Há alguns anos eu estava correndo para apanhar um trem, e quando me acercava da estação fiquei assombrado ao ver que o trem já ia partindo. Conferi meu relógio, bem como o relógio da estação, e verifiquei que eu estava adiantado cinco minutos. Olhei novamente para o trem, e ele estava parado. O que aconteceu foi que os vagões de carga nos trilhos seguintes estavam sendo empurrados para trás, e do meu ponto de vista num auto em movimento, tudo, inclusive o trem de carga, parecia estar imóvel, enquanto que meu trem parecia estar se movendo para frente.
Os objetos materiais nem sempre fazem o que parecem estar fazendo. Com efeito, a própria matéria não é necessariamente aquilo que aparenta. O ponto de vista do observador e o método de observação podem resultar em diferenças formidáveis naquilo que é observado. Por exemplo, a observação a olho nu pode mostrar uma sólida peça de metal. A observação feita com o auxílio de um microscópio eletrônico pode revelar um sistema de partículas em movimento. E alguém que esteja acostumado a considerar a matéria pelo que aprende nos instrumentos e nos cálculos matemáticos, pode ver a mesma peça de metal como forças atuando num padrão discernível. Mas existe ainda outro modo de encarar a matéria.
A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris´tyann sai´ennss. declara que a matéria é mental, o sujeito e o objeto da mente mortal. Ela explica a mente mortal — a qual nós vemos como a mente dos mortais — como sendo o oposto hipotético da Mente criadora, divina, Deus. As muitas mentes pessoais são muitos exemplos de uma só mente mortal, e as muitas coisas e circunstâncias materiais que parecemos experimentar são os objetos do sonho que a mente mortal tem acerca de si mesma. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a autora, Mary Baker Eddy, escreve: “Aquilo que chamamos de ciências naturais e leis materiais são os estados objetivos da mente mortal. O universo físico exprime os pensamentos conscientes e inconscientes dos mortais.” Ciência e Saúde, p. 484;
Ela também diz: O costume classifica ambos, o mal e o bem, como mente; por isso, para ser compreendida, a autora chama a humanidade doente e pecadora mente mortal — querendo dizer com esse termo a carne oposta ao Espírito, a mente humana e o mal em contraste com a Mente divina, ou seja, com a Verdade e o bem.” idem, p. 114; E mais abaixo, na mesma página: “A Ciência mostra que o que se chama matéria é apenas o estado subjetivo daquilo que a autora chama mente mortal.”
O Espírito, a Mente divina, não conhece a matéria. O homem, a idéia ou reflexo do Espírito, não conhece a matéria. Parecemos viver na matéria por causa das falsas crenças da mente mortal, e essas crenças parecem nos incluir como seres materiais.
Todas as crenças materiais enganam aqueles que as acatam. Estamos limitados e sujeitos às condições materiais apenas na extensão em que somos enganados pela mente mortal e acatamos as crenças que constituem nossa hipotética vida na matéria.
A Bíblia registra a história de pessoas que acreditaram em Deus. Os seus triunfos foram basicamente triunfos sobre a crença na matéria e nas leis materiais. Na medida em que elevavam seus pensamentos à realidade de um Deus infinito, invisível, deram testemunho, até certo ponto, da supremacia da Mente divina sobre a mente mortal.
O resultado foi que a matéria cedeu ao Espírito. O Mar Vermelho separou-se para que Moisés e os israelitas o cruzassem. Eliseu foi protegido por carros de fogo. Cristo Jesus provou mais de uma vez que as condições materiais não possuíam realidade. Mateus registra: “Trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.” Mateus 4:24.
Em cada ocasião, o que a matéria parece estar fazendo não é, de modo algum, o que está fazendo. O Mar Vermelho parecia ser um obstáculo físico. Na realidade, era uma objeção mental, e a fé na Mente divina venceu a mentalidade que o via como uma obstrução. As forças inimigas ao redor de Eliseu pareciam personalidades materiais com armas materiais. Realmente eram as manifestações mentais da crença em poderes e mentes diferentes da Mente infinita. A compreensão de Eliseu acerca de Deus anulou essas falsas manifestações de um modo que pôde ser visto. As moléstias que se apresentavam a Jesus não eram condições materiais, mas sugestões da mente mortal. Jesus sabia disso, e sabia que apenas a Mente divina tinha poder. As moléstias provaram então ser o que realmente eram — coisa alguma. O homem sempre é a idéia perfeita da Mente divina. Ele jamais está doente.
O quadro material, o que quer que pareça ser, pode ser sempre melhorado se o olharmos sob melhor luz. E quando o vemos conforme realmente é, vemos a nulidade da matéria e a totalidade da Mente. Por meio da Ciência Cristã podemos fazer isto gradualmente, enfrentando cada dia as sugestões da mente mortal e superando-as com as verdades da Mente imortal. O resultado é a cura.
