Em carta a um Primeiro Leitor, posteriormente publicada em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany A Primeira Igreja Científica de Cristo, e Miscelânea, escreve Mrs. Eddy (p. 247): "O pouco que realizei foi inteiramente por amor ternura abnegada, paciente, firme."
Ao considerar as vastas realizações da Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã e Líder do respectivo movimento universal para o bem de toda a humanidade, ficamos tomados de profunda reverência ante a compreensão de Mrs. Eddy acêrca de Deus, o Amor divino, e ante sua expressão de amor, e nos sentimos animados a nos lançarmos, por nós próprios, à realização de grandes feitos.
Nossa venerada Líder alcançou a compreensão do Amor através de profundo estudo da Bíblia, inclusive da vida e obras de Cristo Jesus, e não só demonstrou essa compreensão para sempre, mas também ensinou outros a fazê-lo. O Apóstolo João compreendeu em grande parte os ensinamentos do Mestre, e, em sua Primeira Epístola, faz duas vezes esta declaração simples, mas profunda: "Deus é amor" (I João 4:8, 16). Durante tôda a era cristã as igrejas cristãs têm aceitado essa grande verdade, mas a Ciência Cristã requer que seus estudantes provem sua praticabilidade pela demonstração.
Em todos os seus escritos, Mrs. Eddy emprega o têrmo "Amor" com inicial maiúscula, como um dos sete sinónimos da palavra "Deus". Onde quer que se use um desses nomes para designar Deus, pode-se pôr em seu lugar qualquer dos outros seis para expressar a concepção global referente a Deus como sendo o Amor, a Vida, a Verdade, o Espírito, a Alma, o Princípio, a Mente. Nenhuma coisa real é ou poderá ser excluída dessa esfera divina que a tudo abrange; tudo o que pareça estar fora dela é de fato inexistente.
Como podemos aprender a expressar o poder do Amor na prática, em nossa vida diária? O primeiro passo consiste em aprendermos a orar corretamente. À página 39 de seu livro Não e Sim, Mrs. Eddy nos dá um exemplo de oração efetiva. Escreve ela: "A verdadeira oração não é pedir amor a Deus; é aprender a amar e a incluir todo o género humano em uma só afeição."
A Ciência Cristã nos mostra que o desejo sincero de aprender a amar é um requisito preliminar para êsse aprendizado. Para realizarmos a meta suprema de amar tôda a humanidade, precisamos apercebermo-nos da necessidade de sermos humildes e abnegados e de superarmos nosso orgulho e justificação de nós mesmos.
Não nos deve ser difícil amar os membros de nossa família ou os nossos amigos que sejam afetuosos para conosco. Mas, como amaremos aqueles a quem chamamos inimigos, aqueles que parecem opor-se a tudo o que prezamos e, aparentemente, desejam prejudicar a nós, a nossa nação ou a nossa Causa? Como amarmos nossos companheiros de trabalho, nossos vizinhos ou conhecidos que pareçam indelicados ou descorteses, que pareçam deleitar-se em criticar nossos melhores esforços ou em ridicularizar a Ciência Cristã? Devemos realmente aprender a amá-los? No amor não há excessões. Enquanto não aprendermos "a incluir todo o gênero humano em uma só afeição", não seremos realmente afetuosos.
Isso, porém, não quer dizer que tenhamos de amar as qualidades negativas de inimizade, indiferença ou ódio. Significa que precisamos inverter o falso testemunho dos sentidos físicos, como o fêz Jesus, e contemplar nosso próximo como o homem perfeito da criação de Deus, descrito na Bíblia, no primeiro capítulo do Génesis. Quando assim contemplamos conscienciosamente o verdadeiro eu de nosso próximo e de todos os homens, percebemos que o homem real é não só afetuoso mas também amável. Incluí-lo em nossas afeições torna-se um privilégio agradável.
Cultivar uma crença errônea sobre outrem implica crer nalgum conceito falso acêrca de nós mesmos. Se pensamos em outrem como em alguém que nos odeie ou queira prejudicar-nos, temos que estar pensando em nós mesmos como suscetíveis de ser odiados ou prejudicados, e essas duas crenças terão de ser destruídas antes que possamos contemplar o homem real.
Em seu artigo sob a epígrafe "Amai os Vossos Inimigos", que começa na página 8 de Miscellaneous Writings — Escritos Diversos, Mrs. Eddy apresenta um desafio ao pensamento de todo estudante sincero de Ciência Cristã. Em tempo de guerra muitos Cientistas Cristãos têm provado que podemos aprender a amar nossos assim chamados inimigos, ao sabermos que a frase "'ama os teus inimigos' equivale a 'não tens inimigos' " (p. 9) e que isso faz parte de nossa proteção contra o perigo. É igualmente importante provar essa verdade em tempo de paz, quando o inimigo usa disfarces mais sutis.
O amar requer abnegação, paciência, constância e ternura, e estaremos realmente aprendendo a amar na medida em que exemplificarmos essas qualidades em nossas vidas. Êsse aprendizado exige coragem e perseverança; mas é uma tarefa agradável, e o esfôrço sincero e persistente nessa linha de conduta nos assegura o sucesso.
Acaso é de admirar que os Cientistas Cristãos sejam gratos a Mrs. Eddy, a única pessoa que estava espiritualmente preparada para receber a revelação do Consolador prometido por Cristo Jesus e que por muitos anos se manteve inalterada diante da indiferença e da perseguição, para dar sua descoberta ao mundo e traçar o caminho do progresso espiritual para toda a humanidade? Cada um de nós, que foi curado e regenerado mediante o estudo dos escritos de Mrs. Eddy, pode, até certo ponto, pagar sua dívida de gratidão à sua amada Líder esforçando-se por lhe obedecer aos preceitos e por aprender a amar.
