Se a fadiga procurar obter acesso à nossa consciência, deveremos examinar cuidadosamente suas credenciais. Assim como uma sentinela examina a autorização de quem quer que tente entrar na área privativa sob sua guarda, para só admiti-lo depois de ter verificado que o pretendente tem direito a acesso, do mesmo modo devemos pedir senha aos conceitos que busquem acesso ao nosso pensamento.
Que providências deveremos tomar, caso se nos apresente a crença de cansaço, falta de energia, ou apatia? Examinando atentamente sua autoridade, poderemos concluir que, de qualquer maneira, para existir, a fadiga tem de ser produzida por Deus; tem de ser causada por algum pseudo poder, ou tem que ser mera crença, sem causa alguma a apoiar-lhe a existência. Qual destas hipóteses é a correta?
A Bíblia nos esclarece sobre a impossibilidade de ser Deus a causa de qualquer condição desarmoniosa. Lemos, no primeiro capítulo do Génesis: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (v. 31). Ninguém pretenderá que a fadiga, que implica falta de energia ou vitalidade, seja boa. Por isso é lógico admitir-se que não é Deus o criador dêsse traço indesejável. Se essa crença proclama a Deus sua autoridade, òbviamente se trata de um caso de pretensão errônea. Portanto não erramos ao recusar-lhe entrada em nossa consciência.
Poderia algum poder separado de Deus ter feito o cansaço? O Primeiro Mandamento nos diz claramente: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). Se há um outro poder, capaz de criar exaustão ou outra forma de discórdia, seja qual fôr, então talvez devamos respeitá-lo. Mas admitir a existência dêsse poder constitui contravenção direta ao Primeiro Mandamento.
Se Deus é bom e Deus é onipotente, isto é, todo-poder, não há outro poder. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, explica isso na página 228 do livro-texto da Ciência Cristã
Christian Science — pronuncia-se: Crístian Çai’ens., Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, onde escreve: “Não há poder separado de Deus. A onipotência tem todo o poder, e reconhecer qualquer outro poder é desonrar a Deus.”
Curando enfermos, abrindo olhos de cegos e ressuscitando mortos, o grande Guia, Cristo Jesus, demonstrou a falsidade de todo e qualquer poder separado de Deus. Devemos então aceitar a crença em fadiga ou em qualquer outra condição desarmoniosa, pensando existir algum poder capaz de a criar e nos obrigar a aceitá-la? “Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a êle darás culto” (Mateus 4:10) — foi a resposta de Jesus ao diabo, que fêz uma tentativa de erigir-se como um poder independente.
A terceira possibilidade, a verdade da situação, é que a fadiga não é causada de maneira alguma: ela não tem causa. A compreensão dêste fato científico certamente lhe proibirá a entrada em nosso pensamento e, portanto, em nossa experiência, ou nos permitirá expulsá-la se a tivermos admitido. “Os que esperam no Senhor renovam as suas forças ... correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”, diz- -nos a Bíblia (Isaías 40:31), e podemos ver essa promessa cumprida hoje.
Para conseguir a liberdade desejada, temos de “esperar no Senhor”. Acaso não significa isso adorar e obedecer sòmente a Êle? Não significa reconhecê-Lo como a única fonte de energia, o único poder, a única inteligência, ou Vida? A mente que experimenta cansaço e nos fala dêle e de suas conseqüências é falsa. Não possui autoridade de origem alguma.
Escreve nossa Líder, em Ciência e Saúde (p. 218): “É a mente mortal que faz uso da linguagem falsa, e aquilo que fala em cansaço é o que produziu êsse cansaço.” O corpo em si — músculos, ossos e carne — não pode transmitir informação alguma ao seu possuidor.
Sem a presença dessa chamada mente mortal, não há fadiga. Logo, a carência de força é apenas uma crença errônea de uma mente mortal, falsa. A fadiga é um subproduto da opinião de que o homem seja um corpo material com uma mente por dentro. Cristo Jesus, ao ressuscitar, depois de sua crucificação, e pela subsequente ascensão, provou ser erróneo esse conceito acêrca do homem.
As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus, porém que Deus não é e nunca foi matéria. Por conseguinte, para ser feito à imagem e semelhança de Deus, o Espírito, e ser inteiramente bom, o homem tem que ser espiritual. A Ciência Cristã afirma esta grande verdade, e a prática conscienciosa de seus ensinamentos nos permitirá prová-la por nós mesmos em medida cada vez maior.
Felizmente poderemos, então, alegrar-nos com a verdade de nossa situação, que a fadiga jamais foi feita. Não precisamos aceitá-la. Suas credenciais são falsas. Devemos eliminá-la de nossa consciência e de nossa vida. Podemos, ao invés de admitir em nosso pensamento êsse falso conceito, abrir nossos corações e receber alegremente as verdades relativas ao ser — que o homem é espiritual, sempre ativo, e sempre tem acesso às energias ilimitadas do Espírito. Isso é verdadeiramente “esperar no Senhor” e, em conseqüência, poder “correr e não se cansar”.
