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A cura pelo despertar espiritual

Da edição de julho de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Senhora, oprimida havia dezoito anos por uma moléstia, recebeu uma carta de uma mulher que havia sido curada por meio da Ciência Cristã e que, na carta, insistia para que a amiga a experimentasse também. Então, pede emprestado um exemplar de Ciência e Saúde, de autoria de Mary Baker Eddy, e começa a estudá-lo. Em pouco tempo, seu pensamento se ilumina espiritualmente. Mais tarde, ela assim descreveu sua experiência: "A revelação foi maravilhosa e produziu-me grande despertar espiritual. Esse despertar nunca mais me abandonou, e certo dia, quando caminhava sozinha, notei, repentinamente, que eu estava curada, e pus-me a caminhar cada vez mais depressa, declarando a cada passo que eu estava curada." Ciência e Saúde, pp. 603–604. Ela fora curada de um enorme fibroma e de constante hemorragia.

Esse relato de cura aparece no começo do capítulo "Frutos", em Ciência e Saúde. O testemunho diz ainda: "Nunca houve alegria maior do que a minha por esta cura-pelo-Cristo, porque eu havia estado cansada e sobrecarregada. Pensava pouco em dormir ou comer, e meu coração estava cheio de gratidão, pois sabia que eu havia tocado a orla da veste de Cristo." Suas palavras lembram-me de outra mulher, curada de hemorragia quando se esgueirou por entre a multidão que se apertava ao redor de Cristo Jesus, e tocou a orla de sua veste (ver Marcos 5:25–34). Essas duas mulheres foram despertadas pelo Cristo, a Verdade. Foram despertadas do sonho de doença e de sofrimento.

A cura na Ciência Cristã ocorre mediante o despertar espiritual. Quando dormimos ou sonhamos à noite, não raro é o clarear do dia que nos desperta. Quando a luz do Cristo, a Verdade, desponta em nossa consciência, somos erguidos acima da ilusão de sofrimento. Com essa luz, a dor e a doença se dissipam, pois não passam de sombras sem substância. Quando despertamos dos pesadelos advindos da crença, inculcada pela educação, de que o homem vive na matéria consciente de si mesma, vislumbramos, pelo sentido espiritual, que o homem, por ser a imagem de Deus, é totalmente espiritual, governado por leis divinas de saúde e harmonia.

O Salmista disse a Deus: "Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar eu me satisfarei com a tua semelhança." Salmos 17:15. Despertar com a semelhança de Deus é tornar-se consciente de que O refletimos. Essa consciência não é algo que só teremos depois de compreendermos plenamente que o homem é espiritual, criado à imagem de Deus. À medida que estudamos, oramos e praticamos a Ciência Cristã, o Cristo, a verdadeira idéia, que revela a filiação espiritual do homem com Deus, desponta em nossa consciência individual. Esse despontar começa a desfazer a ilusão de que somos mortais e carnais. Despertamos, em certo grau, para a percepção de nossa atual identidade espiritual, à Sua imagem e semelhança. Até mesmo um tênue vislumbre dessa verdade traz satisfação. Sabemos que temos muito mais para ver, mas, dar-nos conta de que refletimos a Deus e que por isso possuímos, agora mesmo, amor, inteligência, santidade e harmonia, conforta-nos e eleva-nos sobremaneira. A cura ocorre toda vez que percebemos melhor a saúde e a liberdade que já constituem nosso verdadeiro ser, como reflexo de Deus.

Não despertamos plenamente na semelhança de Deus com a mesma facilidade com que acordamos do sono. O despertar requer um crescimento gradativo na graça espiritual. Esse crescimento se dá à medida que ansiamos por maior espiritualidade, guardamos nosso pensamento contra as tendências ímpias da mente carnal, e trabalhamos com afinco para expressar em nossa vida o caráter do Cristo.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: "Quando despertamos para tornar-nos conscientes da verdade do ser, toda doença, dor, fraqueza, todo cansaço, pesar, pecado e a morte, serão desconhecidos, e o sonho mortal cessará para sempre." Ciência e Saúde, pp. 218–219. Qual é essa "verdade do ser" para a qual somos despertados pelo Cristo? É a compreensão de que a identidade real do homem é incorpórea, espiritual e, por isso, imperturbável e indestrutível. Por ser uma idéia na Mente divina, o homem é tão invulnerável à doença, dor, pesar e pecado, como o próprio Deus.

Digamos que você esteja no quarto com alguém que está tendo um pesadelo. Você não o acordaria, assegurando-lhe que está tudo bem bem e que seu medo e sofrimento são apenas sonho? Procurando expressar o espírito do Cristo na cura, o Cientista Cristão se esforça para despertar o paciente do sonho da doença e da dor. O Cientista Cristão sabe que sonhar acordado a respeito do sofrimento não é mais real e palpável do que um pesadelo. Como suas orações estão baseadas na verdade do ser, incluem a certeza de que o sofrimento é uma ilusão dos sentidos físicos, nada mais do que a mentira de haver mente na matéria. Ele sabe que o sofrimento não é causado por um estado doentio da matéria, mas é, isso sim, um estado mental mesmérico. Sabendo que o Cristo está presente para romper o mesmerismo e acordar o sofredor de seu sonho, o Cientista Cristão afirma vigorosamente a verdade espiritual. E, por meio da oração, é guiado a negar especificamente os erros de crença relacionados com o problema.

O Cientista Cristão toma muito cuidado para não se enredar com o sonho do sofredor. Empenha-se em ser compassivo, gentil, paciente, atencioso e solícito. Mas permanece firme na convicção de que a perfeição, inteireza e harmonia da pessoa estão intactas agora mesmo, sustentadas por Deus, que é a única fonte da saúde. A Sra. Eddy escreve: "Um sonho se autodenomina sonhador, mas quando o sonho passa, vê-se que o homem é inteiramente separado do sonho." Christian Healing, p. 11. O tratamento na Ciência Cristã, mediante a atuação do Cristo, rompe a ilusão de doença e de dor, despertando o sonhador. Quando ocorre a cura, paciente e praticista se rejubilam na prova do poder de Deus e da verdade gloriosa de que o ser espiritual do homem sempre esteve unido a Deus e totalmente separado do sonho do erro.

Há alguns anos, a Ciência Cristã possibilitou a uma mulher despertar de um longo pesadelo de dor. Ela estava com um pequeno caroço na base do crânio e freqüentemente sofria de fortes dores de cabeça, que às vezes duravam dias. Solicitou ajuda por meio da oração na Ciência Cristã, e estudou com afinco os trechos de Ciência e Saúde recomendados pela praticista. Um trecho chamou particularmente sua atenção: "Tumores, úlceras, tubérculos, inflamação, dor, juntas deformadas, são apenas sombras de sonho dos que sonham acordados, imagens sombrias do pensamento mortal, que fogem diante da luz da Verdade." Ciência e Saúde, p. 418. Enquanto ela e a praticista oravam para despertar das "sombras de sonho" da dor e da moléstia as dores de cabeça foram gradualmente diminuindo, até desaparecer. O caroço também desapareceu, e ela ficou completamente curada.

Mais tarde, escreveu à praticista sobre o que havia aprendido com a experiência e comentou como havia raciocinado: "Os sonhos acordados não têm mais substância do que os sonhos noturnos, e quando despertamos para a verdade desse fato espiritual, veremos cada vez melhor que o mal nada mais é do que um sonho." Depois disso, ela também tornou-se praticista da Ciência Cristã, e sente-se muito feliz em auxiliar outras pessoas a se livrar do sofrimento.

O despontar do Cristo, a Verdade, não só cura o sofrimento, mas também destrói o pecado. O despertar do sonho de pecado implica vigorosa regeneração do pensamento e da vida. Às vezes a cura do pecado ocorre gradualmente, exigindo uma árdua luta com o eu. São freqüentes os arranques e as paradas antes do completo despertar. O que o apóstolo Paulo chama "velho homem", vontade humana e egoísmo, tem de ser abandonado voluntariamente e o "novo homem", nosso genuíno ser semelhante a Deus, tem de ser reivindicado.

O pecado é a terrível ilusão de que a indulgência para com os sentidos físicos traz satisfação, de que se pode ter ganhos ao ignorar os direitos dos outros, e de que as leis morais podem ser violadas sem nenhuma penalidade. A ilusão do pecado se dissolve pelo sofrimento que inevitavelmente ocasiona. O sofrimento ajuda a abrir os olhos do pecador à inescapável verdade de que não há prazer ou ganho numa ação errônea. O entendimento disso prepara o caminho, abre espaço na consciência, para a receptividade ao poder salvador e redentor do Cristo.

Cristo Jesus, na parábola sobre o filho pródigo (Ver Lucas 15: 11–34), retrata o momento do despertar, numa frase simples, mas significativa: "Então, caindo em si...." O jovem pródigo desperta da insanidade do pecado e volta ao seu juízo perfeito. A vontade própria e o egocentrismo que o haviam afastado do lar foram substituídos pelo remorso e pelo arrependimento. Sente-se impelido a voltar para o pai, ainda que para servi-lo como humilde servo.

Nessa parábola, o pai, percebendo o genuíno arrependimento e reforma do filho, recebe-o com grande alegria, devolvendo-lhe o lugar que lhe cabia de direito, como filho amado e honrado. As boas-vindas de Deus aguardam todos aqueles que, por meio do poder redentor do Cristo, despertam para a grande verdade da filiação do homem com Deus, imaculada e espiritual.

Um hino do Hinário da Ciência Cristã, inclui as seguintes palavras:

Buscar o bem, deixar o mal:
Curar, eis a missão.
E, na verdade tão real,
Espelha tua ação.Hinário, n° 5.

Escravizado como está pela gratificação própria e absorto em si mesmo, o pecador precisa compreender que seu verdadeiro propósito na vida é o de amar com desprendimento. Quando a porta de seu pensamento obscurecido for aberta pelo Cristo, a visão bloqueada pelo ego e pelo pecado começará a divisar a luz do Amor. Esse Amor o redime, revela-lhe sua imagem espiritual como imagem do Amor e sua missão, dada por Deus, de viver para abençoar os outros.

O último sonho da existência mortal, do qual todos nós seremos afinal despertados pelo Cristo, é a morte. O medo à morte diminui na proporção em que compreendemos que esta é um estado ou condição tão irreal como a doença e o pecado. Obviamente, o despertar da crença na morte para a realidade da infinda vida em Deus requer um enorme crescimento espiritual. Mas, cada demonstração que fizermos na Ciência Cristã, seja para nós, seja ajudando outros a vencer o medo à matéria, à doença e ao pecado, fará com que aprendamos um pouco mais a respeito da vida em Deus. Quanto mais aprendermos, no dia-a-dia, as lições da Vida divina, ensinadas na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy, tanto mais próximos estaremos do momento em que, final e plenamente, despertaremos na Sua semelhança.

Em parte conhecemos, e em parte profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em
parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, pensava como menino;
quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias
de menino. Porque agora vemos como em espelho,
obscuramente, então veremos face a face;
agora conheço em parte, então conhecerei
como também sou conhecido.

1 Coríntios 13:9–12

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