A descobridora Da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, ao reconhecer o progresso notável no crescimento da igreja, feito por seus primeiros alunos da área de Chicago, fez o seguinte comentário: “Uma grande sanidade, um estupendo algo, enterrado nas profundezas do desconhecido, realizou uma ressurreição entre vós e transformou-se em amor vivo.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 164.
Em seguida, ela formula uma pergunta e dá a resposta: “O que é esse algo, essa chama de fênix, essa coluna diurna, iluminando, guiando e guardando vosso caminho? E a união, o vínculo da perfeição que, expandindo-se mil vezes, envolve o mundo; união que desdobra o pensamento mais íntimo, tornando-o maior e melhor, a soma de toda realidade e de todo o bem.”
Imagine sentir “a soma de toda realidade e de todo bem” aqui e agora! E, partindo-se do pressuposto de que a união espiritual de fato é “o vínculo da perfeição”, como a Sra. Eddy diz, então as pessoas, em toda parte, e sem dúvida todos os estudantes de Ciência Cristã, serão grandemente beneficiados por u’a maior compreensão desse assunto.
Será que o simples fato de estarmos unidos assegura sempre união espiritual autêntica, como a Sra. Eddy a descreveu? Nem sempre. Por exemplo, como cidadãos de um mesmo país, podemos estar unidos e, no entanto, ter pontos de vista claramente divergentes sobre inúmeras questões, inclusive sobre política, religião, comportamento social e assim por diante. Há uma grande distância entre apenas estarmos unidos e termos um genuíno senso de união. Parece que só a unidade espiritual sincera está qualificada para ser “o vínculo da perfeição”.
Esse conceito singular de união baseia-se na compreensão da unidade do homem com Deus. A Ciência Cristã ensina que Deus é Princípio divino, Amor. Deus é a causa primária, o Tudo-em-tudo. A Sra. Eddy utiliza essa expressão para explicar que Deus e Sua criação espiritual são um. Deus é Espírito, a única substância e inteligência do universo e do homem. Esse homem, a imagem e semelhança de Deus segundo afirmam as Escrituras, é o resultado completo e perfeito dessa causa única. As seguintes palavras de Cristo Jesus expressam a união do homem com Deus: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30.
O mesmo “vínculo da perfeição” que torna Deus e o homem inseparáveis, também mostra a possibilidade de termos relacionamentos harmoniosos e profícuos com nossos familiares, amigos, membros da igreja e colegas de trabalho.
Os membros da Igreja de Cristo, Cientista, se unem quando seguem os ensinamentos da Sra. Eddy e procuram obedecer à forma de governo estabelecida no Manual de A Igreja Mãe. Esse notável documento não apenas assegura a pureza e permanência da organização da igreja, mas também, e exatamente por esse motivo, torna-se guia indispensável para cada membro da igreja, em suas atividades diárias. É a dedicação e a obediência às regras e dispositivos do Manual da Igreja, que nos ajudam a promover o trabalho de cura da Igreja.
Nada pode substituir o papel que o Manual da Igreja desempenha na vida de cada estudante consciencioso da Ciência Cristã. Esse Manual nos ensina a obedecer ao Princípio, em vez de a uma pessoa. A Sra. Eddy escreveu: “Esta igreja é imparcial. Suas regras se aplicam não a um membro apenas, mas a um e a todos de igual modo. Disto tenho certeza: que cada Regra e Dispositivo deste Manual aumentará a espiritualidade daquele que lhe obedecer, fortalecerá sua capacidade de curar o doente, confortar os que choram e despertar o pecador.” Miscellany, p. 230.
É importante notar também que o Manual prevê formas diferentes de governo para A Igreja Mãe e para as igrejas filiais e sociedades, em todo o mundo.
Por que a diferença? Uma das razões primordiais é que cada igreja filial ou sociedade, de acordo com o Manual da Igreja, é fundada, governada e dissolvida segundo os votos individuais dos que são membros naquele dado instante. Por outro lado, A Igreja Mãe foi fundada por sua Pastora Emérita, Mary Baker Eddy, e não há diretriz para sua dissolução. A Igreja da Sra. Eddy, estabelecida de acordo com o Manual, é para o tempo e a eternidade. Portanto, a Sra. Eddy determinou que sua Igreja fosse governada e perpetuada pelo Manual, não por pessoas, personalidades ou ditames políticos. O Manual da Igreja confere ao Conselho de Diretores da Ciência Cristã a responsabilidade de dirigir e administrar as atividades d’A Igreja Mãe no dia-a-dia.
Essa forma singular de governo não exclui os membros d’A Igreja Mãe do processo administrativo. Dá a cada membro a forma de voto mais sagrada e eficaz que se conhece: a oração. Comungar com Deus, a Mente divina única, fonte da inteligência infinita, é confiar no recurso mais elevado possível.
Confiar exclusivamente na oração requer imensa fé e confiança no governo de Deus. Exige um amor tão puro e forte que nunca venha a faltar, nem mesmo em tempos muito difíceis.
Na verdade, se um membro alguma vez discordar de uma decisão ou procedimento da Igreja, a atitude correta a tomar está sempre ao alcance: voltar-se de imediato a Deus, em oração, para obter orientação e esclarecimento. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy oferece bom conselho para tais ocasiões: “Se quiserdes conhecer o fato espiritual, podereis descobri-lo invertendo a fábula material, quer a fábula seja a favor ou contra — quer esteja de acordo com as vossas idéias preconcebidas, ou seja inteiramente contrária a elas.” Ciência e Saúde, p. 129.
Há alguns anos, um conhecido meu enfrentou uma situação dessas ao discordar daquilo que os demais membros de sua filial da Igreja de Cristo, Cientista, haviam decidido fazer. Dizia respeito à compra de certa propriedade com o único propósito de vendê-la com lucro no futuro, a fim de levantar fundos para uma nova igreja. Ele discordava veementemente dessa decisão e, assim, fez um apelo ardente aos membros, durante a assembléia. Quando os votos foram contados, o seu era único “não”, apesar de tê-lo dado com grande convicção!
De início, sentiu-se aniquilado por tamanha derrota e sua autoconfiança ficou abalada. Ao voltar-se a Deus, em oração, ocorreu-lhe que, embora tivesse convicção plena de que ele estava certo, era perfeitamente possível que estivesse enganado.
É interessante notar que tal admissão não diminuiu sua convicção íntima, mas deu-lhe a certeza de que, se estivesse enganado, esse fato se lhe tornaria claro e, se os demais membros estivessem enganados, eles também iriam entender.
Como resultado de suas orações, meu amigo não se sentiu nem indignado nem cheio de razão. Sempre que pensava no assunto, mantinha no pensamento a idéia de que a solução não viria a seu modo, nem ao dos outros, mas ao modo de Deus! Sentiu, assim, um verdadeiro senso de união com Deus e com os demais membros da igreja.
Quase um ano depois, numa assembléia, outro membro levantou a mesma questão, sugerindo que a compra da propriedade tinha sido um engano e dando as mesmas razões que meu amigo havia apresentado antes. Sem muita discussão, os membros votaram quase unanimemente a favor de vender logo a propriedade, sem pensarem em lucro. Não muito depois, encontraram e compraram um imóvel ideal para a nova sede da igreja. Essa filial continua a prosperar.
Fazem-se necessários muito amor e confiança em nossa Líder e em seu Manual da Igreja para nos dispormos a considerar este último como a “lei de Deus” para governar e proteger nossa Igreja e sua missão em todos os desafios que encontra. Esse sentido puro de união que é, de fato, “o vínculo da perfeição” tem de começar no coração de cada um. É aí que podemos e temos de começar!
