A cura é o meio mais maravilhoso que existe de louvar a Deus, pois não há nada que possa comprovar a presença e o amor de Deus da mesma maneira. A cura por meio da Ciência Cristã proporciona a prova concreta da verdade que essa Ciência nos ensina a respeito de Deus e de nosso relacionamento com Ele.
Por meio de seus escritos, fundamentados na Bíblia, Mary Baker Eddy nos proporcionou instruções completas e esclarecedoras de como curar espiritualmente, pondo em prática as leis de Deus. Essas instruções estão ao alcance de todos para que as estudemos e pratiquemos diariamente e, assim, possamos curar a nós mesmos e a outros.
Quando rememoro as curas que, tanto eu como as pessoas pelas quais orei em minha prática pública da Ciência Cristã, obtivemos ao longo dos anos, percebo que há um elemento-chave nesse trabalho de cura que humanamente não é fácil de ser mensurado ou definido. Trata-se do amor. Esse amor sempre foi muito mais do que afeto e bondade humanos; esse amor provém e é uma expressão do Amor, que é Deus. Vejo que a cura ocorreu porque abri espaço em meu coração para o toque sanador da presença e do poder de Deus, o Cristo; porque cedi a Deus, o Amor, isto é, reconheci o Amor, senti sua ternura e força e expressei mais esse Amor.
Muitas pessoas aceitam a ideia de que Deus concede amor à humanidade e à criação, mas a Bíblia deixa claro que Deus é o próprio Amor, puro, santo e precioso. A Ciência Cristã dá à humanidade a plena medida da compreensão de que Deus é o Amor, e assim tomamos consciência de que esse Amor é o Princípio universal que governa, inclui e beneficia a todos.
Isso nos ajuda, de forma maravilhosa, a compreender que não precisamos adquirir ou fabricar amor. O amor é a essência do nosso próprio existir, por sermos os filhos e as filhas de Deus. Cada um de nós é infinitamente suprido de amor, que está sempre disponível, porque temos um relacionamento natural com o Amor divino. Nada pode jamais nos separar do Amor ou nos impedir de sentir sua presença e o cuidado que tem por nós. À medida que compreendemos que isso é uma lei divina, percebemos que essa lei é um poder que podemos comprovar em nossa vida. Compreendemos que podemos estar cada vez mais conscientes da ação do Amor divino em todos os aspectos de nossa vida.
Cada um de nós é infinitamente suprido de amor.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy escreve: “Aquele que toca a orla da veste do Cristo e domina suas crenças mortais, a animalidade e o ódio, rejubila-se com a prova da cura — o senso doce e seguro de que Deus é o Amor” (p. 569). Se “a prova da cura” é “o senso doce e seguro de que Deus é o Amor”, então, naturalmente, quando sentimos o Amor, que é Deus, o resultado inevitável será a cura daquilo que esteja se apresentando como um desafio para nós.
A Sra. Eddy explica que, para sentir esse Amor profundo, temos de tocar a veste do Cristo e dominar nossas crenças mortais. Isso exige humildade, receptividade, disposição e obediência. Quando reconhecemos o Cristo, a Verdade, quando aceitamos a influência divina que ele tem no pensamento humano, reconhecemos o que Deus já fez pelo homem em perfeita ordem e harmonia. Percebemos que o único poder que verdadeiramente governa nossa vida é o de Deus, o Deus bom e amoroso, e cedemos à Sua onipotência. Isso é o que nos permite dominar todas as crenças mortais que pretendam ocultar o Amor para que não o enxerguemos no dia a dia.
Algumas vezes, as pessoas dizem que não sentem o amor de Deus e ficam imaginando como poderiam se conectar com o divino. Mas a verdade é que o Amor está sempre presente, e nós nunca estamos separados do Amor. Isso significa que o Amor divino está ao alcance de todos e que sentimos a presença do Amor à medida que vivemos em conformidade com as leis do Amor, conforme são explicadas nos ensinamentos da Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy.
É muito difícil sentir o Amor divino se não estivermos colocando seus preceitos em prática. A cura espiritual exige o trabalho sincero de subjugar a vontade humana, de manter o pensamento em conformidade com o Cristo e renunciar àquilo que não é honesto, puro, justo e inteligente; significa empenhar-se em seguir o exemplo do Mestre cristão, Cristo Jesus, em tudo o que pensamos, dizemos e fazemos, dando provas de nosso amor a Deus e ao próximo.
Pode parecer que há muito trabalho pela frente, e há, mas se trata do trabalho mais satisfatório e recompensador que se possa imaginar. Ele transforma nossa vida de uma forma que jamais poderíamos sonhar que fosse possível. À medida que realizamos esse trabalho tão importante, começamos a perceber a Deus em nossa vida, de formas maravilhosamente enriquecedoras, gratificantes e inspiradoras. Então, nos sentimos repletos de amor!
Lembro-me de certa ocasião, quando havia decidido me dedicar mais à prática da Ciência Cristã e compreendi essas verdades de forma muito clara. Eu estava ocupada com muitas atividades importantes, quando fiquei muito doente. A doença me impedia de trabalhar e eu me sentia cada vez mais frustrada. Liguei para uma Praticista da Ciência Cristã e lhe pedi que orasse por mim. Eu esperava ter uma cura rápida.
O problema era que eu desejava simplesmente uma solução rápida para poder continuar com meus afazeres. Eu não estava levando em consideração o que realmente realiza a cura na Ciência Cristã. Embora seja importante encontrar a cura para a doença ou outras dificuldades, e a Ciência Cristã nos leva a fazer isso excepcionalmente bem, eu estava me esquecendo de me volver a Deus com toda humildade e receptividade, e de abrir espaço em meu coração para o Cristo.
Eu estava tentando transformar uma situação material ruim em uma situação boa, em vez de perceber a natureza espiritual do meu existir, que sou governada por Deus e que Ele me abençoa com saúde, harmonia, alegria, liberdade e bondade. Eu havia me esquecido totalmente do amor, do meu amor a Deus, do meu amor por aqueles com quem eu interagia, do meu amor pela Ciência Cristã e do meu amor à prática da Ciência Cristã, a qual eu realizo com todo o meu coração. Eu também estava me esquecendo do quanto Deus ama a cada um de nós, inclusive a mim; ninguém jamais é deixado de fora; estamos todos incluídos.
Naquele dia conversei com a praticista várias vezes, para lhe dizer que eu não havia melhorado, mas sim piorado. Ela foi amável e paciente comigo e compartilhou algumas verdades espirituais maravilhosas, mas eu estava me ocupando muito em sentir pena de mim mesma para conseguir realmente aplicar aquelas verdades como deveria.
Eu estava convicta de que estava curada, porque estava sentindo o amor de Deus.
Na manhã seguinte, quando liguei para a praticista para lhe dizer que eu havia piorado novamente e estava me sentindo ainda mais frustrada por não estar conseguindo fazer tudo o que precisava, sua resposta amorosa e divinamente inspirada me surpreendeu. Ela me disse que eu precisava despertar e começar a reconhecer todo o bem que já existia em minha vida. Então me encorajou a cantar hinos durante todo o dia. Isso me surpreendeu muito, pois grande parte do problema era que a doença provocava muita dor na garganta, o que estava me impedindo de falar. Cantar parecia impossível!
Desliguei o telefone sentindo ainda mais pena de mim mesma. Mas então o Cristo irrompeu; em um instante de humilde compreensão, pude ver que essa praticista amorosa e solícita estava tentando fazer com que me conscientizasse do que ela sabia ser verdadeiro a meu respeito como filha de Deus. Com lágrimas de arrependimento, compreendi que, se ela me amava o bastante para ser tão honesta comigo sobre o que eu precisava para alcançar a cura, então ela estava fazendo isso por uma boa razão. Logo me dei conta de que suas palavras denotavam profundo cuidado e valor moral. Ela estava tentando me despertar do pensamento que focava somente o ego, a expandir o pensamento e a pensar com mais amor em Deus e no amor que Ele tem por mim e por todos.
Abri o Hinário da Ciência Cristã no primeiro hino e comecei a cantar. Eu estava cantando muito mal, mas não parei. Naquele dia eu cantei todos os hinos do Hinário, de maneira humilde e sincera. Ao cantar aqueles hinos, senti o poder de Deus, o amor de Deus. À noite, eu estava totalmente convicta de que Deus me amava e senti que esse amor pousava sobre toda a criação. Nada havia mudado fisicamente, mas eu estava convicta de que estava curada, porque estava sentindo o amor de Deus.
Fui para a cama naquela noite bem consciente de que estava cingida por Deus e sob os Seus cuidados. Dormi tranquilamente e na manhã seguinte acordei completamente curada e renovada. Podia agora cuidar dos meus assuntos, mas não podia mais simplesmente continuar a viver como antes, pois minha vida havia mudado. Eu já não considerava a cura física, por mais importante que tivesse sido, como o aspecto principal. Para mim, o ponto fundamental da cura foi a descoberta profunda e sólida de que Deus é o Amor, e agora eu percebia isso mais claramente do que nunca. Jamais me esqueci do poder daquela experiência.
Se estamos precisando alcançar uma cura, talvez seja a hora de dar um passo para trás e ver se não existe a necessidade de analisarmos como estamos orando. Será que não precisamos nos dedicar a amar mais a Deus, a expressar Seu amor no dia a dia e a perceber a natureza universal e abrangente do abraço do Amor divino que cinge toda a criação? Não podemos reivindicar esse abraço amoroso para nós mesmos sem reivindicá-lo para todos. Somente então podemos esperar encontrar nossa própria prova de cura por meio do “senso doce e seguro de que Deus é o Amor”.
