O mal não é real porque não provém de Deus. Por isso, o mal não tem poder. Essas verdades que a Ciência Cristã [Christian SciencePronuncia-se: Crístien Çá'iens.] apresenta são realidades científicas, suscetíveis de serem provadas na experiência humana. Entretanto, nunca se deve deixar de fazer caso do mal. Sua irrealidade precisa ser claramente percebida, sua nulidade compreendida. Ao ocorrer isso, a destruição do mal está assegurada, pois só quando aceitamos o mal em nossa consciência, como se êle fôsse uma realidade, é que êle parece ter poder. Não sustentado pela credulidade humana, o mal se precipita para a sua autodestruição e completa obliteração.
A irrealidade do mal e o não ter êle poder são pontos importantes na teologia desta Ciência. Estão baseados em autoridade bíblica, porquanto lemos em Deuteronômio (4:35): “O Senhor é Deus; nenhum outro há senão êle.” E o primeiro capítulo do Gênesis revela que Deus é Tudo, e descreve Sua criação como inteiramente boa, sem traço algum do mal. Êsse capítulo termina com a decisiva declaração: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Segue-se, sem dúvida alguma, que, se o mal não é criado por Deus, o qual, como o declara a Bíblia, fêz tudo, a natureza do mal deve ser inteiramente ilusória.
Como é animador capacitarmo-nos de que, em razão de o êrro ser irreal, não somos vítimas indefesas de condições físicas discordantes ou de outras formas do mal! Mas devemos permanecer firmes e ser persistentes em nossa recusa de aceitar o mal como se fôsse real. Quando se nos apresenta uma sugestão do mal, seja qual fôr sua forma, uma recusa imediata de aceitá-la como realidade é a maneira apropriada de proceder como Cientistas Cristãos vigilantes.
A necessidade de procedermos assim está indicada numa carta em que Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã [Christian Science], diz: “Se soubésseis a sublimidade de vossa esperança; a capacidade infinita de vossa ser; a grandeza de vossa perspectiva, deixaríeis que o êrro se destruísse a si mesmo. O êrro se vos apresenta para que lhe deis vida, e vós lhe dais tôda a vida que êle tem” (Twelve Years with Mary Baker Eddy — Doze Anos com Mary Baker Eddy — por Irving C. Tomlinson, pp. 84, 85).
É bom lembrar o exemplo de Jesus, o qual, na experiência por que passou no deserto, rejeitou tôdas as seduções do diabo, contrapondo-lhes a Verdade. Por três vêzes, o tentador procurou converter o pensamento de Jesus a fim de que êste adorasse a materialidade. De cada vez, Jesus proferiu imediatamente verdades espirituais das Escrituras. Depois da terceira rejeição, o diabo retirou-se e vieram os anjos de Deus e abençoaram o Filho amado do Senhor. Em outras palavras, quando o mal não pôde encontrar uma fundação ou apoio na consciência de Jesus, caíu exânime — destruíu-se por si mesmo.
Também nós acharemos a bênção da cura se seguirmos o exemplo do Mestre na destruição do poder que o mal apenas parece ter. Um estudante da Ciência Cristã [Christian Science] viu-se tentado, pelo mêdo, a acreditar no mal como se êste fôsse real. O testemunho dos sentidos físicos apresentou-se-lhe sob a forma de um tumor na região lombar. Apesar do sério tratamento metafísico a que se entregou, o tumor crescia cada vez mais e tornava-se cada vez mais doloroso.
Nessa ocasião, o estudante procurou o auxílio de um experiente praticista da Ciência Cristã. Êste, rejeitando completamente o pensamento de que pudesse haver algum poder oposto a Deus, afirmou de maneira categórica que o mal não é uma realidade. A seguir, recomendou a êsse Cientista que fizesse um estudo das numerosas declarações de Mrs. Eddy referentes à autodestruição do êrro e as usasse como base para as suas declarações específicas da verdade que deveriam acompanhar a sua negação e a sua rejeição do mal.
O estudante gastou muito tempo em estudar essas declarações e refletir sôbre elas. Uma delas foi particularmente útil quando a dor parecia predominar e a evidência física clamava por ser aceita como se fôsse realidade. Na página 251 de “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, sob o título marginal, “O êrro se destrói a si mesmo”, Mrs. Eddy diz: “O êrro não é real, portanto não se torna mais imperativo quando se precipita para sua própria destruição. A suposta crença da mente mortal, que se manifesta sob a forma de abscesso, não deveria tornar-se mais dolorosa antes de supurar, nem deveria a febre aumentar antes de cessar.”
Como o estudante se apegasse inabalàvelmente à verdade que está subjacente a essa afirmação, o mêdo à condição física retrocedeu. Aos poucos, a irrealidade do êrro tornou-se-lhe evidente. Uma vez que a base inconscientemente propiciada ao mal foi removida, a dor cessou. O tumor na região lombar abriu-se e esgotou-se no dia seguinte, e dentro de pouco tempo todos os sinais do mal haviam desaparecido. O mal se havia destruído por si mesmo.
Jesus pôs claramente a descoberto a irrealidade do êrro na denúncia que consta no oitavo capítulo do evangelho de João. Ao referir-se ao diabo, ou o mal, Jesus declarou: “Êle foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nêle não há verdade. Quando êle profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” E Mrs. Eddy descreve a autodestruição dessa mentira nestas palavras (Miscellaneous Writings — Escritos Miscelâneos — pp. 209, 210): “O Amor divino, tão inconsciente do êrro como incapaz de cometê-lo, persegue o mal que se esconde, arranca-lhe o disfarce, e — eis o resultado: o mal, posto a descoberto, destrói-se a si mesmo.”