Uma vez em cada vinte e quatro horas os habitantes desta bola terráquea em rotação, a que chamamos de nosso mundo, experimentam um pequeno intervalo, durante o qual a luz começa a desaparecer, as sombras se alongam e o suave cinza do crepúsculo envolve a terra como se fôra uma veste vaporosa. Os espectadores dizem: “O sol está se pondo.” E, pouco mais tarde, dizem: “O sol se pôs. Êle desapareceu.”
Mas terá desaparecido mesmo? Onde está o sol, quando se presume que êle se pôs? Justamente onde estava antes. Nada aconteceu ao sol. A única coisa que aconteceu é que já não o podemos ver. Ainda que possa estar escondido de nós, êle continua a luzir em alguma parte — intacto, brilhante e belo.
Que qualquer um que talvez possa estar sentindo que a sua própria hora de o sol se pôr está chegando, se recuse a pensar dêste modo a seu respeito ou sôbre quem quer que seja. Mary Baker Eddy, em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea) diz a respeito de uma pessoa que havia desaparecido da vista humana (pág. 290): “Através de uma névoa momentânea êle avistou a alva.” Uma névoa jamais muda seja o que fôr. Ela apenas nos impede de vermos o romper do dia. À medida que a névoa da falsa crença se desfizer em nossa consciência humana, veremos que aquêle que julgamos ter desaparecido, continua vivendo, amando, cuidando dos negócios de seu Pai.
Há muitos, entre nós, hoje em dia, cujos corações estão acabrunhados pela dor, tal como o de Maria outrora, quando, na manhã da ressurreição, ela se inclinava e olhava para dentro do sepúlcro a fim de ver Jesus, mas não o podia achar porque êle já lá não estava. Mesmo quando de fato se achava ao seu lado, não o reconheceu até que lhe falou. “Que é”, pergunta Mrs. Eddy em Miscellaneous Writings (Escritos Miscelâneos), página 179, “que parece uma pedra entre nós e a manhã da ressurreição?” E ela responde à sua própria pergunta nestas simples palavras: “Ê a crença de que há mente na matéria.” Apeguemo-nos ao fato permanente de que nenhum pedaço de terra grande, inanimado, sem mente e sem substância, girando sôbre seu eixo, possa alguma vez intrometer-se entre nós e nossa visão do Cristo sem idade.
Relacionado com isto, algo de muito interessante aparece num livro, que pode ser encontrado nas Salas de Leitura da Christian Science
Nome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien çá‘iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., intitulado Mary Baker Eddy and Her Books (Mary Baker Eddy e Seus Livros), por William Dana Orcutt. Nas páginas 86 e 87, conta o autor uma entrevista que teve com Mrs. Eddy em Concord, uns dez anos depois de sua primeira visita.
Êle ficou impressionado ao observar que poucas alterações haviam sido feitas na sala de estudo dela, mas o que especialmente o impressionou, foi a nenhuma mudança na própria pessoa de nossa Líder. Escreve êle: “Quando ela entrou na sala, tal como fêz naquela minha primeira visita, parecia exatamente o que sempre fôra: o mesmo largo sorriso de boas-vindas, os mesmos olhos penetrantes, inquisidores, a mesma vivacidade de maneiras, a mesma voz clara e musical, o mesmo vigor físico de que sempre guardei lembrança; no entanto, os dez anos que haviam sido acrescentados à história do mundo, haviam igualmente incidido sôbre a vida daquela franzina e pequena mulher — anos de conflito e de triunfo, anos de decepção e de satisfação, anos de consagração e de árduos labores, anos de realização e consecussão — e não haviam deixado marca visível. Mrs. Eddy contava oitenta anos naquela ocasião.”
Em seus escritos, Mrs. Eddy deu muitas razões pelas quais devemos começar a demonstrar nossa imortalidade aqui e agora. Em Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) diz ela (pág. 372): “Quando o homem demonstra a Christian Science de modo absoluto, será perfeito. Não poderá pecar, sofrer, estar sujeito à matéria, nem desobedecer à lei de Deus. Portanto, será como os anjos no céu.” O dizer ela “quando”, e não “se”, deve ser suficiente para atrair a atenção de todo dedicado estudioso da Christian Science, porque a escolha que fêz das palavras, indica claramente que ela considerava a perfeição uma realização universalmente factível. Cada um tem que começar a demonstrar sua imortalidade aqui e agora, e provar que êle já não vive no tempo, mas na eternidade. Mrs. Eddy não só sabia que isto poderia ser feito, mas esperava que o fizéssemos.
Ninguém diga estar esgotado e já terem passado seus melhores anos. Que burla à Verdade! Ao contrário, temos o direito de saber que cada ano nos trará maior sabedoria e inspiração. Ninguém se ponha a imaginar que os anos vindouros possam ser tristes, sem objetivo, vazios, desinteressantes, inúteis, nem receie que êles lhe tragam solidão, consaço, inatividade. Tais pensamentos tornam triste o rosto, e a tristeza não tem onde morar no lar mental de um Cientista Cristão. Saibamos que, uma vez que o Amor preenche todo o espaço, só temos diante de nós anos felizes, anos festivos, frutuosos — cheios de jubilosas oportunidades que tragam ajuda e confôrto àquêles que possam ter especial necessidade de serem lembrados do terno cuidado e misericórdia de seu Pai. Sempre há algo a fazer para alguém mais, se o procurarmos. Um Cientista Cristão nunca está na inatividade.
Elevemos o pensamento a respeito de nós mesmos e dos outros às alturas da revelação espiritual. Foi por se ter inclinado, que Maria não viu o Jesus ressuscitado, que estava ao lado dela todo o tempo. Ergamo-nos e sacudamos de nós o pó das limitações da mente mortal. Porque a mente mortal acredita que dois e dois são cinco, não temos nós que acreditá-lo também. Os melhores anos de nossa vida, forçosamente têm que estar adiante, porque todos os dias estamos conhecendo mais a respeito de Deus e de Seus modos maravilhosos e inesperados de cuidar de Seus filhos. À medida que avançar aquilo a que chamamos tempo, tornar-nos-emos cada vez mais conscientes de nossa verdadeira individualidade, e provaremos que ela é espiritual e não material, “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus” (Hebreus 7:3).
