Haverá alguma coisa que seja mais satisfatória, que cause mais alegria e se adapte de modo mais agradável do que o pensar correto? O pensar correto não está limitado a um assunto qualquer; não está restrito a algum lugar ou alguma circunstância; nunca precisa ser interrompido. Êle é essencial ao progresso, ao êxito, à realização, bem como à felicidade e à harmonia. Está dotado da doçura do Amor, a substância do Espírito, o poder da Verdade, a constância do Princípio. Êle constitui a comunhão com Deus, e, sendo estritamente análogo à oração, conduz à própria presença do Altíssimo. O pensar correto é uma atividade espiritual e eleva-nos à expressão de nossa verdadeira identidade, pela qual refletimos a Mente divina, Deus.
A harmonia de nossa vida humana é perturbada, e as dificuldades parecem reais, quando aceitamos o testemunho dos sentidos materiais. Êstes sentidos constituem a carne e são “inimizade contra Deus” (Romanos 8:7). Até hoje, continuam êles a apresentar como verdadeiras as teorias expostas no segundo relato da criação, que começa com as palavras (Gênesis 2:6): “Um vapor, porém, subia da terra.” Esta alegoria está em flagrante contraste com o relato, no primeiro capítulo do Gênesis, da verdadeira criação por Deus, o qual, tendo acabado Sua obra perfeita, viu que “era muito boa”.
Com esfôrço persistente, mesmérico, os sentidos materiais, que emanam do vapor da mortalidade, procuram fazer-nos aceitar a miséria de um falso sentido de existência com meras promessas de felicidade futura. Quando damos atenção a êsses sentidos e lhes aceitamos os falsos pretextos, vemo-nos lesados em nossa herança divina de presente perfeição espiritual, e nossas vidas enchem-se de conflitos, inimizade e de todos os males da carne.
O conhecimento de nossa origem divina, testemunhada no verdadeiro relato da criação, no Gênesis, mostra-nos que o homem vive na consciência espiritual, na qual a Verdade e o Amor estão sempre presentes e se manifestam em pureza, luz, majestade e poder. Incumbe-nos estar vigilantes para que o vapor de uma pretensa criação separada de Deus não possa penetrar em nossa consciência, não nos possa fazer aceitar suas limitações, seus fraudulentos reclamos à realidade e ao poder. Suas ilusórias promessas de gôzo e satisfação na matéria foram, pelo diabo, propostas a Cristo Jesus com as palavras (Mateus 4:9, Bíblia inglêsa): “Tudo isto te darei se te prostrares e me adorares.” Notai bem, o diabo disse: “Se te prostrares”, mas quem se quer submeter às trevas e à irrealidade? Nunca podemos encontrar na matéria aquilo que nos satisfará as aspirações e os anseios espirituais.
Conhecendo o homem como imagem e reflexo do Deus infinito e perfeito, nunca poderemos satisfazer-nos com a imperfeição, com a escravidão e as limitações. Temos que saber que somos idéias de Deus, Suas livres e ilimitadas testemunhas do ilimitado desenvolvimento e progresso na glória da Verdade imutável.
Para mantermos nossa vida humana livre das sugestões carnais, que agressivamente proclamam ser o homem um mortal imperfeito, temos que tomar posição numa luta contra tôdas essas ilusões mesméricas. A princípio, é uma guerra defensiva que temos de travar para refutarmos o testemunho dos sentidos materiais, para pôrmos a descoberto sua falsidade, e vermo-la desaparecer ante a luz da Verdade. Depois, a guerra se torna ofensiva, e nela reivindicamos com veemência e energia nossa herança divina como filhos de Deus, reconhecemos e mantemos nossa identidade espiritual, e fazemos uso de nossa oportunidade ilimitada para nosso progresso perpétuo.
Quando nos damos conta de que a matéria é irreal, um conceito errôneo e arrogante de alguma coisa separada de Deus, a guerra contra o que os sentidos percebem é vista como um processo inteiramente mental, e o campo de batalha é a consciência individual. Às vêzes, quando as ilusões mortais, proclamando-se poderes das trevas, erguem suas cabeças com grande mostra de ameaças e fazem sombrias predições de iminente destruição, pode a batalha parecer difícil. Nessas tenebrosas horas é bom lembrar o que disse o rei Ezequias (II Crônicas 32:7): “Esforçai-vos, e tende bom ânimo: não temais, nem vos espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de tôda a multidão que está com êle, porque há um maior conosco do que com êle.”
Em sua carta aos Efésios, Paulo descreve ao vivo a luta espiritual e algumas de suas armas, e diz como a vitória se torna manifesta no pensamento purificado, na percepção calma e confiante daquilo que constitui a filiação, a harmonia e a perfeição espirituais do homem, e é divinamente real. Mary Baker Eddy declara na página 192 do livro-texto, Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras): “Na Ciência, não podeis ter nenhum poder oposto a Deus, e os sentidos físicos têm que abandonar seu falso testemunho.”
Com a sóbria declaração: “É chegada a hora para os pensadores,” no Prefácio de Science and Health (p. vii), Mrs. Eddy resume a situação em que hoje nos encontramos. Pensar corretamente é uma arte, que precisa ser cultivada sistemàticamente, metòdicamente, e sem interrupção. Então, nossas vidas se tornarão inspiradas pelos mais altaneiros ideais e propósitos; abrir-se-nos-á o caminho para progredirmos da fé à compreensão, da crença ao saber, das experiências discordantes às realidades e alegrias da percepção espiritual e do ser ilimitado.
Quando progredimos dos conceitos materiais ao saber espiritual, temos oportunidade de aspirar à perfeição, e de consegui-la, por fim, em todos os detalhes, por nos darmos conta das leis divinas e por sermos obedientes a elas, que provam que o homem reflete Deus. Quando uma fábrica constrói um automóvel, faz primeiro as numerosas peças que o constituem, pondo em vigor as leis da engenharia, a seguir, monta as peças para garantir-lhes desempenho coordenado. Da mesma maneira, temos que nos lembrar que todo o nosso trabalho tem de ser governado pela lei. A lei espiritual, aplicada cientìficamente e podendo agir sem interferência humana de mêdo ou dúvida, garante o êxito. Esta lei encontra-se na Bíblia; a chave para compreendê-la está no Science and Health, o livro-texto da Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã.. Êstes dois livros, complementados pelas outras obras de Mrs. Eddy, permitem ao estudioso estudar o Cristianismo científico e preparar-se inteiramente para sua tarefa.
Sabendo que as promessas de Deus são fiéis, usando a perfeição como padrão e atendo-nos aos Seus mandamentos, vemos o êrro perder seu poder mesmérico sôbre nos, e resolvidos nossos problemas. A prova de que não há realidade a não ser Deus, manifesta-se e percebe-se exteriormente, quando espiritualizamos nosso pensar e compreendemos a harmoniosa unidade, ou união, do homem com Deus.
Mrs. Eddy diz na página 3 do Science and Health: “O Ser Divino tem que ser refletido pelo homem,— do contrário, o homem não é a imagem e semelhança d'Aquêle que é paciente, compassivo e fiel, Aquêle que é ‘totalmente desejável’; porem, entender Deus é obra da eternidade, e exige absoluta consagração de pensamentos, de energias e desejos.” Tal declaração abre-nos novas perspectivas do infinito, revela-nos promessas de horizontes em perpétua expansão, realizações mais vastas e maiores obras, pelas quais se enriquece nossa experiência consciente. E todos os que se acham no âmbito de nossas atividades são abençoados.
