As passagens de texto que contêm o termo “a autoridade suprema” usualmente se relacionam aos decretos que regulam os assuntos humanos. Essa designação aumenta a importância de uma questão ou um processo e, frequentemente, acelera sua implementação. Por exemplo, um veredicto proferido por um tribunal só pode ser revogado por um tribunal superior. Obter uma recomendação da “autoridade suprema” é um desejo razoável que muitas pessoas talvez tenham para seus projetos.
Quando nosso filho cursava o ensino médio, ele vivenciou os efeitos da influência que uma “autoridade suprema” pode ter. Tom deparou-se com a tarefa de encontrar um lugar para fazer um estágio. Foi-lhe dado um prazo para fazer isso. Entretanto, um pouco antes do prazo terminar, ele ainda não havia conseguido. Como pai, dei algumas sugestões para que ele se candidatasse a esse ou àquele local de trabalho, mas sua resposta fora muito pouco entusiástica.
Literalmente, recuei mentalmente e coloquei a Deus em primeiro lugar como o Pai do meu filho.
Finalmente, com o prazo quase esgotado, comecei a pensar sobre a possibilidade de orar, como eu havia aprendido na Ciência Cristã. Primeiro, comecei a repensar meu papel de pai. Literalmente, recuei mentalmente e coloquei a Deus em primeiro lugar como o Pai do meu filho. Esse senso de Deus como a autoridade suprema deve ter tocado meu filho no sentido mais verdadeiro da palavra, porque minha confiança em reconhecer a eterna unidade que existe entre Deus e o homem, como Sua ideia, encontrou sua recompensa em um desdobramento inesperado.
Um pouco antes do prazo final para inscrição no estágio, nosso filho encontrou um vizinho na rua. Sem saber ele estava conversando com um dos arquitetos mais bem sucedidos do mundo, e que logo receberia um prémio em Nova Iorque.
Nosso filho fez sua inscrição e o arquiteto encaminhou meu filho ao escritório de sua secretária, de onde ele mesmo mais tarde cuidou do assunto. Pouco depois, Tom começou seu estágio. Ele havia sido aceito por uma pessoa que poderia representar uma espécie de “autoridade suprema”!
Não é presunção declarar a jurisdição de Deus como a autoridade mais elevada, à qual podemos nos volver de forma instantânea e direta. A Bíblia nos diz: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo...” (Romanos 8:16, 17). Se nos defrontamos, olhos nos olhos, com uma autoridade elevada, ela já não parece mais estar em um patamar mais elevado do que nós. Quanto mais nos encontrarmos olhos nos olhos com Deus, compreendendo nosso relacionamento com Ele, mais próximo Ele parecerá para nós. Nós O vivenciaremos de uma forma mais tangível, concreta e palpável. Não estaremos mais procurando um ser divino que está distante, mas compreenderemos que somos um com Ele. Quando encontramos a Deus dessa maneira, podemos nos redescobrir como a manifestação de Deus, como a expressão dEle.
O que isso significa para mim e para você, individualmente? Podemos confiar nosso caso em particular, seja ele qual for, à totalidade e bondade de Deus e descobrir sempre novas maneiras pelas quais Sua bondade se manifesta em nossa vida.
Vivenciei isso certa vez quando desejava me abster do hábito de sempre ver a mim mesmo dependente de imposições humanas. Ao invés disso, estava disposto a me submeter à autoridade divina de Deus.
Podemos confiar nosso caso em particular, seja ele qual for, à totalidade e bondade de Deus e descobrir sempre novas maneiras pelas quais Sua bondade se manifesta em nossa vida.
Fui convocado para o serviço militar alemão para prestar serviços básicos, embora tivesse expressado meu desejo de prestar serviços alternativos por motivos religiosos. Encontrava-me, portanto, em um lugar para o qual não havia me inscrito voluntariamente. Descrevi minha situação a um Praticista da Ciência Cristã e lhe pedi que orasse por mim. Certa noite, ele me contou a respeito de uma experiência semelhante sobre a qual ouvira falar. Por causa dos regulamentos militares, um jovem se manteria afastado de um assunto que era importante para ele. Sua oração, que trouxe uma guinada aos acontecimentos nesse caso, foi com estas palavras: “Deus está acima da patente mais elevada do exército”. Esse pensamento levou a um desdobramento positivo dos acontecimentos para aquele jovem.
Quando ponderei o significado que aquelas palavras tinham para mim mesmo e mentalmente reconheci a Deus como meu comandante mais elevado, minha situação mudou de forma completa. Fui até mesmo liberado de todas as responsabilidades. Isso aconteceu há décadas. Mas, recentemente, enquanto escrevia este relato, a Alemanha havia acabado de abolir o serviço militar compulsório e introduzido uma força de soldados voluntários, o que criou muita polémica. Eu, contudo, já havia vivenciado essa liberdade de escolha fazia muito tempo e agora ela é possível a todos. Lembro-me desses acontecimentos com muita gratidão.
Mary Baker Eddy, que dedicou sua vida à descoberta e fundação da Ciência Cristã, escreve em uma de suas cartas: “Sejamos pacientes, Deus governa o hoje e o amanhã” (Inspiração para os Relacionamentos da Vida, p. 112, The Mary Baker Eddy Collection). Quando nossos assuntos são governados por Deus, a autoridade suprema, podemos ter certeza de que eles serão resolvidos da melhor maneira possível. Aplicamos isso quando colocamos diante de Deus tudo o que fazemos e somos e, em oração, reivindicamos o poder de Sua lei de bondade e justiça para nós mesmos. Essa oração: “...não nos volta vazi[a]” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 2).
Original em alemão
 
    
