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Original para a Internet

Nada a temer

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 26 de abril de 2021


Você já foi a um baile de máscaras? Cada um dos convidados, seja homem ou mulher, vai mascarado, representando alguém que, em realidade, ele ou ela não é. Os convidados mascarados assumem uma identidade diferente e têm grande prazer em confundir as pessoas. Com sua identidade camuflada, o mascarado tem coragem de fazer coisas que nunca tentaria fazer se sua verdadeira identidade estivesse a descoberto.

O principal mascarado de todos os tempos é a concepção falsa e mentirosa, chamada na Bíblia de várias maneiras: Satanás, Lúcifer, diabo, serpente, dragão, mente carnal, mentiroso, espírito maligno. Isaías cita Lúcifer, que diz: “…subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:14). Que mascarado presunçoso — o mal se disfarçando, como se fosse o próprio bem! Muitas vezes somos enganados por essa fase do mal. Aliás, existe até uma denominação especial para aqueles que apresentam uma aparência inocente, enquanto por trás da “máscara” se preparam silenciosamente para atacar: tais pessoas são denominadas “lobos em pele de cordeiro”. Uma dessas pessoas foi Judas Iscariotes, o discípulo infiel de Cristo Jesus. Judas sentou-se com o Mestre durante a última ceia que tiveram juntos, mascarando atrás de sua aparência benigna uma conspiração traiçoeira. Mas a consciência pura e espiritual de Jesus não se deixou enganar pelo mal. Ele conseguiu ver para além da máscara e prever exatamente o que Judas estava planejando fazer.

Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, referiu-se a essa presunção mentirosa, ou seja, a ação desarmoniosa da mente mortal, em termos tais como: magnetismo animal, mesmerismo, hipnotismo, ocultismo, necromancia, e prática mental errônea. Ela removeu não só a máscara, mas foi mais longe, arrancou a máscara de mistério que rodeia essa presunção mentirosa, ao defini-la como “sugestão mental agressiva” (Manual dA Igreja Mãe, p. 42). O mal é agressivo porque insiste, agride, e ataca. É mental porque a agressão ocorre dentro do pensamento. E é sugestão porque é algo que é colocado dentro do pensamento.

O magnetismo animal substitui o mal pelo bem, e o errado pelo certo. Semeia confusão e dissensão. Faz o perigo parecer seguro, e faz o que é realmente seguro parecer perigoso. Vira as coisas pelo avesso e faz com que pareçam estar do lado direito. É hipnótico porque faz com que as coisas pareçam ser aquilo que não são. E gera o medo porque não há segurança ou estabilidade na suposta ausência de Deus, o Amor infinito, o Princípio divino de todo o bem.

Na verdade, o medo é um canal importante por meio do qual o magnetismo animal tenta trabalhar. O medo apresenta o mal como real, e é, portanto, um elemento básico do magnetismo animal. Ele carrega orgulhosamente em sua bandeira a pequena palavra: “se”. “Se isto acontecer. Se isto não parar. Se isto acabar ficando algo grave”. Essa sugestão, por sua vez, suscita dúvidas. E subjacente a todo o medo está a crença de que há algo a temer, porque Deus, o bem total, não é Tudo. Mas Deus diz: “Eu sou o Amor, e Eu sou Tudo. Em Mim, no Amor divino, não há nada a temer, porque visto que Eu sou Tudo, não há nada dessemelhante de Mim. Em Mim, não existe medo”.

O Amor divino é o bem infinito, o bem total. Essa totalidade do bem é o antídoto para o medo, porque tal como a luz e as trevas não podem existir juntas, o Amor e o medo não podem existir juntos. Semelhantemente, tal como a escuridão não combate a luz, mas é dissipada pela luz, assim o medo não combate o Amor, mas é dissipado pelo Amor. Quando visto a partir do ponto de vista do Amor divino, o magnetismo animal, com todo o seu medo, é visto como a essência irreal de uma mente mortal hipotética, também irreal. E isso é o auge do nada! A única forma como o magnetismo animal pode reivindicar alguma realidade é fazendo-nos acreditar nele ou temê-lo.

A alegação do magnetismo animal é na íntegra uma ilusão, uma crença de que exista mente na matéria, uma crença em um poder e em uma presença separados de Deus. E porque não pode haver um poder nem uma presença além da onipotência e onipresença de Deus, toda essa ilusão é irreal e sem poder. Mas sua aparente capacidade de disfarçar-se faz dela uma mentira que tem de ser detectada o tempo todo, e desmascarada, para que não se faça passar por um poder e por uma presença à parte de Deus, igual ou superior a Ele.

O Cristo, a manifestação do Amor divino que inspirava a vida de Jesus, é a voz da Verdade que desmascara de forma constante o erro, porque o Cristo está sempre falando à consciência humana. Está constantemente nos dizendo o que é real a respeito de nós. E qual é essa realidade? É a de que somos exatamente agora os filhos e as filhas de Deus. Exatamente agora, somos a imagem de Deus, o Espírito, e estamos seguros e amados sob os cuidados do Amor divino. Mas a voz silenciosa da sugestão falsa sussurra às vezes ao nosso pensamento, para tentar nos fazer acreditar naquilo que não é verdadeiro ou real a nosso respeito. Se detectássemos o sussurro do mal — muitas vezes expresso como medo — e víssemos que não é parte do nosso pensamento, mas apenas uma imposição sobre o nosso pensamento, não temeríamos o medo!

Isso ficou muito evidente para mim há alguns anos, quando me vi passando por um período de dor intensa e incapaz de dar continuidade às minhas atividades regulares. A situação piorou ao longo dos meses seguintes e aquelas sugestões sutis do tipo “E se” começaram a bater à minha porta mental.

Foi então que comecei a compreender a natureza hipnótica do medo e como estava tentando falar comigo. Eu sabia que o medo não fazia parte da Mente divina, Deus. Também sabia que eu expressava essa Mente, por isso o medo não podia ser algo que se originasse em mim. Tinha de ser algo que estava sendo imposto ao meu pensamento. As trevas não podiam invadir a luz, e o medo e a dúvida não podiam invadir a confiança e a certeza inspiradas pelo meu conhecimento de que Deus é o Amor. Li esta declaração da Sra. Eddy: “Não esqueçais nem por um momento de que Deus é Tudo-em-tudo e que, portanto, há em realidade uma causa única e um único efeito” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, pp. 154–155).

Isso foi um desafio para mim. Como poderia eu não estar vigilante, e esquecer os fatos espirituais que eu sabia serem verdadeiros? Quais eram alguns desses fatos? Que Deus, a única Mente divina, é Tudo. Que a Mente conhece a si própria e o fato de ela ser Tudo-em tudo. Que não existe nenhum lado de fora desse conhecimento. Que a dor com o seu medo, e o medo com a sua dor, não fazem parte da Mente divina. Que estão fora da eterna presença, e por isso não podem ter presença. E que são o suposto fenômeno do nada, não tendo lei, autoridade nem poder duradouro.

O medo hipnótico havia fixado no meu pensamento aquela falsa imagem de um poder que não existia e uma presença que não existia. Dei-me conta de que eu podia dizer com toda a certeza àquela situação com a qual me deparava: “Muito embora eu pense que te sinto, sei que não estás aí. Muito embora eu pense que te vejo, sei que não estás aí. O que Deus sabe a meu respeito, como Sua própria semelhança, é verdadeiro neste exato momento”.

Jesus mostrou o elo de ligação que existe entre o que compreendemos e o que vivenciamos em nosso corpo, quando disse: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso…” (Mateus 6:22). E o livro de Hebreus o expressa desta maneira: “…a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (4:12).

Quanto mais eu ponderava e compreendia a Deus, ou seja, Sua totalidade e o fato de que Deus é Um e Único, mais eu sentia o Seu grande amor por mim. Esse amor de Deus, que é o próprio Amor divino, não contém medo, nem dor, e nada que cause inflamação ou infecção. O tormento da dor e o tormento do medo, que haviam aparecido juntos, também desapareceram juntos. O medo perdeu o seu controle sobre mim e a dor desapareceu.

O que é que isso provou? Que o mascarado havia sido completamente desmascarado. Reconheci minha verdadeira e imutável identidade espiritual como o fato eterno a respeito do meu existir — e é a realidade do existir de todos. Não somos da carne. Somos os filhos e as filhas de Deus, o Amor divino. Nesse Amor estamos protegidos, somos guiados, e amados. Esse é o Amor que não só desmascara o magnetismo animal, mas também expulsa o medo e seus efeitos.

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