A Igreja, tal como é compreendida na Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tyann sai’ennss., é um assunto de vastas dimensões. É universal em seus objetivos, estendendo-se muitíssimo além de uma construção material ou mesmo de seus admitidamente importantes aspectos institucionais. A Igreja, em seu sentido mais elevado, denota a realidade espiritual — a unidade, a presença, em tôda parte, de Deus, a Verdade e o Amor divinos, e o Seu perfeito universo de idéias. Ésse conceito espiritual de Igreja constitui o lugar de permanência do homem real, aquêle lugar que, com clareza incisiva, Mary Baker Eddy define em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, como “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dêle procede” (p. 583).
As declarações dos escritos de Mrs. Eddy têm um tremendo significado prático. O espírito crístico que êles transmitem e os trabalhos curativos práticos que resultam de tal espírito, formam o alcance substancial e potente da Igreja. Mrs. Eddy escreve em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany — (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea, p. 194) “A letra de vosso trabalho perece, como perecem tôdas as coisas materiais, mas o seu espírito é imortal. Lembrai-vos de que um templo apenas pressagia a idéia de Deus, a «casa não feita por mãos, eterna, nos céus», enquanto um grande homem ou mulher que em silêncio cure a doença e destrua o pecado, constrói aquilo que alcança o céu.”
Olhando para trás, aos muitos anos em que tem sido um estudioso da Ciência Cristã, o articulista se recorda de muitas ocasiões em que foi curado de doença, cansaço ou desânimo, enquanto assistia a um dos serviços da igreja. Claro está, não foi o mero fato de haver entrado num edifício de igreja que o ajudou. O que o ajudou foi a essência real da Igreja — a presença curativa do Cristo, a atmosfera de paz e harmonia que êle havia encontrado, a leitura inspiradora da Bíblia e de Ciência e Saúde, ou um testemunho de cura especialmente adequado, ouvido numa reunião de testemunho numa quarta-feira. São êsses os fatôres que contribuem para uma genuína expansão da Igreja, e constituem o alimento celestial que sacia aquêles que estão espiritualmente famintos e atrai para nossas portas os que procuram a Verdade.
Mrs. Eddy completa sua definição de “Igreja” nestas palavras: “A Igreja é aquela instituição que dá provas de sua utilidade e que vem elevando a raça, despertando de suas crenças materiais a compreensão adormecida, para que perceba as idéias espirituais e demonstre a Ciência divina, expulsando assim os demônios, ou o êrro, e curando os doentes” (Ciência e Saúde, p. 583).
“Que dá provas de sua utilidade” — aqui está o nó da questão! Sabemos que a instituição da igreja prosperará na medida em que a idéia espiritual de Igreja fôr acalentada e demonstrada em nossas vidas — na medida em que nós, como seus membros, obedecermos ao mandato de Cristo Jesus “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios” (Mateus 10:8).
Em sua mais larga implicação espiritual, a Igreja não é algo separado de cada um. Estar separado da Igreja é uma impossibilidade, porque a Igreja está onde Deus está, e Êle está em tôda parte, é Tudo. Aqui e agora estamos em união com o que Paulo descreve como “um só Deus e Pai de todos, o qual é sôbre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:6). Cada um de nós é uma porção individual do edifício de Deus, de Sua estrutura, de Sua Igreja, que inclui Seu universo de idéias perfeitas.
Todavia, nunca nos deveríamos dar por satisfeitos com uma mera contemplação ou aceitação, com o intelecto, da Igreja Universal. A metafísica que permanece abstrata não é a Ciência Cristã legítima. Nunca somos dispensados da necessidade de estar pessoalmente presentes nos serviços divinos e nas assembléias, ou de executar o trabalho da igreja ou dêle participar. Nunca somos dispensados do dever solene de fazer nosso trabalho metafísico antes e depois dos serviços, para que o calor curativo do espírito do Cristo possa ser sentido em nossa comunidade. Devemo-nos lembrar de que nossa habilidade curativa crescerá através do serviço ativo prestado à maior de tôdas as causas, enquanto que a indiferença ao dever e a desobediência voluntariosa nos afastam da demonstração.
Quando somos solicitados a curar alguma aparente doença física, podemos usar as verdades espirituais contidas na definição de Igreja dada por Mrs. Eddy. Podemos reconhecer claramente que o ser verdadeiro do homem nunca deixou a casa de seu Pai, “a estrutura da Verdade e do Amor”. O homem real é controlado por Deus, sustentado por Deus, constituído por Deus e intocado pela crença falsa, ou escuridão mental, chamada doença. Vive em um universo de luz e harmonia espirituais, uma criação perfeita de idéias divinas que “assenta no Princípio divino e dêle procede”.
Raciocinar dessa maneira constitui um tratamento metafísico científico. É efetivo, porque aquilo que aparenta ser uma doença física não é física de maneira alguma, mas sim o quadro de um sonho, uma miragem mental, o efeito do pensamento infeliz, temeroso, perturbado, superimposto ao corpo mortal, o qual em si mesmo é uma ficção da mente mortal. O reconhecimento agradecido da inteireza atual do homem como reflexo da Vida divina — um componente do edifício espiritual de Deus — renova a consciência humana e resulta na importantíssima prova da cura. Essa é a prova tão decisivamente essencial para o crescimento da Ciência Cristã, pois, em um sentido muito real, boas curas constituem expansão da igreja.
Porque os Cientistas Cristãos estão curando os doentes, o poderoso alcance da Igreja de Cristo, Cientista, se dilata. Contudo, todos podemos fazer melhor! Arranhamos, apenas, as imensas possibilidades que estão à nossa frente. Digamos, então, com Paulo, “uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13, 14).
Percorria Jesus tôda a Galiléia,
ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino
e curando tôda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.
E a sua fama correu por tôda a Síria;
trouxeram-lhe então todos os doentes,
acometidos de várias enfermidades e tormentos:
endemoninhados, lunáticos e paralíticos.
E êle os curou.
Mateus 4:23, 24
