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Original para a Internet

A transformação veio quando enxerguei o que já era verdadeiro a meu respeito

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 3 de março de 2025


Quando eu tinha quarenta e poucos anos, tive uma oportunidade maravilhosa de voltar a estudar, por isso voltei à faculdade. Durante o primeiro semestre, para me sustentar, lavei pratos no refeitório. Certo dia, meu irmão veio, de surpresa, me visitar. Felizes com o reencontro, nós nos abraçamos e combinamos de nos encontrar quando meu turno terminasse. Minha supervisora, ao ver nós dois nos abraçando, perguntou-me se era meu pai que estava me visitando. Respondi que não, que era meu irmão. Ela me olhou como se estivesse me vendo pela primeira vez. Havia deduzido que eu tinha no máximo vinte e poucos anos, assim como os outros alunos que lá trabalhavam.

Essa experiência foi algo pequeno, sem muita importância, mas me mostrou como nossas percepções mudam rapidamente, quando vemos o que é verdade. E a transformação vem por meio da percepção daquilo que é espiritualmente verdadeiro a respeito de cada pessoa como filho de Deus.

Muitas pessoas apreciam uma boa história de transformação de caráter — seja em filmes, livros ou, melhor ainda, na própria vida. Mas como é que essa transformação acontece?

As histórias bíblicas frequentemente me ajudam a obter respostas. Um tema recorrente na Bíblia é a transformação de caráter; e ao estudarmos os relatos nela contidos, de maneira profunda e com um olhar espiritual, vemos que esses relatos são guias práticos.

No livro do Gênesis, por exemplo, lemos a respeito de Jacó, que, ao obedecer sua mãe, enganou o pai para obter para si a benção da primogenitura, que era destinada a seu irmão, Esaú (ver capítulos 25–33). Jacó, então, fugiu de casa para escapar das agressivas ameaças do irmão.

Com o passar dos anos, Jacó buscou transformar seu caráter. Quando voltou à terra natal, na noite antes de reencontrar o irmão, Jacó lutou com um anjo, ou seja, uma mensagem de Deus, o que mostra um grande conflito interno. O desejo de mudança era tão grande que Jacó não deixou o anjo ir embora até ser abençoado — até ser transformado — então Jacó recebeu um novo nome, mostrando que sua natureza havia sido transformada.

Mary Baker Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jacó estava sozinho, lutando contra o erro — debatendo-se com o senso mortal de que a vida, a substância e a inteligência existam na matéria com seus falsos prazeres e dores — quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou a articulação, ou seja, a força do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro; e a Verdade, que desse modo foi compreendida, deu-lhe força espiritual nesse Peniel da Ciência divina” (p. 308).

Para mim, essa luta mostra que Jacó abandonou o antigo conceito a respeito de si mesmo, o conceito de que era corrupto, e vemos que compreendeu sua verdadeira natureza como a imagem e semelhança de Deus, conforme descrito no primeiro capítulo do Gênesis.

Assim como Jacó, todos nós podemos compreender que ninguém pode estar separado da fonte, Deus, o Amor divino. Quando entendemos que estamos sempre  conectados à nossa fonte divina, que é todo o bem, nossa percepção a respeito de nós mesmos muda, e também conseguimos enxergar os outros como filhos de Deus. No relato bíblico, a transformação de Jacó lhe permitiu ver a si mesmo e a seu irmão sob uma nova luz, a divina, fazendo com que se perdoassem e se reunificassem em harmonia.

Embora Jacó tenha vivido séculos antes de Cristo Jesus, e nós vivamos séculos depois de Jesus, a Ciência Cristã explica que o Cristo, a verdadeira ideia de Deus, está sempre presente para nos transformar. Ciência e Saúde diz: “Não é bom imaginar que Jesus tenha demonstrado o poder divino de curar somente para um número seleto de pessoas ou por um período de tempo limitado, pois para toda a humanidade e a todo momento o Amor divino propicia todo o bem” (p. 494), e “A natureza divina teve sua melhor expressão em Cristo Jesus, o qual lançou sobre os mortais um reflexo mais nítido de Deus e elevou a vida deles a um nível mais alto do que lhes permitiam seus pobres modelos de pensamentos — pensamentos que apresentavam um homem expulso da graça divina, doente, pecador e moribundo” (p. 259).

Com seu exemplo, Cristo Jesus mostrou que nossa verdadeira identidade é semelhante a Deus — a identidade que Jacó vislumbrou. Assim como Jacó, talvez tenhamos de lutar contra pontos de vista errôneos e limitados a respeito da existência, até sermos abençoados pela compreensão de quem nós e os outros verdadeiramente somos e por nos mantermos firmes a essa realidade.

Tive uma experiência que me mostrou a importância de conhecermos nossa verdadeira identidade e como isso se sobrepõe ao senso material errôneo. Eu me afastei de minha mãe quando tinha vinte e poucos anos. Apesar de ter frequentado a Escola Dominical da Ciência Cristã, e sempre ter acreditado que Deus é o Amor, eu havia abandonado os ensinamentos da Ciência Cristã. Achava que somente aqueles mais virtuosos do que eu é que conseguiam demonstrar a Ciência Cristã. Isso sinalizava o baixo senso de autoestima com o qual eu precisava lutar

Busquei aventuras em todos os lugares errados.  Mas, por fim, encontrei meu caminho de volta à Ciência Cristã, quando percebi que um estilo de vida inconsequente estava me tirando, ainda mais, a autoestima e o senso de estabilidade. Eu sabia que poderiam ser restaurados, se eu me voltasse ao Espírito, Deus. Como lemos em Ciência e Saúde a respeito de Jacó: “Ele havia vencido o erro material pela compreensão do Espírito e do poder espiritual. Isso o transformou” (p. 309). Compreendi que eu também podia vencer o erro material em minha vida.

Pela primeira vez comecei a estudar a Ciência Cristã com seriedade. Lutei contra antigos conceitos errôneos a respeito de mim mesma. Essa luta não era questão de vontade humana, mas sim de ceder às divinas mensagens angelicais que me estavam sendo reveladas, por meio de meu estudo e oração. Isso me trouxe um senso mais puro da minha verdadeira identidade como ideia de Deus.

Em um reencontro muito esperado com minha mãe, ela com um olhar profundo e doce, me disse: “Você realmente mudou, e tenho certeza de que a Ciência Cristã é a razão disso”. Eu havia encontrado nova liberdade e alegria ao compreender melhor minha verdadeira identidade, semelhante a Deus. Isso, por sua vez, também me ajudou a ver minha mãe sob uma luz mais pura. Não podemos reivindicar nossa identidade como a imagem de Deus sem reconhecer que esse fato é universal, isto é, verdadeiro para todos. Fico feliz em dizer que meu relacionamento com minha mãe passou a ser muito amoroso.

Naturalmente, ainda tenho muito a aprender sobre identidade espiritual. Uma compreensão mais elevada de nossa verdadeira identidade e de nossa verdadeira natureza está sempre se revelando a cada um de nós. Podemos valorizar as etapas de crescimento, por serem prova do amor de Deus e de nosso progresso espiritual. Veremos conceitos errôneos e limitados sendo naturalmente eliminados, até finalmente enxergarmos o que realmente somos. Somos sempre a perfeita imagem e semelhança de Deus, e podemos continuar a descobrir essa verdade de inúmeras maneiras.

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