Se se fizesse a pergunta, "Qual é hoje a grande necessidade do mundo?" as respostas sem dúvida variariam, mas muitos talvez responderiam, acertadamente, que a necessidade é de domínio próprio. Uma definição de "dominar" é "exercer uma influência restritiva ou dirigente sôbre; ... sujeitar." Esta definição mostra o que temos de fazer em benefício nosso ou de outros, se quizermos manter um padrão de obediência à lei e à ordem.
Uma pronta anuência às regras de boa conduta e de ação geralmente aceitas, dá bons resultados. Um desejo sincero de pôr o pensamento em harmonia com tais regras, é um passo na direção certa. Esta atitude mental induz um respeito mais completo à lei e, por fim, uma disposição maior de a ela obedecer de modo mais consistente. Seguem-se, então, necessàriamente, uma consideração maior pelos direitos dos outros, menos egoísmo e menos resistência à regularidade e à harmonia.
A resposta ao problema do pensamento indisciplinado só pode ser encontrada na Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., a qual ensina que nossa premissa é a perfeição do criador, Deus, Mente divina, e de Sua criação, para sempre governada pela lei divina. O reconhecimento desta premissa produz domínio próprio no indivíduo. A Christian Science explica como podemos salvarnos completamente do pecado e, na verdade, de tôdas as aflições oriundas da desobediência e do desregramento. Nós nos libertamos do pesar, da miséria e da opressão que resultam de uma resistência a Deus e a Seu amor e autoridade, quando compreendemos os ensinamentos desta Ciência e a êles aderimos. Lemos em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea) por Mary Baker Eddy (p. 161): "Aquêle que alcança o conhecimento de si mesmo, o domínio próprio e o reino dos céus dentro de si mesmo, dentro de sua própria consciência, está salvo pelo Cristo, Verdade."
O pai, o professor ou o tutor, tem de perguntar-se a si mesmo se está dando crédito à crença num poder mau que atua através de pessoas, circunstâncias e coisas—um poder que pretende influenciar errôneamente, fazer sombra ao bem e interferir na perpétua lei divina do domínio. Êle precisa saber se está concordando com a crença universal de que o poder do bem só está intermitentemente em ação em virtude de alguma fôrça contrária. Tal raciocínio é falso e não tem lógica divina; por conseguinte, não vence o que parece insubordinação à lei e à ordem, nem facilita a demonstração científica do domínio próprio.
Muito se ouve falar, hoje em dia, no desregramento de alguns adolescentes. Deploramo-lhes a conduta e os resultados desastrosos de seus atos. O que causa o desregramento e suas nefandas ramificações? Uma resposta talvez seja que a ignorância sôbre Deus, o bem, conduz ao desejo insensato de ser considerado sofisticado no tocante aos sistemas e à ação do mal. Acompanha o desejo de ser pecaminosamente sofisticado, a expectativa insípida de que se venha a ser considerado "requintado".
Dever-se-ia fazer ver aos jovens que a sensação na matéria é a ilusão do pecado, que ninguém precisa vir a ficar sob a dominação do mal ou ser enganado por suas mentiras. Podemos volver-nos imediatamente ao Princípio e achar no amor de Deus o poder necessário para nos erguer acima da tentação de fazer mal. Podemos experimentar a fôrça espiritual e o domínio próprio que provém do desejo de fazer bem. Pela luz regeneradora da Verdade podemos perceber que nossa verdadeira entidade é íntegra e semelhante à de Deus, pois Deus mesmo sempre mantém o homem no universo da pureza e da bondade como idéia perfeita da Mente. Pode-se provar, que os fatos espirituais mantidos em atividade na consciência obrigam ao desaparecimento de falsidades de nossa experiência.
Confortemo-nos e fortaleçamo-nos no conhecimento de que, enquanto fôrmos conscientemente obedientes à lei divina, não podemos ser privados da luz e do poder do Princípio. A oposição à Verdade produziu uma fase não solucionada, desagradável, transitória, no pensamento humano, situação na qual encontramos rebeldes adolescentes de hoje. A Christian Science nos mostra claramente que grande parte da perturbação que ora ocorre no pensamento universal, é uma quimicalização mental. O despertar da consciência humana para a Verdade, produziu um impacto tremendo sôbre o êrro. Como resultado, o pecado está vindo à tona e as impurezas são forçadas a desaparecer. Difícil como possa parecer a situação mundial de hoje, não devemos desanimar nem nos deixar atemorizar por ela.
Por certo, todo Cientista Cristão sincera tomará uma atitude vigorosa ao lado do Princípio e diligentemente desarraigará de sua própria consciência a mais leve inclinação de comprometer-se com o êrro, de desviar-se um pouco aqui, um pouco ali, de um alto padrão moral, ou de decair, embora só de vez em quando, de sua anterior elevação ética. O negrume do mal parece infiltrar-se se deixarmos a porta de nossas moradas mentais entreaberta ao êrro de qualquer espécie. A ilusão do sentido pecaminoso não nos pode tragar se descobrirmos o mal e o destruirmos. Com o aparecimento da luz do Cristo, Verdade, a escuridão se desvanece.
Mrs. Eddy nos dá uma certeza confortadora quanto ao resultado final da situação de hoje. No livrotexto Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) ela escreve (p. 96): "O êrro mortal se dissipará numa quimicalização moral," e pouco adiante declara: "Durante êste conflito final, as mentes perversas se esforçarão por achar meios de causar mais mal; mas os que discernem a Christian Science porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o êrro. Manterão a lei e a ordem, e alegremente aguardarão a certeza da perfeição final."
Como Cientistas Cristãos, vemos claramente o trabalho que tem de ser feito. Não só devemos lidar com o problema individual, que é apenas uma fase do problema universal, mas o trabalho deve incluir a inteira destruição da pretensão que a mente mortal tem ao mal como poder e presença mundiais. Desmembrar o êrro da identidade, priva-o de sua pretensão à entidade e é um passo para sua aniquilação total. A Christian Science ensina especìficamente que o mal não é o homem. É uma crença mesmérica ou ilusão. O poder que traz o mal à tona e o força a desaparecer, é o advento do Cristo à consciência humana individual. E êste poder se manifesta em parte, no domínio próprio.
Paulo escreveu (Colossenses 3: 4): "Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com êle em glória." O Cristo, Verdade, vem à consciência humana e por sua atividade espiritual destrói o êrro encarnado, malèficamente persuasivo, o qual se exibe como se fôsse realidade. Êle aniquila a ilusão dos sentidos e assegura nossa libertação dos argumentos antagônicos da mente carnal. Quando receptivo ao Cristo, o indivíduo já não é iludido, mas despertado para os direitos inalienáveis do homem à unidade com Deus "em glória". Agradecido, reconhece, então, que comprovou a importância do domínio próprio, e que o sonho de estar escravizado a crenças carnais não controladas desapareceu inteiramente, e uma libertação jubilosa apareceu como herança divina do homem.
