Muitas vezes, ao andar por determinada região em uma cidade grande, eu costumava contemplar e analisar os diversos estilos arquitetônicos, observando quais me agradavam ou não. Certo dia, dei-me conta de que eu não precisava decidir de quais casas eu gostava e quais não me agradavam — eu não precisava julgá-las nem avaliá-las. Eu não iria comprar nenhuma delas, e certamente ninguém pedira minha opinião. Eu podia simplesmente apreciar o que era único em cada construção, com a compreensão de que aquela não era minha casa.
“Esta não é minha casa!” Esse pensamento adquiriu, para mim, uma importância que transcendeu seu sentido literal. Ele me impede de tentar avaliar situações — e possivelmente de sugerir como devem ser corrigidas — que não me cabem resolver. Se me sinto tentada a dar uma opinião que não me tenha sido solicitada, lembro a mim mesma: “Esta não é minha casa! Não preciso pensar nisso!”
Cheguei a essa conclusão por meio de algo mais profundo do que meramente deixar de lado a opinião pessoal. Concluí isso ao ficar mais consciente de que precisava compreender melhor o que é minha “casa” — minha verdadeira identidade — e de estar totalmente consciente de quem eu sou como filha amada de Deus, cuidada por Ele. Essa “casa”, essa identidade espiritual, é completa, e possui tudo de que necessito para cumprir meu propósito, que é único e me foi concedido por Deus. E visto que Deus, que é infinito, é a fonte da vida de todos nós, a expressão da nossa própria plenitude é diferente do modo como qualquer outra pessoa a expressa. Por isso, não há motivo para comparações.