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Original para a Internet

Apenas boas ações ou amor genuíno?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 20 de janeiro de 2025


Jesus, no Sermão do Monte, não se dirigiu só aos que o ouviam, mas a todos nós, em todos os tempos, quando disse: “…amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44).

No artigo intitulado “Amai os vossos inimigos” (Escritos Diversos 1883–1896, pp. 8–13) Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, explica o significado dessa recomendação de Jesus. Por exemplo, ela diz: “ ‘Amai os vossos inimigos’ é idêntico a ‘Não tendes ini­migos’ ”, e “Simplesmente considera como inimigo aquilo que contamina, desfigura e destrona a imagem-Cristo que tu deverias refletir”.

Isso é algo que devemos demonstrar em nossa vida, compreendendo e agindo em conformidade com as diretrizes de Deus — o Princípio divino, o Amor — a fonte e a substância de toda a realidade. Com base na análise profunda que a Sra. Eddy fez sobre esse assunto, percebemos que o inimigo nunca é uma pessoa. Na verdade, o inimigo é tudo o que, em pensamento, nos faria acreditar que exista alguma pessoa, situação, ou mesmo algo que possa nos impedir de ver o Cristo nos outros — ou em nós mesmos.

A autocondenação, o medo, a presunção de uma retidão pessoal, a animosidade, a incerteza são todos inimigos. No entanto, os sofrimentos que acompanham esses pensamentos e sentimentos levam-nos, por fim, a recorrer ao Amor divino e a comprovar o cuidado de Deus por nós. São um cenário temporário e dão oportunidade ao chamado do Cristo, a ideia espiritual e verdadeira de Deus, para que deixemos de confiar ou temer pessoalidades e circunstâncias materiais. No mesmo artigo, a Sra. Eddy se refere a esses desafios desta forma: “Tudo aquilo que purifica, santifica e consagra a vida humana não é inimigo, por mais que soframos nesse processo”.

Perdoar nossos inimigos seria uma tarefa difícil, não fosse pelo fato de que é o Cristo que nos conduz em segurança nesse processo de abandonar pensamentos inquietantes e alcançar a plenitude de amar nossos inimigos.

Tive a oportunidade de comprovar que a atividade do Cristo está sempre presente para nos ajudar, quando sentimos o desejo de amar os que parecem ser nossos inimigos. Publiquei um comentário nas redes sociais que considerei bem-humorado e, de maneira nenhuma ofensivo. No entanto, uma pessoa conhecida interpretou minha postagem de outra forma, e respondeu com comentários muito duros. Tentei acalmar sua indignação com palavras gentis e pedidos de desculpas. Ele, porém, achou que eu não estava sendo sincera, e ficou ainda mais ofendido!

Então, resolvi fazer alguns biscoitos e lhe entreguei com um bilhete em que pedia desculpas por minha má escolha das palavras. Os biscoitos foram recusados ​​e a retórica de ódio contra mim se intensificou. Embora essa atitude me parecesse rancorosa e descabida, recusei-me a reagir da mesma forma. Eu estava tentando agir da maneira como normalmente é considerada “cristã”. Mas será que era realmente cristã?

Jesus, cuja vida define o amor cristão, não fazia biscoitos para abrandar a fúria das pessoas que o odiavam. Em vez disso, ele curava com base no amor isento de ego e na verdade espiritual. Certamente, foi essa inspiração que orientou Jesus quando ele caminhou calmamente por entre a multidão furiosa que ameaçava jogá-lo de um penhasco (ver Lucas 4:28–30), também quando respondeu com sabedoria a um grupo que ameaçava uma mulher adúltera, e impediu que ela fosse apedrejada (ver João 8:3–11). No meu caso, em vez de buscar inspiração espiritual, eu estava apenas tentando ser gentil.

Não estou dizendo que, em alguns momentos, gestos de boa vontade não sejam adequados, mas, em meu caso, o que eu realmente precisava fazer era examinar meu pensamento para ver se havia de minha parte indícios de presunção de uma retidão pessoal. Eu também precisava amar meu pretenso inimigo com sinceridade, apoiada no que eu entendia ser espiritualmente verdadeiro.

Compreendi que eu precisava aceitar a situação como uma oportunidade para crescer espiritualmente. Eu só conseguiria fazer isso examinando meu pensamento e substituindo a tendência à crítica por uma compreensão mais profunda e por um reconhecimento sincero da perfeição de Deus e de Seu filho amado feito à Sua imagem. Compreendi que biscoitos não poderiam substituir esse tipo de amor genuíno.

Perguntei-me se eu já havia caído alguma vez nessa mesma tentação de obstinadamente guardar rancor, e me propus a ficar alerta quanto a isso no futuro. Ao orar para verdadeiramente perdoar essa pessoa, apoiei-me nesta passagem da Bíblia: “…é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus…” (2 Coríntios 3:4, 5).

Eu precisava entender que o Cristo é que traria a cura a essa situação, e não alguma manipulação habilidosa de minha parte, por melhores que fossem minhas intenções. Eu precisava estar disposta a ver essa pessoa (e a mim mesma) da mesma maneira como Jesus via aqueles cuja vida não estava de acordo com a bondade inata deles. Jesus reconhecia que eles eram tão perfeitos quanto Deus, seu Pai-Mãe. Eu também precisava compreender que era capaz de amar essa pessoa porque, como diz a Bíblia, nós “…temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16). Como Jesus fez na cruz, podemos abandonar a noção de que cada um de nós, por si mesmo, tenha a capacidade ou incapacidade de perdoar, e voltar-nos para o Amor divino, a fonte de todo o perdão.

Comecei a orar com essas ideias toda vez que me lembrava do caso. Depois disso, senti como se o Cristo tivesse assumido o controle e aberto o caminho para a reconciliação. Durante um projeto na empresa em que trabalho, que envolvia desfazerem-se de itens desnecessários, ofereceram-me um aparelho relacionado a um hobby que esse meu conhecido praticava. Quando lhe ofereci o equipamento, ele não conseguiu conter a empolgação, e disse que ficaria muito feliz em recebê-lo. Mas também observou que aceitar o objeto seria como receber um suborno em reparação pela divergência entre nós.

Assegurei que eu lhe teria oferecido o equipamento mesmo antes de nosso mal-entendido. Sua atitude mudou da noite para o dia. A sequência dos acontecimentos mostrou que a dádiva da graça fora o resultado da mudança no pensamento. Não que o aparelho fosse um presente melhor do que os biscoitos, mas o amor e o perdão que o Cristo nos concedeu é que fizeram a diferença. O mesmerismo da presunção de uma retidão pessoal fora eliminado para ambos.

Aprendi com essa experiência que não devemos permitir que ações superficialmente boas substituam a oração profunda e genuína, o perdão e, acima de tudo, o amor.  

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