Os pais naturalmente se preocupam com a saúde e o bem-estar de seus filhos. Mas, como lhes seria possível se libertarem do mêdo? Mrs. Eddy diz em Ciência e Saúde (pp. 410, 411): “A prática científica cristã começa com a nota tônica da harmonia apresentada por Cristo: “Não temais!” Libertar-se do mêdo é um direito divino que pertence a cada um de nós. Essa liberdade pode ser demonstrada na vida em família através da aplicação da Ciência Cristã, a qual ensina que o homem coexiste com o bem onipotente e onipresente e, portanto, que ali não pode haver poder algum do mal para perturbar o seu intrépido domínio. A vida do homem equilibra-se em domínio devido à união do homem com Deus, como Seu reflexo.
O aumento dos meios de comunicação em nossa sociedade moderna, especialmente o aumento da publicidade quanto à doença, produz temor, o qual muitas vêzes jaz latente e despercebido no pensamento. Tais temores entretidos pelos pais precisam ser eliminados para que possam manter seus filhos livres da doença. Em seu desejo de corretamente criar os filhos, os pais, algumas vêzes, dão ouvido a conselhos que só fazem crescer o mêdo. Temos o direito e o dever de escolher com o mesmo cuidado o que admitimos no pensamento, assim como o que levamos para dentro de nossa casa. Cristo Jesus, há muito tempo atrás, em seu Sermão do Monte, alertou: “Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lôbos roubadores” (Mateus 7:15).
O afastamento do temor dos pais é essencial à cura. Depois de dar alguns preceitos de como curar na Ciência Cristã, Mrs. Eddy escreve (Ciência e Saúde, p. 412): “Se se trata de uma criancinha ou de um bebê, é preciso enfrentar o caso principalmente por meio do pensamento dos pais, seja em silêncio ou em voz audível, na base já mencionada da Ciência Cristã.”
À medida que confiantemente nos volvemos à compreensão da Ciência Cristã a fim de libertar nossos filhos da doença e da desarmonia, verificamos que por ser Deus o Pai-Mãe do homem, Êle é o único Pai e a única Mãe verdadeiros. Ao compreendermos êsse fato, libertamo-nos da falsa pretensão da da preocupação por nossos entes queridos, que são, em realidade, inteiramente da responsabilidade de Deus. De forma alguma negligenciamos nossos filhos, mas lhes proporcionamos o melhor cuidado que existe — nós os libertamos para que gozem de sua verdadeira liberdade como filhos e filhas de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança e eternamente perfeitos, alegres e sadios.
A hereditariedade, os acidentes, ou as más companhias não podem atingir nossos filhos, se substituirmos as falsas investidas do mal pela verdade de que a Mente divina, o Amor infinito, governa o homem em tôdas as circunstâncias. A única verdadeira hereditariedade do homem é aquela que êle possui como reflexo de seu Pai-Mãe Deus. À medida que virmos com maior compreensão que cada criança é uma das amadas idéias da Mente, com a Mente em completo contrôle sôbre cada uma delas, a confiança e a fé substituirão nosso mêdo de acidentes.
Na proporção em que compreendermos que o êrro é apenas uma falsa suposição e não a verdade do ser, cresceremos para sentir e saber que nada há que possa ferir, quer a nós, quer a nossos filhos. A única associação que nossos filhos podem formar é, em realidade, um companheirismo com as idéias espirituais. Já que a atmosfera mental em tôrno de nossos filhos é uma influência importante para o bemestar dêles, a nossa compreensão e prática dessas verdades muito farão para ajustar harmoniosamente as circunstâncias humanas que os envolvem.
O pai ou a mãe mais sábio dá maior atenção ao cuidado mental dos seus filhos, do que ao cuidado físico. Terá o cuidado de substituir a crença de materialidade pela verdade da perfeição do homem como uma idéia na Mente. Dessa forma conserva a saúde da criança por meios mentais, e não físicos, e a si mesmo se liberta do fardo do temor. Mrs. Eddy diz: “É a Mente, não a matéria, que regula o estado do estômago, dos intestinos e do alimento, bem como a temperatura das crianças e dos adultos. As opiniões sensatas ou insensatas dos pais e de outras pessoas, acêrca dêsses assuntos, produzem bons ou maus efeitos sôbre a saúde das crianças” (ibid., p. 413).
Uma jovem Cientista Cristã não pôde ir à escola e teve de permanecer em casa durante vários dias devido a uma inflamação na garganta, não podendo comer alimentos sólidos. Como fôsse passando o tempo e ela não melhorasse, a mãe, em desespêro, começou a instar com a menina para que comesse. Certo dia, depois de falar com a praticista que ajudava sua filha, a mãe viu que seu próprio mêdo estava impedindo a demonstração. A praticista lhe fizera ver que Deus alimenta perpètuamente Suas idéias. Ela então compreendeu que o seu mêdo de mãe era a única coisa que parecia estar bloqueando a demonstração dêsse fluxo do bem que vinha de Deus ao homem.
Com renovada inspiração a mãe preparou uma refeição para a menina e a deixou só. Em seu próprio quarto, a mãe lutou contra o seu próprio mêdo, que era quase tangível. E quando colocou a criança sob os cuidados de seu Pai celeste e afastou todo sentido de responsabilidade materna, sua confiança retornou. Finalmente a mãe percebeu que, qualquer que parecesse ser a evidência física, Deus alimentava Sua idéia com Sua bondade sustentadora. Quando foi ver a menina, encontrou um prato vazio. Dentro de duas horas a criança estava completamente curada e comendo pipocas.
Em vez de manter constante vigília sôbre a saúde física de seus filhos, os pais Cientistas Cristãos aprendem a importância de resguardar sistemàticamente o seu próprio pensamento. Lutam para ter calma, confiança, docilidade, esperança no bem, e, acima de tudo, para se libertarem do temor. Na medida que livrarem seus filhos da crença de que o homem seja material, sujeito à sorte, à doença, e a acidentes, e os virem como idéias espirituais à imagem e semelhança de Deus, perfeitas, intactas e para sempre em segurança, estarão fazendo muito mais por seus filhos do que poderiam fazê-lo de qualquer outra forma; os estarão ajudando a aceitar sua verdadeira herança de liberdade. E ao libertarem os seus filhos, os próprios pais também se libertam do cativeiro do mêdo.
