para passar, especialmente durante a noite, de forma que eu não conseguia pegar no sono com facilidade. Eu me apoiava neste trecho de Ciência e Saúde: “...não há dor na Verdade, e não há verdade na dor...” (p. 113) e neste da Bíblia: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...” (Salmos 46:10). Eu orava em silêncio reconhecendo a onipresença de Deus e me tranquilizava em saber que o homem não pode sentir dor porque a dor não faz parte da Verdade divina, Deus. Ao orar dessa forma, meu pensamento se acalmava e eu conseguia dormir.
Conforme aprofundava meu estudo da Ciência Cristã, ia me tranquilizando e melhorando. Havia dias em que eu não sentia dores, a menos que eu pensasse no problema. Nessas ocasiões eu lia a Lição Bíblica para acalmar meu pensamento, e então as dores passavam. Por fim, sem que eu me desse conta, parei de sentir dores e de mancar.
Percebi que estava totalmente curado alguns meses depois. Como fui professor de boxe tailandês por muitos anos, a academia que ensina esse esporte na vizinhança na qual morava na ocasião, convidou-me para fazer parte da avaliação de um grupo de rapazes candidatos a tirar a faixa preta. Eu acabei lutando e, quando percebi, estava me agachando e levantando sem sentir nenhuma dor, nem mesmo no joelho esquerdo, que doía ainda mais que o direito, em função de uma contusão que eu sofrera alguns anos antes durante uma luta.
Naquele momento, dei-me conta de que havia esquecido totalmente do problema. Eu estivera tão concentrado em conhecer melhor a Deus e nas verdades espirituais que estava aprendendo por meio do estudo da Ciência Cristã, que a doença havia desaparecido completamente do meu pensamento. Para mim, o principal foi compreender que qualquer doença é realmente apenas uma crença errônea, que se desvanece em sua própria irrealidade, à medida que compreendemos que nenhuma desarmonia faz parte de nosso ser real, à semelhança de Deus. Nós nunca deixamos de expressar a perfeição divina.
Marco Antonio de Paula, São Paulo
