Relutamos em dar um passo a frente mesmo quando êle nos leva a uma esfera mais ampla de atividade? Se é mais fácil sentirmo-nos seguros e capazes num setor menor onde já nos revelamos, podemos ter certeza de que não somos os primeiros a pensar assim. A Bíblia indica que, como sucedeu a Abraão e a Moisés, um passo a frente, quando justo e dirigido por Deus, traz valiosa recompensa.
Os ensinamentos da Christian Science oferecem-nos não só a coragem para avançar, mas uma sã razão para esta coragem. No livro Science and Health with Key to the Scriptures—Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras—Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Christian Science, escreve (p. 128): "O conhecimento da Ciência do ser desenvolve as capacidades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais altas." E em outra passagem dêsse livro-texto ela escreve (p. 265): "Êste conceito científico do ser, que abandona a matéria pelo Espírito, de modo algum sugere a absorção do homem na Deidade e a perda de sua identidade, mas confere ao homem uma individualidade mais ampla, uma esfera de pensamento e de ação mais extensa, um amor mais expansivo, uma paz mais elevada e mais permanente." Portanto, não deveria um conceito mais amplo de atividade advir como resultado do sentido mais elevado de atividade, alcançado pelo abandono da matéria pelo Espírito?
Um campo mais amplo de serviço, resultante do pensamento espiritualizado, não inclui falsa ambição por lugar ou posição, mas implica disposição para seguir quando o Amor indica o caminho. Tal serviço pode exigir que se trabalhe mais àrduamente do que se tenha trabalhado até então; pode impor-nos exigências maiores do que jamais julgáramos poder cumprir. Mas, quando estamos prontos para dar o passo, podemos confiantemente esperar que os braços estendidos do Amor nos amparem em todo o caminho.
Segundo os ensinamentos da Christian Science, o universo material, assim como um conceito material do homem, é apenas a objetivação da falsa crença acêrca do que é espiritualmente verdadeiro. A criação material não tem mais realidade ou entidade do que êsse pensamento impostor, que Cristo Jesus descreveu como "um mentiroso e pai da mentira" (João 8:44). A maior mentira que procura se impor ao indivíduo é a da limitação—uma mente limitada à parte da Mente divina infinita, Deus; um conceito material, limitado, do corpo; um conceito limitado do universo que procura embaraçá-lo com falsas crenças dissimuladas em leis universais. Visto que a limitação, objetivada como materialidade e um conceito de separação de Deus, é o falso conceito básico a ser vencido pela espiritualização do pensamento, devemos procurar libertação em todas as direções.
Como se expressa Mrs. Eddy tão bem, quando escreve (Science and Health, p. 552): "Os mortais têm que emergir desta noção de que a vida material é tudo-em-tudo. Têm que romper seus invólucros com a Christian Science, e olhar para fora e para cima." Olhar para cima, para padrões espirituais mais elevados, não é bastante; devemos também olhar para fora de um conceito material limitado do eu e da atividade e valer-nos das possibilidades infinitas que o Espírito tem para cada um de nós.
Isto não é difícil de fazer, quando começamos com o Espírito, Deus, como nosso ponto de partida e reconhecemos que em realidade o homem jamais abandonou o Pai, jamais caiu de seu estado espiritual como a expressão que é do bem ilimitado, da inteligência infinita, do amor imenso e da vida eterna. À medida que esta verdade sôbre o homem espiritual desponta na consciência humana, despertamos para o que já é verdadeiro a nosso respeito e descobrimos que esta verdade se manifesta em nossa vida externa. Achamos mais fácil valernos dos recursos infinitos do Amor divino, expressando mais amor para com nossos semelhantes. Começamos a expressar mais sabedoria, mais integridade, mais espiritualidade, e nossa experiência humana reflete esta amplitude mental em maior oportunidade.
A Bíblia oferece muitos exemplos do despertar do homem para fins mais vastos. Moisés pôde talvez viver muito contente como pastor de ovelhas, guardando o rebanho de seu sôgro atrás do deserto. Provàvelmente, êle havia meditado sôbre as lições a serem aprendidas de sua experiência no Egito, e, sem dúvida, vira o êrro de seu gesto impetuoso de ferir o egípcio que estava ferindo um hebreu. Entretanto, depois da visão da sarça ardente, da qual lhe sobreveio uma percepção clara de Deus como "EU SOU", Mente indestrutível, foi chamado a desempenhar missão muito maior do que jamais poderia ter previsto. E, da mesma maneira que vós e eu, êle protestou sua incompetência, dizendo (Êxodo 3:11, 12): "Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?" Que maior segurança podia êle ter recebido do seu Pai amoroso, o Amor onipresente, do que esta: "Certamente, eu serei contigo"?
Nós, também, podemos ir adiante com êste mesmo amor confortador. Não é justo para nós restringirmos as lições que nos esperam em uma nova experiência e as bênçãos que nosso progresso pode trazer a outros.
