Os milhares de pessoas que frequentam escolas e academias com o propósito de adquirir conhecimentos, indicam o reconhecimento universal da necessidade de instrução do mundo. O gênero humano acredita estar vivendo num universo material a que conhece muito pouco. Muitos de seus conhecimentos lhe têm vindo através de investigação prática. Essa pesquisa tem-se expandido na medida em que os homens vêm se dispondo a abandonar suas noções preconcebidas e investigar novas teorias. Essa constante busca de conhecimento tem, até certo ponto, libertado a humanidade de muitas limitações consideradas impostas por leis ou forças irresistíveis da matéria.
Mas enquanto a busca de conhecimento se basear na concepção do universo como sendo material e do homem como mortal, a humanidade jamais chegará a salvar-se completamente do pecado, da doença e da morte. A inclinação às coisas materiais inclui a crença nas possibilidades do bem e do mal em todos os campos da atividade humana. Haja vista às perspectivas notáveis que se abrem com a divisão do átomo. Graças a essa descoberta, pode agora a humanidade utilizar para o bem um poder tremendo, mas existe também a ameaça de aniquilamento total do género humano, devido a essa mesma descoberta. E se não partir de um ponto de vista absolutamente espiritual, a humanidade não solverá os problemas com que se defronta.
A Bíblia, obra de perene e maior aceitação na literatura de todo o mundo, declara, no primeiro capítulo do Génesis, que Deus criou o céu e a terra e tudo o que neles há. Êle fêz o homem à sua imagem e semelhança. O referido capítulo termina com uma declaração que exclui a possibilidade de existir mal de denominação ou natureza alguma. Diz êle: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Não sòmente bom, porém “muito bom” !
Essa base espiritual absoluta apresentada na Bíblia seria um tanto teórica e abstraía, se não pudesse ser provada na experiência diária. Que se pode prová-la, temos evidência esmagadora. Nas páginas inspiradas da Bíblia lemos os relatos de vitória sobre todos os tipos de limitação física por homens inspirados que vislumbraram até certo ponto as coisas pertinentes ao Espírito reveladas pela manifestação divina de Si mesmo. Êsses relatos impressionantes alcançam seu clímax nas palavras e obras de Cristo Jesus, o homem verdadeiramente mais instruído de todos os tempos.
A inclinação espiritual de Jesus foi o que, em sua vida diária, o habilitou a exemplificar o Cristo, a verdadeira idéia de filiação, até o ponto em que, superando as leis físicas, curava toda forma de doença. Seu ato de enfrentar e destruir a pretensão da morte, seguido pela ascensão acima da crença em matéria, acaso não provou, de maneira irrefutável, que a propensão para as coisas do Espírito constitui o único meio de nos salvarmos completamente das limitações corpóreas que nos impomos a nós mesmos?
Na era atual, desde que Mrs. Eddy descobriu, em 1866, as regras e a prática da cura metafísica divina, muitos homens, mulheres e crianças têm, na medida de suas inclinações espirituais, conseguido efetuar curas comparáveis às registradas na Bíblia. Tais resultados provam a essas pessoas que os relatos contidos na Bíblia são autênticos e constituem a base da verdadeira educação.
A Ciência Cristã ensina que Deus, o Espírito, é Mente e que o homem, feito à Sua imagem, reflete essa Mente. Êsse ensinamento nos permite provar a declaração de Paulo: “O pendor do Espírito dá para a vida e paz" (Romanos 8:6) .
A inclinação espiritual aceita o fato de que Deus, o bem, é a causa única e único criador, que o universo é espiritual e o homem é imortal. À luz da totalidade e plenitude de Deus, vê-se que a matéria é uma concepção errônea acêrca da verdadeira substância espiritual. Por isso a matéria não é real, não é verdadeira e não existe.
De qualquer modo, é preciso que o objetivo da educação convencional não se oponha à aquisição e expressão do pendor espiritual. Diz Mrs. Eddy, em Ciência e Saúde (p. 195): “É necessária instrução académica de categoria adequada. A observação, a invenção, o estudo e o pensamento original espalham-se e devem promover o desenvolvimento da mente mortal, para que ela saia fora de si mesma, fora de tudo o que é mortal.” Escreve ela, em outro trecho do mesmo livro (p. 95): “Saudamos o aumento do saber e o fim do êrro, porque até a inventiva humana deve ter seu dia, e queremos que a êsse dia suceda a Ciência Cristã, a realidade divina.”
Como estudantes e praticantes de Ciência Cristã, podemos seguir nossas profissões de nível universitário com mais certeza de alcançar sucesso nos campos de ação de nossa preferência, quando subordinamos as conjeturas terrenas de que haja mente na materia, à verdade revelada de que a Mente é Espírito. Como fazê-lo? Compreendendo com clareza que toda educação e pesquisa meramente físicas estão baseadas e contidas na estrutura limitada da mentalidade materialista.
O estudante de Ciência Cristã reconhece que na totalidade e unidade de Deus não existe estrutura limitada da mentalidade materialista. A pessoa de inclinação espiritual percebe ser absolutamente impossível existir um universo material, imperfeito. O Cientista Cristão reconhece a verdade básica da Bíblia, isto é, de que Deus já fêz tudo o que foi feito e que tôdas as coisas já são perfeitas, harmoniosas e eternas. A negação de uma estrutura material, limitada, de pensamento mortal, e o reconhecimento da presença constante do eterno bem, habilita-o a superar as limitações testemunhadas pelos sentidos materiais, enquanto satisfaz os requisitos de sua profissão de nível académico.
Quando, pelo estudo e prática diários da Ciência Cristã, adquirirmos convicção absoluta da totalidade e unidade de Deus, a inclinação às coisas espirituais nos permitirá demolir as barreiras criadas pelas limitadas e confusas tendências materiais. Para cumprir com êxito os requisitos para a colação de grau universitário, temos de adquirir e seguir uma sólida noção de disciplina. Precisamos manter os olhos fitos na meta e não deixar de dar os passos necessários à realização dessa meta.
O homem, a idéia espiritual de Deus, é mantido sempre sob a permanente atração da Mente divina. A atenção, compreensão e retentiva são qualidades da Mente. Por conseguinte, o homem está sempre atento. A compreensão perfeita desta verdade nos permitirá resistir a tudo que possa distrair-nos o pensamento da plena atenção ao que devemos fazer — seja escutar a preleção de um professor, observar um ensaio ou estudar uma lição determinada.
O homem é sempre receptivo. Quando compreendemos êste fato, nenhum sentimento de revolta pode bloquear-nos o desejo de aprender, nenhum estado de languidez pode obscurecer-nos o fluxo natural das idéias. O homem compreende tudo. Em afirmando esta verdade a nós próprios, nos habilitamos para demonstrar a capacidade de compreender o que ouvimos e o que lemos.
O homem está sempre em posse da faculdade da memória. A Mente não esquece seus pensamentos. Nenhuma ideia pode escapulir-se da consciência divina. Na proporção em que aceitemos estas verdades espirituais e as apliquemos à nossa vida diária, estaremos manifestando pendor para o Espírito.
A disciplina condizente com a inclinação espiritual nos permite ir às aulas com justa esperança de prestar viva atenção e compreender com clareza e facilidade o assunto em estudo e de, finalmente, chegar à época de exames com segurança de êxito. Quando elevamos nosso pensamento acima das coisas materiais, afirmando nossa identidade real como a imagem e semelhança de Deus, inteiramente espiritual, estamos permitindo que opere em nossa consciência o poder onipotente da lei de Deus.
Afirma Mrs. Eddy, em Miscellaneous Writings — Escritos Diversos (p. 23): “A razão e a revelação declaram que Deus é tanto númeno como fenômeno — a causa primeira e única. O universo, inclusive o homem, não é um resultado da ação atómica, da fôrça ou energia material; não é pó organizado. Os termos Deus, Espírito, Mente, são sinônimos empregados para designar o Deus único, cujo reflexo é a criação, e o homem é a Sua imagem e semelhança.” E continua ela, na página seguinte: “Êstes fatos determinam o Primeiro Mandamento; e o conhecimento dêles faz o homem inclinar-se para as coisas do Espírito.”
Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras e acode ao
meu gemido. Escuta, Rei meu e Deus meu, a minha
voz que clama, pois a ti é que imploro.
Salmos 5:1, 2
