O Natal significa coisas completamente diferentes para as pessoas. Muitos comerciantes o consideram como uma bênção econômica, uma fonte importante e necessária de renda, enquanto para outros o Natal se tornou muito comercial. Para muitas pessoas, o Natal é uma época feliz, porque as famílias se reúnem. Todavia, para um número muito grande de pessoas, o Natal é uma época difícil, devido a desafios familiares ou pelo fato de não terem família.
Muito além das atividades alegres ou difíceis do Natal, muito além da infelicidade ou das alegrias humanas, existe um significado profundo e calmo, que continua presente para que todos o descubram, e que tem uma importância enorme para todos nós.
O nascimento de Jesus foi o nascimento de “um Salvador”, o Messias prometido. Um anjo anunciou esse nascimento aos pastores, que naquela noite estavam vigiando seus rebanhos nos campos. Foi então que um exército de anjos proclamou a jubilosa mensagem: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (ver Lucas 2:8-14).
A amorosa natureza divina que falou a eles, e que concede essa paz e essa “boa vontade para com os homens”, ficou melhor conhecida pela humanidade quando Cristo Jesus começou a ensinar e a curar. Ele mostrou às pessoas o amor que Deus, seu Pai, tinha por todos. Ele mostrou a eles o poder sanador de Deus e o que é necessário para vivenciar esse poder.
A promessa do Natal se refere tanto à manifestação do amor de Deus na humanidade, como também à cura e à regeneração que ela traz. A mensagem do Natal consiste em que somos um com Deus, por sermos Seus filhos. Não somos mortais moribundos e doentios que necessitam ser restaurados, mas a progênie, ou expressão, perfeita do Ser Divino, nosso Pai-Mãe. Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, viu em sua descoberta o reaparecimento dessa promessa, juntamente com a cura e a regeneração que mais uma vez estava trazendo.
Nesta revista, há testemunhos daqueles que vivenciaram a “boa vontade” do poder sanador de Deus. Muitos de nós, inclusive eu, podemos rememorar, com gratidão, curas de doenças e enfermidades, como também ocasiões em que houve reforma de caráter, e que trouxeram mais alegria e paz. Com essas experiências, muitos também estão compartilhando essa verdade sanadora com outros, ao se dedicarem à Prática Pública da Ciência Cristã.
“Do infinito Um na Ciência Cristã”, declara a Sra. Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, “provém um só Princípio e sua ideia infinita, e com essa infinitude vêm regras e leis espirituais e sua demonstração, as quais, como Aquele que tudo concede, são as mesmas ‘ontem e hoje... e... para sempre’; pois assim foram caracterizados o Princípio divino da cura e a ideia-Cristo na epístola aos Hebreus” (p. 112).
Princípio implica lei. Se Deus é o Princípio divino imutável e benevolente do homem e do universo, então Ele deve governar amorosamente toda a Sua criação, mediante a lei divina. Quando suas leis são compreendidas, elas trazem cura. A lei da harmonia de Deus, por exemplo, destrói a doença. A lei da plenitude de Deus, da plenitude de tudo o que Ele criou, restabelece tudo o que parece estar faltando.
As leis de Deus estão para sempre em ação para manter nossa harmonia e inteireza imutáveis, e as regras da Ciência divina capacitam cada um de nós a comprovar isso. Essas regras são nossos guias essenciais para a cura, porque nos mostram como manter nosso pensamento e nossa vida em conformidade com as leis sanadoras de Deus.
Por exemplo, aqui está uma regra implícita, encontrada no Sermão do Monte que Jesus proferiu: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mateus 6:22). Assim como em grande parte de seus ensinamentos, Jesus está se referindo aqui ao pensamento humano. O olho físico não pode produzir tal efeito sobre o corpo, mas manter “bom” nosso pensamento, ou seja, nossa visão mental, e aceitar que a verdade espiritual é a única realidade, pode trazer, e realmente traz, cura ao corpo.
Dois exemplos de regras contidas em Ciência e Saúde transmitem orientação semelhante: “Mantém o pensamento firme no que é duradouro, no que é bom e no que é verdadeiro e os terás na tua experiência, na proporção em que ocuparem teus pensamentos” (p. 261). “Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, agarra-te firmemente a Deus e Sua ideia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento” (p. 495).
A Sra. Eddy escreveu sobre sua descoberta: “Eu sabia que o Princípio de toda a ação harmoniosa da Mente é Deus e que, nos primeiros tempos do Cristianismo, as curas se efetuavam por uma fé que santificava e elevava; mas eu precisava conhecer a Ciência dessa maneira de curar e cheguei a conclusões absolutas graças à revelação divina, ao raciocínio e à demonstração” (Ciência e Saúde, p. 109). Muitos de nós podemos testemunhar a ajuda de valor inestimável que essa Ciência, com suas regras claras para nos orientar, proporciona àqueles que estão em busca de cura. Quando o medo tenta nos dominar, há sempre uma orientação clara disponível a nós, a qual nos ajuda a afastar o pensamento do medo e guiá-lo à compreensão espiritual que destrói o medo.
Outras regras da Ciência incluem orientações morais para a vida, encontradas nos Dez Mandamentos e nos ensinamentos de Jesus e seus apóstolos. A obediência moral apoia nosso crescimento espiritual, à medida que trabalhamos pacientemente para seguir a Cristo Jesus, vivendo a verdade e comprovando-a na cura. O mesmo Amor divino que nos cura provê direcionamento e orientação para que caminhemos com segurança na luz do Espírito.
Naquela abençoada noite do nascimento de Jesus, os pastores não conheciam o Princípio divino, Deus, e sua ideia infinita, o homem, nem a Ciência divina que os explica. Mas a profunda emoção espiritual que devem ter sentido se repete hoje em nossos próprios corações. O mesmo amor divino pela humanidade, o qual se manifestou naquela noite, se manifesta hoje por meio da Ciência do Cristo, e essa Ciência nos dá direcionamento, orientação e uma compreensão da verdade salvadora.
Cada vez que você e eu vivenciamos a cura de uma doença por meio do terno amor do Cristo, cada passo de progresso que damos na regeneração do nosso caráter e cada novo vislumbre que obtemos de Deus, o Amor divino, o qual enche nosso coração de emoção e nosso espírito de humildade, é outro pequeno, porém profundamente importante, cumprimento da promessa de “paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”, a promessa do Cristo, nosso Salvador, que vem a nós mais uma vez.
David C. Kennedy
