Uma das maravilhas da Ciência Cristã é a oportunidade que nos dá de demonstrar a realidade divina, curando os doentes e os pecadores, bem como vencendo outras situações de desarmonia. A Bíblia nos ilustra inúmeras maneiras de demonstrar a verdade, e uma delas se encontra no Gênesis, na descrição do dilúvio.
Lemos que “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gênesis 6:12). O Senhor determinou a Noé que fizesse uma arca, calafetada por dentro e por fora, para colocar dentro dela não só a sua família, mas também casais de tudo o que vive, bem como alimento. O Senhor disse a Noé que estava para “derramar águas em dilúvio sôbre a terra para consumir tôda carne ... debaixo dos céus” (Gênesis 6:17).
Mrs. Eddy define a palavra “Noé” no Glossário de Ciência e Saúde (p. 592): “Um mortal corpóreo; conhecimento da nulidade das coisas materiais e da imortalidade de tudo o que é espiritual.” E inclui na definição de “Arca” as palavras (p. 581): “Segurança; a idéia ou reflexo da Verdade, que se comprovou ser tão imortal como seu Princípio; a compreensão do Espírito, que destrói a crença na matéria.” Ao final da definição lemos: “A arca significa tentação vencida e seguida de enaltecimento.”
Quando estamos atravessando uma dificuldade qualquer, seja doença, desarmonia ou falta de suprimento, devemos refugiar-nos na nossa arca: “a compreensão do Espírito, que destrói a crença na matéria.” Devemos colocar dentro dela todos os nossos pensamentos a respeito da bondade, da abundância, da perfeição, enfim, da onipresença de Deus.
Diz a Bíblia que o Senhor fêz chover quarenta dias e quarenta noites, consecutivamente. Nesse caso a noção de tempo é simbólica, mas nos diz que devemos destruir todos os pensamentos que nos falam de doenças, de carência ou de desarmonias, enquanto nos refugiamos em nossa arca preparada pelo Amor divino. Podemos então alimentar-nos com a compreensão espiritual acêrca da Verdade, da onipresença de Deus e Sua realidade divina, que nos permite negar a realidade do mal.
Enquanto estamos destruindo as antigas crenças, vigiando e orando constantemente, permanecemos seguros, na certeza que a Verdade nos traz, até sabermos que podemos andar novamente em solo firme e sêco.
Mesmo quando soubermos, com certeza, que tôdas as crenças erradas foram destruídas, não nos apressaremos a sair de nossa arca. Tal como Noé, nós também permaneceremos dentro dela, afirmando constantemente a realidade do bem, a criação perfeita de Deus e a coexistência do homem com Deus. E só nos aventuraremos a sair quando recebermos a ordem de Deus.
Como vemos, ao enfrentarmos as dificuldades do dia a dia, a história de Noé nos mostra a necessidade de que tôda a nossa compreensão espiritual constitua a nossa arca, nosso refúgio, a fim de que encontremos fôrça. Diz o salmista: “O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. (...) Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda” (Salmos 91:1, 2, 9, 10).
Temos também os ensinamentos e o exemplo de Cristo Jesus, tal como nos foram revelados no Nôvo Testamento. Êle permanecia contínuamente no esconderijo, o reino dos céus.
À medida que permanecemos no esconderijo, podemos progressivamente eliminar nossas dificuldades, sejam elas um câncer, desarmonias em família ou necesidades financeiras. Então poderemos começar uma vida nova, cheia de entusiasmo, de fé e de fruição, com as bênçãos que o Senhor dá aos vencedores.
