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O Conflito Humano e o Lugar de Deus

Da edição de julho de 1971 dO Arauto da Ciência Cristã


Não faz muitos domingos assisti a um serviço religioso que estava dirigido ao pensamento dos jovens. A fim de acomodar o grande número de pessoas, foi necessário colocarem-se cadeiras nos corredores. Do comêço ao fim a congregação estava atenta e interessada. Cantaram-se hinos e com sinceridade e convicção foi lida a liturgia, dela participando a congregação. O ministro foi aplaudido diversas vêzes durante seu breve sermão. Mas não foi mencionada uma vez sequer a palavra “Deus”.

Todo êsse serviço estava de conformidade com o pensamento religioso intelectual de que Deus está no homem, e que se os homens se conduzirem honesta e misericordiosamente para com seus companheiros, êsse procedimento de per si, é tudo o que existe acêrca de Deus. Êsse ponto de vista parece dar ao indivíduo um sentimento de autoconfiança, uma alegria de viver e entusiasmo pela vida. Mas à luz da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tyann sai’ennss. torna-se claro que essa filosofia é a origem de muitos dos conflitos na vida humana de hoje em dia.

O conflito surge porque o indivíduo, a fim de viver consigo mesmo, necessita ser capaz de justificar suas próprias conclusões. Se o indivíduo pudesse recorrer a Deus, sempre poderia dizer com humildade: “É isso o que eu creio, mas não sei se estou certo. Só Deus pode saber.” Contudo, quando o indivíduo tem de assumir a responsabilidade integral, ao ter de julgar se uma coisa está certa ou errada, verifica que êle é menos tolerante para com os pontos de vista que se opõem aos seus.

Mary Baker Eddy tem a dizer em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 467): “A Ciência revela que o Espírito, a Alma, não está no corpo, e que Deus não está no homem, mas é refletido pelo homem. O maior não pode estar no menor. A crença de que o maior possa estar no menor é um êrro que produz o mal. Um ponto capital na Ciência da Alma é que o Princípio não está na sua idéia.”

Não é possível realmente solucionar conflitos humanos, senão por meio da Ciência da Alma. Os homens têm preconceitos uns para com os outros porque não compreendem as realidades da Alma. Pensam que cada um tem sua própria alma, sua própria consciência de si mesmo, e que essa alma é desenvolvida em uma personalidade material por meio da história material. Mas a Ciência Cristã revela que Deus é a Alma única e infinita, e que o homem é o reflexo da Alma.

O sentido humano do eu, o ego humano, apenas está certo na medida em que é semelhante a Deus. Quando aprendemos a rejeitar o sentido do eu que pretende conter sua própria alma, e aprendemos a honrar a Deus como a Alma, começamos a nos identificar como reflexo da Alma. Mas até que o sentido humano do eu chegue a reconhecer a Alma, a única que conhece o que é certo — o Princípio que nunca está no homem — o eu humano estará longe de estar certo. Há ainda muito para aprender.

Pensem o que aconteceria aos conflitos raciais se êsse “ponto capital na Ciência da Alma” fôsse mais amplamente respeitado! Em vez de concluir que estavam irrevogàvelmente certos, os que estão em lados opostos de um conflito, reconheceriam que os assim chamados fatos da evolução material não autorizam uma pessoa, nem requerem uma pessoa, para conciliar o problema dentro de si mesmo, mas que os fatos da Alma infinita, não corpo”, não “no homem”, nos autorizam a voltar-nos, em busca de orientação, a um poder mais alto — à Mente que tudo sabe. E a honestidade exige que cada um reconheça sua própria incapacidade humana para solucionar os problemas à sua frente sem voltar-se humildemente ao único Pai do homem, Deus, como a Alma de todos.

Quanto à guerra, um reconhecimento do “ponto capital”, acima mencionado, não fará com que se perca coisa alguma do que é certo, mas conquistará para nós o apoio da Mente infinita ao buscarmos a solução que mais ràpidamente fará cessar tôdas as guerras. O pensamento ateu que nega aos outros o direito de discordarem das nossas próprias conclusões, não conduz à paz, mas a conflitos cada vez maiores. Enquanto o respeito pela Mente infinita, ou a Alma, se mantém, tôdas as pessoas acalentam o processo em que se examina a sua própria consciência, processo pelo qual cada um tira suas próprias conclusões, reconhecendo que tais conclusões são temporárias, e representam apenas o melhor que se pode fazer no momento. E se cada um faz o melhor que pode, seguindo a norma de voltar-se humildemente à Mente infinita em busca de compreensão, estará fazendo o melhor que provàvelmente pode ser feito, dia a dia, no progresso do mundo rumo à paz universal.

Desta maneira alguns indivíduos decidem qual será sua atitude em relação à guerra, ao rejeitá-la, e ao rejeitar tudo o que com ela se relacione, reconhecendo-a como uma negação do direito humano de viver. Outros, seguindo sua consciência, se inclinam a participar numa guerra como um meio de, no momento, salvar mais vidas do que a guerra destruiria ou de preservar um mundo no qual os homens ainda são livres para decidir se desejam ou não concordar com aquêles que os governam. Ainda outros verificam que, embora se oponham à guerra, podem conscientemente, efetuando tarefas de não-combatente, apoiar sua nação enquanto ela está em guerra. Na medida em que cada um dêsses indivíduos elaborar sua atitude em relação à guerra, procurando estabelecer seu relacionamento com Deus, êle estará tão certo quanto um ser humano pode estar, até que alcance aquêle estado de consciência no qual realmente se compreende que o Amor divino é a Alma do homem.

Na medida em que os homens se apercebem dessa compreensão, aparecerão meios para vencer os conflitos humanos. Cristo Jesus mostrou aos seus discípulos êsse caminho quando, ao predizer sua crucificação, disse: “Não estou só, porque o Pai está comigo” (João 16:32).

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