“Teu é o reino, o poder e a glória para sempre” (Mateus 6:13). Essas palavras concluem a Oração do Senhor, a oração que Cristo Jesus nos deu. A Oração do Senhor é parte da ordem dos exercícios na Escola Dominical da Ciência Cristã.
Quando Ricardo era pequeno, repetia a Oração do Senhor muitas vêzes, tanto na Escola Dominical, como em casa. A frase dessa oração, acima citada, sempre o fazia sentir-se humilde. Talvez fôsse um desafio para êle, assim como acontece com muitos de nós, porque às vêzes êle se sentia tentado a esperar que o seu desempenho em alguma atividade fôsse espetacular. Quando ouvia essa frase êle desejava muito corrigir seu pensamento. Êle sabia que por pertencer a Deus, êsse reino tinha de ser bom. Sempre que estava disposto a reconhecer que todo poder pertence a Deus, êle notava que fazia o que era correto. A glória é de Deus, naturalmente, porque Êle é a fonte de todo o bem.
Ricardo gostava muito de esportes. À medida que progredia na escola, êle descobriu que o futebol era seu esporte favorito. Logo entrou no ginásio. Quando êle corria pelo campo de futebol, parecia muito fácil aceitar a tentação de glorificar-se a si mesmo. Ricardo sabia que os fatos ensinados na Ciência Cristã devem ser demonstrados. Nada conseguimos com meras palavras; a Ciência tem de ser demonstrada. Essa Ciência nos ensina as verdades acêrca de Deus e Sua idéia, o homem. É claro que não há lugar na consciência para a autoglorificação. Ricardo precisava aprender que o sentido pessoal de heroísmo não está de acôrdo com a Oração do Senhor.
Às vêzes o jôgo parecia dramático! Ricardo sentia-se importante para o time, e de fato êle o era, mas sòmente na proporção em que seu verdadeiro caráter, como reflexo de Deus, se expressava em vigilância, sinceridade e integridade. Ricardo estava entusiasmado, êle jogava bem e se empenhava ao máximo. Mas então começou a pensar que sua maneira de jogar devia parecer muito boa aos outros e sentiu-se um pouco soberbo.
Um dia, quando estava jogando, Ricardo, com todo seu orgulho, se foi ao chão, machucando-se, e não pôde levantar-se. Um rapaz mais velho, também Cientista Cristão, logo apercebeu-se da situação de Ricardo. Imediatamente repetiu uma firme declaração da verdade, constante em Ciência e Saúde de autoria de Mrs. Eddy. Êle insistiu para que Ricardo a repetisse com êle, pois sabia que Ricardo estaria pensando a verdade que estava pronunciando. Breve Ricardo estava em condições de levantar-se.
O Diretor da Escola, que também era Cientista Cristão, apareceu no local e levou Ricardo para seu gabinete. Telefonou para a mãe de Ricardo contando-lhe a situação. Pediu a ela que ajudasse Ricardo a saber que êle era a idéia perfeita e gloriosa de Deus, gloriosa porque Deus é glorioso.
Quando Ricardo chegou em casa, tinha melhorado muito, mas havia evidência de que sua perna estava machucada. Êle e sua mãe conversaram a respeito de verdades espirituais. Em poucos momentos Ricardo viu que não estava obedecendo ao mandamento (I Coríntios 6:20): “Glorificai a Deus no vosso corpo.”
A Ciência Cristã nos revela o que temos de compreender para glorificar a Deus. Diz Mrs. Eddy (Ciência e Saúde, p. 264): “As criações tôscas dos pensamentos dos mortais têm de ceder, por fim, às formas gloriosas que às vêzes vemos na câmara escura da Mente divina, quando o quadro mental é espiritual e eterno.” A parte dolorosa da autoglorificação e o desconforto dela resultante são fatôres que andam sempre juntos. Ricardo compreendeu que a inatividade que estava evidenciando, não glorificava a Deus. Êle sabia que isso jamais teria acontecido, se êle tivesse se mantido obediente à Oração do Senhor. Muito tempo antes êle tinha aprendido que devia procurar em seu próprio pensamento, para ver onde estava a causa da desarmonia.
Não demorou muito para que seu pensamento se iluminasse. Aquela noite êle assistiu a uma conferência sôbre a Ciência Cristã, com sua família. Quando entrou no saguão do auditório da conferência, descobriu que estava completamente curado. Tôdas as dificuldades relacionadas com êsse problema haviam desaparecido.
Que alegria Ricardo encontrou depois disso, durante a temporada de futebol! Êle era desafiado, sim, mas, sempre que notava estar o êrro da autoglorificação a infiltrar-se em seu pensamento, êle o enfrentava e o anulava. Êle afirmava com convicção: “Tôda a atividade vem de Deus, e o poder e a glória pertencem a Êle.”